segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A CHACINA DE POÇÃO

FERNANDO AZEVEDO

Uma violência cruel, um crime bárbaro atingindo três agentes da lei, Conselheiros Tutelares e saindo viva só uma criança disputada pelos pais e famílias respectivas. Ninguém é obrigado a viver casado até o fim da vida. Se o casal não se entende, se o desrespeito diário é a tônica, que vá cada um para seu lado, mas que procurem viver com essa separação, a paz tão necessária ao bem estar dos dois. É comum, no entanto com ou sem filhos que as brigas continuem após a separação oficial. O dinheiro é a mola propulsora mais frequente dessas divergências e com isso a raiva vira ódio mortal. Quando existem filhos a coisa complica ainda mais e pode culminar com a tragédia que tomamos conhecimento recentemente. Não é coisa de gente rude, ignorante ou pobre. É coisa de gente má. Pela vivência da profissão, assisto há 50 anos esses casos e tento como posso conversar com o casal separadamente e mostrar que ninguém ganha essa guerra ou batalha como queiram. A criança pequena sofre muito ao passar cinco dias com a mãe e o fim de semana com o pai, pois esse é o modelo mais frequente. Quando fica mais velhinha fica ainda mais frágil,demonstrando tensão com o chegar da sexta ou sábado, e adoecendo nos dias pré e pós “entrega”. Quando adolescentes tem o direito à escolha e vão definindo com quem morar, sendo também muito comum os mesmos serem “comprados” pela melhor situação financeira de um dos pais, nesse mundo materialista e de grifes em que vivemos. Querem me envolver com depoimentos para advogados, me colocando também na fogueira em que vivem e isso não conseguem. Queixas policiais, IML,tudo isso existe se uma criança chega com um arranhão ou sai com outro. É lamentável. A instituição da guarda compartilhada é sensata mas não tenho visto funcionar na prática. Esses assassinatos deixam uma pista fácil. A quem interessaria essa encomenda? Claro que a um lado da família, isso vai ser logo descoberto. De quantos assassinatos já tomamos conhecimento na nossa sociedade mais instruída! Não, realmente não consigo entender e nem viver num mundo de desarmonia e não conheço nem quero conhecer a figura do inimigo.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

BOM CARNAVAL

FERNANDO AZEVEDO

Bom carnaval para todos e isso é o que desejo para mim também. Depois de dois anos ausente volto à ativa. Fico cada dia mais encantado com a fábrica de foliões em Casa Forte no pré-carnaval. Cada dia os blocos infantis tem mais aderência e o bairro se presta a isso mesmo. Muitas ruas estreitas que permitem uma comparação a uma Olinda PLANA no Poço da Panela e várias outras ruas tendo como quartel general a praça. Orquestra no chão e muita ordem e respeito, pois são famílias inteiras participando. Investindo nesses blocos infantis temos a perpetuação das nossas tradições. No carnaval adulto o Para-quedista Real é a excelência. Com dois ensaios no Bar Real e a ultima apresentação no largo da Igreja do Poço cada dia atrai mais gente, com muita juventude presente, diferente de outros blocos onde a terceira idade é predominante. Que surjam outros e tomara que Casa Forte tenha o melhor pré-carnaval do Recife (já tem, que continue). A crítica que faço é aos GIGANTESCOS TRIOS ELÉTRICOS do bloco A turma da Jaqueira segurando o talo. Participei desse bloco desde os primeiros anos e era uma delicia. Com a modificação do percurso e com a entrada dos trios caí fora. É inaceitável o transtorno que provocaram e esse ano fui uma das vítimas deles no sábado de manhã. Não há espaço para manobras e o volume do som é atordoante. Esse é um assunto que acho que a Prefeitura do Recife junto com a CTTU tem que resolver. Conversar com os organizadores, estimular outras opções. Assim como o Galo saiu da Rua da Concórdia não vejo como esses trios gigantescos permanecerem no carnaval de Casa Forte. Novamente BOM CARNAVAL.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

ALCOOL E CIGARRO

FERNANDO AZEVEDO
Não sou inocente: fumei e bebi. Vamos ao entanto a algumas considerações. Sou da geração pós segunda guerra mundial quando o “american way of life” influenciou o mundo inteiro. Os filmes românticos com os galãs fumando seus cigarros de forma charmosa, os cowboys tomando seu uísque sem gelo daí o termo uísque caubói, e a completa e total desinformação sobre qualquer mal que isso pudesse trazer. A meninada toda entrou nos dois. Não me lembro de um amigo de juventude que não fumou e não bebeu. Até jogando basquete quando estava no banco dava para dar uma tragada se o jogo estivesse nervoso. Quem não se lembra do grande campeão de 70, Gerson fazendo propaganda do cigarro Del Rey “o que levava vantagem em tudo” que virou a Lei Gerson. Fotografias oficiais da seleção de 58 tava lá a turma com um cigarrinho na mão. A compreensão dos malefícios do cigarro durou décadas, chegando-se à proibição da publicidade e do fumo na maioria dos locais, extinguindo-se até os fumódromos. Larguei o cigarro há uns 35 anos após uma viagem aos Estados Unidos onde naquela época tive grande dificuldade para acender um cigarro, pois já havia leis rigorosas contra ele. Refleti e parei de fumar com muita força de vontade, mas também sofrimento, pois a droga quer manter os níveis a cada 20/30 minutos. O álcool também deixei, mas por uma causa quase mortal. PANCREATITE. Em Maio completo seis anos de vida de “pastor”. Realmente gostava de toda bebida menos conhaque. Bebia diariamente minha cervejinha noturna – duas garrafinhas- saboreando queijos e outros tira-gosto. Hipertensão moderada controlada. Aí como médico já tinha inteira consciência da dependência embora o trabalho excessivo me proibisse de tomar qualquer dose. Confesso e dizia em casa que tinha muito medo de aposentadoria pois com certeza iria pelo ócio, aumentaria o consumo. “A pancreatite deu verdade ao aforismo que ‘todo mal vem para um bem”. Tenho cuidado em restaurantes com o vinho branco nos peixes. Sem o álcool e o salgadinho acabou a hipertensão também. Por que escrevo sobre essa confissão de culpa? Para advertir a juventude, que está bebendo pra cacete, e bebida forte como vodka e pior, misturado com refrigerantes e assim você ingere muito mais rápido sobretudo no clima quente como o nosso. Tenho tido problemas no consultório com “porres” que podem servir de advertência, mas pior com dependência e já tendo um doloroso caso de depressão e suicídio. Não há possibilidade hoje de um jovem não saber que está se drogando. Minha geração não tinha essa consciência e esse é o fator atenuante. Outras drogas como maconha, cocaína etc. nunca conheci ninguém que usasse. Traficantes? Nem pensar nessa existência. Hoje o negócio está brabo. Carnaval vem ai, próxima semana. Muitos encherão o pote e muitos conhecerão o beber. Nada melhor que uma boa conversa para aumentar a consciência do mal. Os ganhos econômicos com bebida são impossíveis de serem calculados e a propaganda jamais será proibida. Cuidado moçada, muito cuidado pois o bem querer por vocês é grande.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A VOLTA ÀS AULAS

