segunda-feira, 10 de março de 2014

CRONICAS SOBRE CUBA (1)

FERNANDO AZEVEDO

Desde o ano 2010 quando completei 70 anos, vivo sob um regime ditatorial turístico chefiado pelo Comandante Carlos Alberto e suas fanáticas subcomandantes Fátima e Márcia. Não admitiam que não conhecesse a Europa e determinaram que anualmente teria que ir por lá. Dessa vez no Carnaval me impuseram um roteiro: CUBA. Reagi energicamente, mas fui facilmente dominado pelos três. A ditadura turística determina o período que vou como e onde pagar e nas vésperas chega o homem com os dólares ou euros na minha casa. Só tenho que agradecer aos ditadores. Não que não quisesse conhecer o mundo, mas uma tal de preguiça era superior a tudo. Voltemos à CUBA. Tenho ojeriza aos irmãos Castro, ao assassino Che Guevara e os assemelhados pelo mundo. Tenho pena de um povo que desde descoberto por Cristovão Colombo em 1492 viveu sob o domínio espanhol que exterminou suas origens indígenas, que sem mais mão de obra importou africanos para escraviza-los dando sequencia à busca de asiáticos e europeus para branquear o país já “preto demais”. Povo que viveu após a guerra hispano-americana sob o domínio do Fulgêncio Batista ditador também que levou o país aos mais miseráveis índices de indigência, até acreditar que sua libertação viria com Cienfuegos, Raul e Fidel Castro e Che Guevara que expropriaram todos os bens privados e há mais de 50 anos dominam e privam o pensamento do seu povo. Assassinos de corpos e ideias. Se penso assim por que ir lá? Mas fui. Cheguei a Havana através do Panamá (7 horas) e depois Cuba (mais duas horas e meia). Ao chegar pensei estar na Arena Pernambuco. O aeroporto é todo em vermelho e branco. Muitos militares homens e mulheres fardados fora os possíveis paisanos não causam aquela impressão de descontração que o turista espera. No exame do meu passaporte um a demora incômoda. Na busca das malas vários cachorros que a gente sabe que existem em todos os aeroportos farejando malas lá no depósito, em Cuba “revistam” nossas sacolas, cheiram nossas pernas e eu timidamente fotografava com certo medo as cenas, mas queria realmente fazer um relato do que era possível fazer. Seguimos então para o hotel Plaza bem no centro de Havana num confortável ônibus com um guia muito simpático que nos tranquilizava quanto à segurança da cidade, recomendando somente não andar sozinho após a meia noite por prudência. Um hotel 4 estrelas de mais de 100 anos com aspecto decadente realmente era nossa hospedagem, mas não ligo para essas coisas. No salão de espera duas gaiolas tipo viveiros abrigavam pássaros, simbolizando ali que os bichinhos tinham direito a comida diária, educação e um possível bom veterinário, mas tal qual o assum preto de Luiz Gonzaga pensava “tudo em vorta é só beleza/ sol de Abril e mata em frô/ mas assum preto cego dos óio/ num vendo a luz/ ai canta de dor. Aos que fizeram planos telefônicos aqui no Brasil ou pensavam usar wi-fire desistiram. Essa era a primeira impressão. Estávamos cansados. Precisávamos de um banho e uma boa cama.

Um comentário:

  1. Dr.Fernando
    Estou ansiosa para ler a continuação pois penso exatamente como o senhor.
    Bjs
    Luisiana

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