segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

THE VOICE BRAZIL (BRASIL?)

FERNANDO AZEVEDO


Não sei , nem Freud explica, mas não gosto de televisão. Nada me atrai a não ser um futebolzinho que às vezes está passando e eu feito um besta alienado ouvindo pelo rádio do qual não consigo me desligar. Como sabem de minhas tendências musicais me perguntaram se estava vendo o THE VOICE. Nem pensar, mas de tanta insistência de um sobrinho mandei gravar para ver dia seguinte. No dia que assisti se juntasse o time todo não dava um cantor. Veio a finalíssima e mais cobranças e discordâncias da minha opinião. Gravei novamente e assisti passando os comerciais rapidamente. Mesma impressão: nível baixo. Mas vamos começar pelos técnicos. Numa terra em Claudia Leite é destaque e vem aqui para Jaboatão para ganhar um cachê milionário no Réveillon... Daniel é uma lástima, Carlinhos Brown não me diz nada e rendo homenagens a Lulu Santos como excepcional guitarrista, compositor, cantor, um artista que empolga realmente e há muitas décadas. Quanto aos candidatos me chamou a atenção a superprodução do “americano” Sam Alves cantando Halleluiah com um coral de arrebentar enquanto os outros com produção bem mais pobre. Não deve acontecer isso num concurso a não ser que cada um cuide da sua produção. Se a TV Globo é a dona do negócio nãopode privilegiar ninguém. Achei o rapaz com valores a destacar mas soube que só canta em inglês e nessa finalissima fez uma versão da primeira parte devido a críticas anteriores. Não é THE VOICE BRASIL? Nos Estados Unidos onde mora ninguém lhe deu atenção. A parada é mais dura por lá. O Rubem Daniel é mais um. Pedro Lima não é cantor é gritador com um timbre feio, sem graves e ninguém me taxe de discriminador por ele ser feio, baixinho, preto, careca e com um bigodinho supersuburbano, pois eu adorava Sammy Davis Jr que era tudo isso e mais cego de um olho. Vem agora a grande diferença para os concorrentes, o charme , a brejeirice e o repertório tão nacional da paraibana Lucy Alves e melhorainda tocando sanfona e cantando com “mainha e painho”ela no triângulo e ele no violão, a coisa mais brasileira que existe. Em relação às torcidas conseguiu atrair 30.000 pessoas. Para mim ela é A VOZ DO BRASIL. Sam Alves é realmente THE VOICE BRAZIL. O velho complexo de vira-lata do nosso Nelson Rodrigues.

FELIZ 2014

FERNANDO AZEVEDO


Assim como no Natal, o Pediatria e Arte despede-se de 2013 desejando a todos um ano venturoso. Com tantos eventos ele certamente passará rápido. Até Março o Carnaval, depois Semana Santa, pois ninguém é de ferros e tem que descansar para aguentar a Copa de Mundo e o São João. Chegam as eleições em Outubro e logo vem outro ano. Vapt-Vupt. Para a arte 2013 não foi legal. Grandes perdas como Walmor Chagas, Sebastião Vasconcelos, Cleide Yaconis no teatro.  Na música o inigualável Emilio Santiago, o inimitável Dominguinhos e o nosso Rei do Brega Reginaldo Rossi deixam lacunas realmente sem peças de reposição. Meu querido Maestro Menezes, compositor dos mais lindos frevos, nosso regente da Orquestra de Médicos do Recife, Arlindo dos 8baixos. Pegou forte! Vamos em frente esperando que a seriedade se instale em nosso país porque não pode uma Câmara de Vereadores com metade dos seus membros no xilindró. Que novas punições tirem da vida pública em todos os níveis esses descarados ladrões.

FELIZ ANO NOVO

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL

FERNANDO AZEVEDO

Hoje é festa, confraternização, época de meditar um pouco sobre a vida. Não escrevo o habitual blog. Acho que nesse Natal, e sobretudo no ano de 2013 o país pelo seu poder judiciário mostrou que o Brasil está mudando. A cadeia está aberta para receber os intocáveis. A frase o crime não compensa torna-se mais verdadeira.
Feliz Natal e próspero ano novo a todos que lutam pelo bem da nossa pátria.
Que os canalhas reflitam se valeu à pena o roubo, a falcatrua e a dignidade perdida.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A SÍNDROME DO DISMORFISMO CORPORAL