FERNANDO AZEVEDO

A volta às aulas cria expectativas positivas e negativas em crianças e adolescentes. Depois de um período gostoso de férias onde tudo é permitido, em adolescentes esse pode ser o primeiro problema. É fisiológico um aumento de peso na faixa etária de 10 a 12 anos, chamada de segunda repleção e como nas férias a desorganização alimentar é total muitos voltam ao colégio com uma barriguinha proeminente e sabem disso. Em dois meses podem ter aumentado 5 kg, por exemplo, e vem a preocupação com a aparência comparada ao ano anterior, insatisfação comum chamada de Síndrome da dismorfia corporal, quando a pessoa começa a não aceitar seu corpo como um todo. Criam-se na mídia tipos de beleza feminina e masculina e todos os adolescentes (sobretudo) entendem que aquele é o padrão e não se enquadram nele. Com o correr do ano essas transformações não são muito notadas, mas o reencontro pode ser perigoso e traz ansiedades. Outro fato angustiante é a mudança de escola. Muitas crianças pequenas que acostumadas a ambientes menores, onde a Tia o conhece pelo nome chegam a uma escola enorme como um anônimo e a adaptação pode ser trabalhosa. Nesses colégios existem “turmas” já formadas e os novatos podem sofrer o terrível bullying, devendo esse assunto ser bem fiscalizado pela instituição e pelos pais. Observe a satisfação de seus filhos nesse início ou reinício de vida escolar e fiquem atentos a anormalidades de comportamento, pois muitos não se abrem a uma conversa. Use essa semana que falta para prepara-los para esses problemas. Isso trará mais segurança para eles. Não se esqueça de ir modificando os horários de dormir e regular a alimentação nesse fim de férias para que possam se adaptar às novas obrigações. Converse sobre alimentação adequada, necessidade de ingestão maior de líquidos, pois estamos em época muito quente e criança desidrata facilmente, pois são comuns as diarreias de verão. Mãos à obra pais e mãos à obra educadores para fiscalizar esse reencontro com mais rigor.

A VOLTA ÀS AULAS

FERNANDO AZEVEDO

A volta às aulas cria expectativas positivas e negativas em crianças e adolescentes. Depois de um período gostoso de férias onde tudo é permitido, em adolescentes esse pode ser o primeiro problema. É fisiológico um aumento de peso na faixa etária de 10 a 12 anos, chamada de segunda repleção e como nas férias a desorganização alimentar é total muitos voltam ao colégio com uma barriguinha proeminente e sabem disso. Em dois meses podem ter aumentado 5 kg, por exemplo, e vem a preocupação com a aparência comparada ao ano anterior, insatisfação comum chamada de Síndrome da dismorfia corporal, quando a pessoa começa a não aceitar seu corpo como um todo. Criam-se na mídia tipos de beleza feminina e masculina e todos os adolescentes (sobretudo) entendem que aquele é o padrão e não se enquadram nele. Com o correr do ano essas transformações não são muito notadas, mas o reencontro pode ser perigoso e traz ansiedades. Outro fato angustiante é a mudança de escola. Muitas crianças pequenas que acostumadas a ambientes menores, onde a Tia o conhece pelo nome chegam a uma escola enorme como um anônimo e a adaptação pode ser trabalhosa. Nesses colégios existem “turmas” já formadas e os novatos podem sofrer o terrível bullying, devendo esse assunto ser bem fiscalizado pela instituição e pelos pais. Observe a satisfação de seus filhos nesse início ou reinício de vida escolar e fiquem atentos a anormalidades de comportamento, pois muitos não se abrem a uma conversa. Use essa semana que falta para prepara-los para esses problemas. Isso trará mais segurança para eles. Não se esqueça de ir modificando os horários de dormir e regular a alimentação nesse fim de férias para que possam se adaptar às novas obrigações. Converse sobre alimentação adequada, necessidade de ingestão maior de líquidos, pois estamos em época muito quente e criança desidrata facilmente, pois são comuns as diarreias de verão. Mãos à obra pais e mãos à obra educadores para fiscalizar esse reencontro com mais rigor.