domingo, 21 de setembro de 2014

BRUXELAS E LUXEMBURGO

FERNANDO AZEVEDO

POR FAVOR, que não passe pela cabeça de ninguém que estou mostrando alguma erudição sobre viagens, lugares história etc. Apenas observação de quem gosta de conversar e apreciar comportamentos. Não tenho nas minhas relações de amizade ninguém que fale na Bélgica, principalmente Bruxelas como ponto principal de uma viagem à Europa. Os destinos são Paris, Londres, Madri etc. Bruxelas é uma cidade linda, tem a praça mais bonita que já vi e uma confortável forma de passear a pé, também maravilhosamente numa charrete o que prova que a tração animal pode ser bem aproveitada. Se quiser vir com crianças pequenas, venha numa boa. Não vi a cara de um brasileiro por biótipo ou flagrantes de uma fala. Pena, não sabem o que perdem. A cidade é plana as calçadas e ruas lindas e praticamente sem automóveis. A principal atração turística o Manekin talvez seja a menos importante a não ser pela historia a seu respeito. Bruxelas pode ser o ponto de partida para as principais cidades europeias com poucas horas de viagem e um mochileiro fará isso numa boa, mas na minha impressão os de mala vão sofrer. Não é uma cidade barata desde a hospedagem à alimentação embora se encontre os pecaminosos fast-foods também A quantidade de chocolaterias impressiona e não da para parar de comer e muito, Restaurantes na base de R$70,00 reais para se comer com dignidade. Conversando com minha camareira de manhã, uma brasileira de Goiás que esta aqui há 16 anos falou-me a respeito do seguro desemprego (10 anos) contra 2 anos da maior parte da Europa onde ele existe, assistência escolar e de saúde gratuita e de boa qualidade. Trabalha 4 horas por dia no hotel e o marido 8 horas numa distribuidora de frutas e verduras. Bom carro, mora bem, mas ela e o marido italiano e duas crianças de 10 e 5 anos são loucas pelo Brasil e pretendem voltar. A razão: não suportarem a tristeza da cidade e de suas vidas no período de inverno. Cada um com seus problemas e juízo de vida.
Ontem fui a Luxemburgo. Havia lido sobre o segundo pais menor do mundo e suas belezas e fui conferir. O único Grão Ducado do planeta é lindo. Mas o que observei: vamos começar pelo trem. São apenas 3 horas de viagem num trem superconfortável, mas um silêncio ensurdecedor tornam as três horas e oito estações em uma viagem monótona que não faria de novo para nenhuma parte do continente. Que saudade dos trens da Rede Ferroviária onde em cada estação comprava rolete, pirulito, ouvia uma sanfona. Ser suburbano é uma chaga terrível. Luxemburgo seus velhos, jovens adolescentes e adultos de 30 anos. Se vi 3 crianças talvez esteja mentindo e se vi uma grávida viro um Pantaleão. Com certeza não existe Pediatra e é um campo aberto para Geriatras. Nunca vi tanto fumante e jovens adolescentes soltando fumaça e também com copo cheio. Mas vale à pena. Não é uma cidade alegre nem turística de grande importância, mas surpreende a mistura de raças e numa população de 500.000 habitantes, 32% falam português. Num restaurante onde comi uma bela massa ao treinar o meu raquítico francês recebi o troco em português de Cabo Verde. Depois fui comprar um boné que coleciono de cada país que vou, uma loura de cara redonda e um peitoral de respeito, também era portuguesa. Deveria ter identificado, pois como dizia José Vasconcelos nosso saudoso humorista os bebês de Portugal não chupam o peito, eles sopram.
Amanhã começo uma excursão para a Holanda e Alemanha. Não sei como será o grupo pois MEU GUIA é meu querido amigo Carlos Alberto, a quem obedeço cegamente. Ele sem fome é
um gentleman e com fome uma fera, um panda. Vou contando por ai e se possível também cantando.

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