FERNANDO AZEVEDO

Os modelos de beleza que são impostos à sociedade complicam a vida de muita gente, sobretudo a dos adolescentes. É nessa idade que mais existe essa “doença” em pessoas absolutamente saudáveis e bonitas. Aliás, o que é ser bonito(a)? . Em criança ninguém coloque rótulos, pois todas as crianças, rigorosamente todas, são bonitas. É a continuação das nossas vidas, são alegria, graça, leveza, surpresa e todos os possíveis adjetivos elogiosos. Na adolescência vêm grandes transformações corpóreas e começa a valorização desses itens que são variáveis dependendo de épocas. Antigamente não se encontra nas grandes telas de pintores, o biótipo requerido hoje, assim como amanhã terá novas mudanças de padrões. Ser alto ou baixo pouco importa assim como a magreza ou os quilinhos a mais (não sendo exagerado por problemas de saúde) também não é problema. O cérebro sim, esse tem que ser trabalhado para superar essas besteiras estéticas. Desenvolvo esse tema porque é na adolescência ou no adulto jovem que o dismorfismo corporal se acentua e a pessoa não se satisfaz com seus lábios, seu queixo, seus seios, nariz, bumbum e passa a procurar os consultórios de cirurgia plástica para as devidas correções que dificilmente trazem contentamento final e oferecem os riscos que vemos com mortes prematuras por acidentes cirúrgicos e complicações infecciosas. A cirurgia plástica é realmente fantástica, sobretudo a reparadora, mas há sem dúvida um exagero para contentar um jovem ou uma jovem que tem seu psiquismo alterado, mas não seu corpo. É necessário muito critério para autorizar um ato cirúrgico com essa finalidade. Na idade adulta e puxando para a terceira idade é que é cruel a tentativa de rejuvenescimento e isso a gente observa no meio artístico, sobretudo. Envelhecer é bonito, é uma dádiva e muitos melhoram muito com a idade, ficam mais charmosos(as). Vivemos com a cabeça, essa é a parte bonita do nosso corpo.

sábado, 14 de dezembro de 2013

OS VELHINHOS DO NÁUTICO

FERNANDO AZEVEDO

Que fique no registro na história de Pernambuco e do Brasil que o Náutico não virou supermercado ou grupo de espigões graças a dois “velhinhos” alvirrubros: Ricardo Breno Rodrigues (Cacá) o único GRANDE BENEMÉRITO do clube e Annibal Freitas, sócio EMÉRITO e conselheiro. Com a negociação entre o Náutico e a Arena Pernambuco, um excelente negócio para o clube não tenham dúvida, houve uma açodada ideia de negociar os Aflitos para com isso o clube ter rendas para o futebol. O “cavalo estava selado” e não passaria duas vezes. Passou dezenas de vezes, mas o bom senso desses dois velhinhos impediu que o jóquei o montasse e hoje por determinação do Conselho Deliberativo o Náutico é do povo pernambucano. São 112 anos de historia.  Quando chegamos por lá há mais de 65 anos atrás, encontramos uns velhinhos também. Bento Magalhães, Vitorino Maia, Moraes Rego e mais outros homens ilustres e o nosso sempre lembrado e cultuado Eládio de Barros Carvalho. Passamos a copiar os seus passos. Conhecemos a sede velha  e vimos o incêndio. Assistimos a construção da nova e fomos à sua inauguração em 1951. Tudo que está lá testemunhamos desde o alicerce. Nessa fase eleitoral, nós os velhinhos reunidos há anos no terraço de Cacá toda sexta feira, ouvimos os candidatos assim como fomos ouvidos. Em decisão unânime do grupo escolhemos o MTA pelos seus homens e metas. A partir daí estamos ouvindo piadinhas que somos 11 velhinhos, que não somamos que não decidimos eleição e que já éramos. Tudo bem. Nenhum de nós pleiteia cargos, mas exigimos o bem do Clube Náutico Capibaribe. Os velhinhos do Náutico têm família e amigos e o número 11 pode se tornar múltiplo e vai se tornar ou já se tornou. Amanhã, domingo 15 de Dezembro de 2013, os velhinhos estarão sentados numa mesa para conversar e ficar até ver o resultado, conhecer o vencedor. Torceremos pela vitória de Glauber Vasconcelos, Gustavo Ventura e Durval Valença Filho. Se perdermos seremos sepultados. Não ao som da inesquecível forrozeira gonzagueana Marinez e sua Gente, mas sim com a música desafinada de Martinez e seu Bando.

