segunda-feira, 29 de setembro de 2014

FRANKFURT

FRANKFURT

FERNANDO AZEVEDO

Seguindo roteiro Bélgica, Holanda, chego a Frankfurt num fim de tarde fria. Durante um trecho de mais ou menos uma hora e meia fomos de barco pelo Reno vendo nas suas margens casas antigas, castelos e almoçando no próprio barco apontando fotos no cardápio. Embarcamos numa cidadezinha linda chamada St. Goar conhecida pelos relógios cuco de todas as formas e tamanhos e preços salgados. Levado a ponto turístico importante, a catedral e praça central fizemos um rápido reconhecimento da cidade e nos instalamos num ótimo hotel em frente a um grande shopping, coincidentemente PLAZA SHOPPING, mas não encontrei o piano de Torres como lá em Casa Forte. A excursão seguiu em frente em várias direções, mas ficamos por aqui por mais um dia e meio para conhecê-la melhor. Frankfurt foi destruída na segunda guerra e pouco resta de uma cidade milenar. Então saio da Europa e estou em São Paulo de repente. Frankfurt é uma cidade endinheirada, o maior centro financeiro da União Europeia. Aqui se realizam mais de 50 feiras internacionais por ano, as mais importantes. Aqui estão 270 bancos, os maiores e mais ricos do mundo. Não é o que quero. Nenhum arquiteto de edifícios me encanta, nunca vi um edifício bonito em toda minha vida. É aquela grade cidade que dispenso dizer prazer em conhecê-la. Vamos no entanto reconhece-la como uma cidade de grandes e largas avenidas , belas calçadas (adoro ver gente andando) e um surpreendente trânsito tranquilo mesmo numa segunda feira. Táxis fáceis e não caros. Shoppings, shoppings e se quiser mais shoppings. Lojas de grandes marcas , joalherias etc. O preço de refeições não chama atenção. O que me incomoda é o meu analfabetismo. Nada entendo no que está escrito e isso me incomoda. O que se assemelha ao inglês ainda orienta, mas tudo é escrito em alemão. Amanhã vou embora, vou para meu berço Portugal de onde vem os Soares de Azevedo e os Borges Rodrigues, vindo o Borges I de Bruges. Então misturando Holanda com península ibérica, qual é a minha raça. Espero resposta do Ministério da Igualdade Racial

domingo, 21 de setembro de 2014

BRUXELAS E LUXEMBURGO

FERNANDO AZEVEDO

POR FAVOR, que não passe pela cabeça de ninguém que estou mostrando alguma erudição sobre viagens, lugares história etc. Apenas observação de quem gosta de conversar e apreciar comportamentos. Não tenho nas minhas relações de amizade ninguém que fale na Bélgica, principalmente Bruxelas como ponto principal de uma viagem à Europa. Os destinos são Paris, Londres, Madri etc. Bruxelas é uma cidade linda, tem a praça mais bonita que já vi e uma confortável forma de passear a pé, também maravilhosamente numa charrete o que prova que a tração animal pode ser bem aproveitada. Se quiser vir com crianças pequenas, venha numa boa. Não vi a cara de um brasileiro por biótipo ou flagrantes de uma fala. Pena, não sabem o que perdem. A cidade é plana as calçadas e ruas lindas e praticamente sem automóveis. A principal atração turística o Manekin talvez seja a menos importante a não ser pela historia a seu respeito. Bruxelas pode ser o ponto de partida para as principais cidades europeias com poucas horas de viagem e um mochileiro fará isso numa boa, mas na minha impressão os de mala vão sofrer. Não é uma cidade barata desde a hospedagem à alimentação embora se encontre os pecaminosos fast-foods também A quantidade de chocolaterias impressiona e não da para parar de comer e muito, Restaurantes na base de R$70,00 reais para se comer com dignidade. Conversando com minha camareira de manhã, uma brasileira de Goiás que esta aqui há 16 anos falou-me a respeito do seguro desemprego (10 anos) contra 2 anos da maior parte da Europa onde ele existe, assistência escolar e de saúde gratuita e de boa qualidade. Trabalha 4 horas por dia no hotel e o marido 8 horas numa distribuidora de frutas e verduras. Bom carro, mora bem, mas ela e o marido italiano e duas crianças de 10 e 5 anos são loucas pelo Brasil e pretendem voltar. A razão: não suportarem a tristeza da cidade e de suas vidas no período de inverno. Cada um com seus problemas e juízo de vida.
Ontem fui a Luxemburgo. Havia lido sobre o segundo pais menor do mundo e suas belezas e fui conferir. O único Grão Ducado do planeta é lindo. Mas o que observei: vamos começar pelo trem. São apenas 3 horas de viagem num trem superconfortável, mas um silêncio ensurdecedor tornam as três horas e oito estações em uma viagem monótona que não faria de novo para nenhuma parte do continente. Que saudade dos trens da Rede Ferroviária onde em cada estação comprava rolete, pirulito, ouvia uma sanfona. Ser suburbano é uma chaga terrível. Luxemburgo seus velhos, jovens adolescentes e adultos de 30 anos. Se vi 3 crianças talvez esteja mentindo e se vi uma grávida viro um Pantaleão. Com certeza não existe Pediatra e é um campo aberto para Geriatras. Nunca vi tanto fumante e jovens adolescentes soltando fumaça e também com copo cheio. Mas vale à pena. Não é uma cidade alegre nem turística de grande importância, mas surpreende a mistura de raças e numa população de 500.000 habitantes, 32% falam português. Num restaurante onde comi uma bela massa ao treinar o meu raquítico francês recebi o troco em português de Cabo Verde. Depois fui comprar um boné que coleciono de cada país que vou, uma loura de cara redonda e um peitoral de respeito, também era portuguesa. Deveria ter identificado, pois como dizia José Vasconcelos nosso saudoso humorista os bebês de Portugal não chupam o peito, eles sopram.
Amanhã começo uma excursão para a Holanda e Alemanha. Não sei como será o grupo pois MEU GUIA é meu querido amigo Carlos Alberto, a quem obedeço cegamente. Ele sem fome é
um gentleman e com fome uma fera, um panda. Vou contando por ai e se possível também cantando.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