VIVA O NÁUTICO.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

NORONHA E SEUS FILHOS

FERNANDO AZEVEDO


Já escrevi aqui no blog sobre minha experiência de médico em Fernando Noronha.  Naquele tempo a ilha era federal e tinha um superintendente. Como não havia médicos residentes a cada sete dias seguia uma equipe com um clínico, um cirurgião/obstetra, um pediatra e um laboratorista. Foi uma das mais ricas experiências de minha vida médica. Nas minhas observações chamou atenção o primeiro dia de trabalho. Estava no ambulatório e ainda não sabia bem quais os medicamentos que a farmácia possuía e expliquei para a mãe minhas dificuldades iniciais. Aí veio a pancada: - Doutor pode passar o que quiser que eu tenho parentes no Brasil e eles me mandam. Onde eu estava então?Outra coisa que anotei foi o orgulho de ser ilhéu, nativo como eles diziam.  O Dr.Domício, supervisor da área de saúde na ilha falava que pertencia à terceira geração de ilhéus. Salvo engano tudo começou com seu avô ou bisavô, não tenho uma certeza, mas todos os ilhéus exaltavam esse orgulho. Voltei sem nunca mais querer pisar naquele solo, pois sei que jamais seria como foi e queria deixar aquela indelével memória na minha cabeça. Vejo agora em reportagem do Diário de Pernambuco que há NOVE ANOS não nasce um nativo. No sétimo mês a mulher grávida é transferida para o Recife para ter seu filho em segurança. Nasce a criança no Recife, mas recebe uma certidão que é noronhense. Esquisitíssimo, pois é uma certidão falsa. Pela lei uma criança não pode nascer sem assistência de um neonatologista. Foi uma luta a classe pediátrica conseguir esse feito para melhor assistência aos neonatos que eram muito mal cuidados. Isso traz dificuldades, pois teria que haver na ilha no mínimo dos mínimo oito ou nove neonatologistas residentes, pois nem sempreoos bebês nascem bem e precisam e cuidados intensivos. Sei das dificuldades de administrar essa situação, mas onde fica o emocional dessas mães que no sétimo mês de gestação são deportadas? Como fica a amamentação? Quando passei por lá o índice era de 100% praticamente. Todos os bebês saiam do peito para o peixe. Eram as proteínas disponíveis afora um bodinho. Não havia supermercados nem opções outras de consumo. Com o turismo intenso para a ilha ficam os viajantes também sem proteção. A ilha é paradisíaca. Será que não interessaria a médicos jovens uma passagem por lá? Hospital minimamente estruturado e hotelaria para recebê-los em sistema de rodízio com um salário de cubano (pagamento integral ao médico).  Não é fácil, pois aqui nas nossas barbas não tem médico interessado em trabalhar. Inegavelmente o mundo já foi melhor, com mais solidariedade e humanismo.

sábado, 7 de dezembro de 2013

O NÁUTICO E SUA DIGNIDADE.

 FERNANDO AZEVEDO

Aos verdadeiros alvirrubros o espelho do futebol não é o que usamos para nos mirar. Olhamos para um passado de 112 anos, o segundo clube mais antigo do Brasil. O Rio Capibaribe foi o nosso berço daí o nosso nome CLUBE NÁUTICO CAPIBARIBE. Depois de anos, pela dominação inglesa no Recife, aderimos ao futebol que inegavelmente é no panorama atual o carro chefe. Não mais no entanto, o futebol de Vicente ou Manoelzinho Caiçara e Lula, Dico Gilberto e Jaminho, Carmelo, Amorim, Ivanildo, Alcidézio e Zeca , jogadores loucos pelo Náutico, ou se quiserem ir para um tempo que não foi o meu para o time de Djalma, dos irmãos Carvalheira, Estácio Maranhão e João Manoel. O nosso Náutico não aceita os mercenários de hoje que através de empresários e negociatas expõem o clube ao vexame de ter um Martinez detratando o nosso clube nos jornais e televisão e no dia seguinte entrando em campo como CAPITÃO do time. No tempo de Morais Rego, Vitorino Maia, Eládio de Barros Carvalho e outros que amavam o clube ele teria sido expulso sumariamente, pois o Náutico era “uma escola de caráter” como afirmou Moraes Rego em um dos seus discursos. Meu pai foi remador na década de 20, meu irmão Presidente. Fui atleta, diretor de mais de um departamento, conselheiro e sou sócio emérito. Meu primo Ricardo Breno Rodrigues é a maior referência alvirrubra: foi atleta, diretor e superintendente de TODOS os departamentos do Náutico, Presidente do Executivo, Presidente do Conselho Deliberativo, Sócio Emérito, Benemérito e Grande Benemérito. Seu pai, Waldemar Borges Rodrigues foi Presidente do Conselho, seus irmãos são sócios eméritos. Avizinham-se as eleições alvirrubras (domingo dia 15) e no terraço de Cacá (Ricardo Breno) recebemos todos os candidatos para debatermos as metas. Presentes estavam em todas as reuniões Aníbal Freitas conselheiro e sócio Emérito e ex vice presidente, Sebastião Orlando ex-presidente e conselheiro, Waldemar Borges (Deminha) sócio emérito, conselheiro e ex atleta, Adalberto Medeiros , ex atleta, conselheiro e sócio emérito, Antonio Torres pianista e grande alvirrubro, Francisco Dacal conselheiro e ex diretor com grande s serviços prestados, Viberto Melo Rego, ex atleta, sócio emérito e ex Presidente, Helio Tolentino,  conselheiro . Ontem por unanimidade foi decidido o apoio ao MTA (Movimento Transparência Alvirubra) pelo entusiasmo e seriedade de propostas desse grupo. Queremos o Náutico que o MTA quer. Um clube com seriedade de propostas e respeito. Um Náutico que receberá de braços abertos todos que quiserem a esse projeto se incorporar mas dentro das normas traçadas. Nenhum cargo reinvidicamos, mas nossa história é o nosso trunfo para pedir a você que ama o Náutico o voto e o crédito nessa chapa que é a melhor. Vamos reorganizar nosso clube e fazê-lo respeitado mundo a fora. Vamos com o MTA e viva o Náutico.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

NOVAS SÍNDROMES

FERNANDO AZEVEDO

Antigamente as sociedades eram mais estáveis. Lembro-me muito bem da minha infância e adolescência onde tudo e todos estavam em seus lugares. Mudanças de hábitos nas férias com pequenos sonhos de consumo como passar férias em Garanhuns no Sanatório Tavares Correia (era assim que se chamava), Carpina e os mais endinheirados no Rio de Janeiro, capital federal, cheia de charme. A transformação social veio de forma avassaladora. A televisão, o avião a jato encurtando distâncias enormes e desestimuladoras para serem enfrentadas , a internet, mexeram realmente com todos. Novas profissões, novos mercados, transferências de trabalho impuseram a todos, revisões de suas vidas. O país passou por uma estagnação que foi nomeada como “década perdida”. Esses fatos geram SÍNDROMES decorrentes dessas situações. Ex: Síndrome dos filhos de Cônsul, relativo a crianças que mudavam de países e perdiam seus amigos, suas referências, tinham dificuldades iniciais com comunicação linguísticas.Hoje não só os cônsules, mas os executivos passam por isso. Síndrome da mulher do aposentado: mulheres em torno dos 50 anos acostumadas a uma vida com hábitos sem a presença do marido passavam a ter a figura constante e aporrinhadora do homem dentro de casa o dia inteiro a querer da ordens e achar tudo errado, desvalorizando suas determinações. Síndrome do ninho vazio: quando todos os filhos saem de casa e o casal envelhece sozinho. Além de outras surge agora com força a SÍNDROME DO REGRESSO: inadaptação que vai de um jovem que faz um intercâmbio a adultos que tentam a vida em outro lugar, ou são transferidos no trabalho, passam alguns anos e retornam por vários motivos ao seu país ou estado. Engraçado é que a adaptação ao país escolhido para a emigração é em torno dos seis meses e a adaptação ao retorno mais penosa, em torno de dois anos. Essa síndrome cresce porque os países europeus e asiáticos que abriram as portas, agora fecham devido a crises econômicas. O Brasil se abre como um país de oportunidades, mas em termos sociais, educacionais e em cidadania choca-se com o que existe no chamado primeiro mundo não há a menor dúvida sobre isso. O que fazer meu camarada, você que se enquadra nesses caso? Entenda essa “doença temporária”, ela tem um tempo para acabar, mas muitas vezes a bengala de um psicólogo ou psiquiatra é necessária. Bom retorno.