E LÁ VOU EU



FERNANDO AZEVEDO 

“O velho das Graças” merece umas pequenas férias. Não sou um viajante, não vivo sonhando com elas, mas tem acontecido anualmente uma escapada para a Europa, tudo planejado pelo colega e querido amigo Carlos Alberto Soares, meu colega de turma. Planeja, da as ordens, e eu as cumpro rigorosamente. Até o homem da casa de câmbio me leva a moeda em casa. O que vou fazer? Ir. Vim a conhecer a Europa há 4 anos e realmente faz minha cabeça. Gosto realmente do passado, do antigo, da arte que se vê a cada passo que se da em qualquer país que a gente vá. Imponho só uma coisa: não me leve para resorts onde tenho a certeza que a Caetana me pega se eu ficar numa rede ou numa cadeira de piscina sem nada a fazer olhando outras pessoas que também nada fazem. Gosto de gente, da padaria na esquina, da praça e de conversar. Analisar comportamentos, hábitos, andar num metrô, ir a um restaurante e tentar entender o dia-a-dia de uma cidade. Dessa vez Bélgica, Holanda e Alemanha e terminando em Portugal uma das coisas mais deliciosas do passeio. Na terrinha acontecem sempre coisas engraçadas e como já entendo um pouquinho o comportamento de taxistas, garçons, provoco-os com perguntas semi cretinas e levo uma porrada imediata. Com isso dou umas boas risadas. Já estou com um repertório e sei o que vou ouvir. Como vocês sabem internet não é muito fácil, mas estou equipado com o Facebook, iPhone, viber, e-mail. Até a volta em 2 de Outubro.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O HOMEM E OS BICHOS

FERNANDO AZEVEDO

Poderia ser também veterinário. Gosto de bichos em geral e soltos na natureza. Na minha casa onde plantava bananas, dava as primeiras aos sabiás e só depois tirava o cacho. Canários douravam minha grama, cinco pastores (fora as ninhadas) eram meus companheiros diários. No consultório tenho cobra, jacaré, dinossauro, macaco, peixe de brinquedo e peixe ao vivo que as crianças adoram. Portanto quem me chamar de cachorro sinto-me elogiado. Se for cachorro da mulesta, também não vou ligar muito. No futebol temos Alexandre Pato, e também tem o Ganso. No Náutico tinha Gilson Cegonha. Chamar mulher de vaca é uma ofensa grave. Homem de veado não tem mais importância e ninguém briga com isso já que está se tornando obrigatório o que era facultativo. A sogra de cobra é briga pro resto da vida, mas também não vai a júri. Se você tem o nariz adunco não vai se livrar de arara como apelido. Também não da em nada ou pode dar em cirurgia plástica. Se você gosta de doce que tal ser formiga? As pernas finas podem lhe transformar em sabiá e se você é lento que tal ser conhecido como tartaruga? Pescoço grande? Girafa!O obeso é um elefante, se não tem muita higiene é um porco.Se o QI é mais baixinho é burro, jumento ou anta. Na infância e juventude como eu vivia cantando, os vizinhos perderam o passarinho quando me casei e sai de casa. Se você é azarento ou por outro lado não faz questão de luxo em comida inclusive humana será um urubu. O que questiono é o macaco. Chamou de macaco a coisa é séria, vai a juízo e dá cadeia por anos. Tenho um filho que o apelido desde a infância é macaco ou Mac para os íntimos. Leva numa boa. O Brasil está diferente. Temos uma descendência indígena, portuguesa e negra, motivo de orgulho para mim. Há alguns anos, no entanto os negros são afrodescendentes e se chamar de negro pode ser ofensa. Afrodescendente é a pqp. Ministério da Igualdade Racial, a maior imbecilidade da história contemporânea. Como as raças podem ser iguais se elas são totalmente diferentes? Cada uma com sua história , seus hábitos, seus valores e jamais podem ser nem semelhantes quanto mais iguais. Essa mistura genética é a coisa mais gostosa do meu Brasil brasileiro. Vemos agora um problema no futebol que está ocupando as manchetes do mundo: Aranha foi chamado de Macaco. Olha a confusão. A moça filmada perdeu o emprego e está ameaçada de ir pra trás das grades. O Grêmio afastado da Copa do Brasil. Em minha opinião haverá sempre em todo o mundo a discriminação SOCIAL. Não pense que um pobre será recebido no ambiente dos ricos, mas a cor da pele jamais será um empecilho. Se tiver a carteira cheia as portas se abrem e essa é a grande hipocrisia. Vá entender. Um viva a todos os macacos a quem admiro muito e pelo lado não religioso, sou filho deles.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

DE BEM COM VOCÊ, DE BEM COM VOCÊ...

FERNANDO AZEVEDO

Dorival Caymmi o grande baiano de tantas glórias brigou com sua Marina porque ela se pintou. Ficou de mal. Eu fico de bem com a nossa Marina e ela não pode pertencer a uma pessoa, pois pertence ao Brasil. Antes eu a via como a imagem midiática vendia: evangélica radical, e para mim pessoalmente, petista. Qual nada! Sua grandeza começa por ter nascido no Acre, região de maior pobreza do Brasil. Lá ela foi seringueira e empregada doméstica. Aprendeu a ler aos 17 anos e a partir daí tem uma ascensão intelectual impressionante tornando-se uma ambientalista respeitada no mundo. Necessariamente teria que entrar na política tornando-se deputada e senadora para com isso ter força para divulgar suas ideias e expor seu pensamento. Daí em diante não se pertencia mais. A porta do PT foi a que escolheu para entrar, mas nomeada Ministra do Meio Ambiente, cinco anos depois já se decepcionava passando a sensibilizar outras pessoas e fundando partido onde pudesse ter a força necessária para atingir objetivos. Falou que “perderia o pescoço mas não perderia o juízo”. A pequena mulher se agigantava acreditando num pensamento do médico e escritor Augusto Cury: “Quem vence sem riscos, sobe no pódio sem glória”. Ela correu todos os riscos e sua dignidade vinda de berço familiar associada à forte formação religiosa a afastou dos conchavos, mensalões, dinheiro em cuecas e em colchões indo de encontro ao ditado do “quem nunca come mel quando come se lambuza” tão aplicado a Lula e seus asseclas. Seu comportamento diante da morte de Eduardo Campos é imaculado. Em vida com todo o potencial que tinha aceitou a vice-presidência. Com a morte aguardou com a maior dignidade que o partido, (novata que era), decidisse seu destino. E aí está representando no palco principal do teatro político o papel de protagonista, de atriz principal, aquela que rouba a cena com sua performance. O Brasil precisa retomar sua dignidade em tudo. Em todas as áreas estamos no limbo. A educação, o caráter, o exemplo são postos de lado em tudo que vemos. Como fica a infância que vai sendo formada nesse ambiente? O Brasil acordou, não adianta mais sedá-lo. E despertou consciente e com uma arma infalível chamada VOTO. Não mata ninguém, mas tem uma força enorme num regime democrático e não tirano como o dos assassinos a quem petistas aliam-se pelo mundo. Realmente “não vamos desistir do Brasil” e vamos ter uma Presidente e não uma PresidANTA. Desculpe Aécio Neves, meu voto era seu, mas não é uma traição, é uma homenagem.