segunda-feira, 26 de março de 2012

FALANDO SOBRE SEXO

FALANDO SOBRE SEXO

FERNANDO AZEVEDO

Não fosse o ato sexual nem eu estava escrevendo nem vocês lendo. É interessante essa coisa de sexo no mundo todo. O que é normal em um grupo social é crime em outro, mutilações de clitóris são feitos ainda em algumas civilizações para que mulheres não sintam prazer, poligamia em uns povos e monogamia em outros e assim segue o mundo. Fala-se sobre o desenvolvimento da criança nas suas várias etapas, da sua nutrição, do seu bem estar, mas quando chega na hora em que ela se interessa por sexo há grande dificuldade. Agora está bom. Duro era no meu tempo. Conversa com os pais, nem pensar. A gente aprendia na rua com todas as desinformações e deturpações possíveis. As crianças de hoje morando em cidade e apartamentos perdem a oportunidade de entenderem o ato sexual. Digo sempre que os professores dos meus filhos foram meus saudosos pastores alemães. Eles viram a transa, a gravidez o parto e a amamentação. Fica mais fácil. Vi muita galinha na minha casa quando era pequeno, mas o galo é tão rápido que não da para entender. Também tenho dificuldade para assimilar Educação Sexual nas escolas. Cada criança e adolescente tem seu momento para ser instruído sobre a atividade e o prazer sexual e deve-se aproveitar a primeira pergunta para a primeira instrução que deve ser clara e objetiva, sem “sementinhas”, por favor. Estabelecendo-se a confiança entre pais e filhos o assunto flui sem problemas em cada fase da vida infanto-juvenil. Hoje com a sociedade muito mais aberta, os “ficar” tão presentes, a iniciação sexual tão precoce, adolescentes tem que ter orientações corretas sobre gravidez e DST. Não percam a oportunidade de educa-los sempre que o tema esteja em aberto, mas não precisa marcar dia e hora para o assunto. Hoje a literatura infanto-juvenil também tem bons livros, mas é sempre bom ler antes de entregá-los para que não haja discordâncias entre autor e a educação que os pais pensam dar.Também não queira entregar ao Pediatra ou agora ao Hebiatra essa função. A gente está pronto para ajudar, mas a responsabilidade e a confiança deve estar na relação pais e filhos.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A MASTURBAÇÃO DAS CRIANÇAS


A MASTURBAÇÃO DAS CRIANÇAS

FERNANDO AZEVEDO

Está assustada com o assunto? NORMALÍSSIMO E OBRIGATÓRIO em meninos e meninas. Não pense que é só na adolescência que a masturbação acontece, sobretudo nos rapazes e de forma obrigatória também. Numa linda poesia de CARLOS PENA FILHO em Retrato Breve do Adolescente: O coração do adolescente foi visitado “por Isa, Rosa e uma vaga/Maria da Conceição/ E naquele mais do que nunca/ herói do sonhar em vão/ foi dormir com todas elas/ nas curvas da própria mão”. Lindo, não? Pois é minha gente, o bebê que começa tendo todo seu prazer na boca e com ela reconhecendo tudo e também nunca devendo ser reprimido por isso (cuidado com objetos pequenos) com o passar dos meses suas mãos descobrem o pintinho e o pipiu e aí haja prazer. Nenhuma repressão, nada é feio e nem “pecado”. Se proibir é que vai trazer frustrações com repercussão no futuro. Se notar que está excessivo, pode ser que a solidão esteja sendo uma forma de desenvolver a masturbação com mais frequência. Dê mais atenção ao pirralha, ocupe-o, coloque suas mãos para trabalharem um desenho, uma brincadeira qualquer sem chamar a sua atenção, não reprimi-lo sobretudo publicamente. A vida é feita de fases e devemos aproveitar e gozar o mais possível cada etapa da nossa existência. 

segunda-feira, 12 de março de 2012

Artigo Publicado no DP - Ao Facebook, os amigos e o terraço


Ao Facebook, os amigos e o terraço

Fernando Azevedo Médico fj_azevedo@uol.com.br

Recife, domingo, 4 de março de 2012

Uma casa, um terraço, um portão que se abre sem porteiros e um belo quintal, foram os cenários de minha vida. Todas as ruas do Espinheiro nos pertenciam e o Instituto Recife com o cinema Espinheirense formavam o centro cultural. Minha rua era a Amapá. Vizinhos maravilhosos e também de hábitos curiosos. Seu Nemer árabe gigante sempre aos sábados com duas galinhas debaixo do braço compradas no mercado da Encruzilhada para onde ia de pijama. Seu Nelson tinha na sua calçada uma argola para amarrar o cavalo que trazia do seu sítio frutas e verduras, deixando sempre uma bela mijada de lembrança por muitos dias. Ninguém reclamava. Dona Fifa na esquina de Carneiro Vilela numa cadeira de balanço falando mal da nora invariavelmente a quem passava. Dona Diva defronte, fumando charuto, sempre lembrando seu filho ausente o grande Antonio Maria jornalista e compositor. Ao lado, o som do violino de Álvaro Matos bem na janela do meu quarto e eu cantando as melodias a pedido de Dona Silvia. Do outro lado Seu Batista com medo de todos os micróbios do mundo. No terraço os amigos.



Combinação de programas, muitas risadas. Lembro-me de um verdadeiro tumulto que demorou não mais de dois dias. O terraço, a rua, não cabia de gente. Tinha sido admitida temporariamente em minha casa uma copeira loura, uma verdadeira escultura, envergando um vestido estampado em azul e uma aliança de noiva. Um decote generoso. O boato se espalhou rapidamente e os que não tinham intimidade ficavam pela rua e os de casa esperando acabar o jantar para ver aonde iria aquela deusa chamada Edileusa. Dona Lulinha minha mãe demitiu-a no segundo dia de trabalho para tristeza de toda uma juventude carente. Dias depois um dos nossos, o grande cadastrador de domésticas do Espinheiro, localizou-a fazendo strip-tease no Teatro Marrocos de Barreto Júnior com o nome de Brigite Brunnet. Lotação esgotada e gritos da nossa torcida organizada. Pouco a pouco fomos conhecendo melhor a nossa loura. Adoro uma casa cheia, mas como convidar amigos se não têm onde estacionar seus carros. Identificação na portaria e prisão em uma gaiola até que sejam autorizados a subir não é um gesto de delicadeza. E assim vamos perdendo aquele contato gostoso, o calor do abraço e a visão freqüente de uma pessoa que queremos bem. Depois de casar os filhos minha casa ficou vazia e triste. Não tive alternativa.



Apartamento foi o meu destino definitivo. Agora o Facebook é o local do papo com um monte de gente que há muito não via. Não deixa de ser gostoso, mas me faz falta meu terraço e ele não se chama varanda. Ainda bem que nas sextas feiras à noite no Jardim Carioca o terraço de Cacá (Ricardo Breno) nos acolhe e lá saboreamos estórias deliciosas. Apareçam. Talvez um dia Edileusa...

HÁBITOS ALIMENTARES


FERNANDO AZEVEDO

Lendo uma vez sobre técnicas de vendas em supermercados soube que os produtos mais caros, os mais tentadores ficam sempre à direita porque a maioria da população é destra. Os produtos infantis sempre em prateleiras mais baixas também à direita e os carrinhos de compras hoje já tem o lugar do pequeno motorista na parte de baixo. Com isso compram os primeiros salgadinhos da vida. Você come frutas, saladas de verduras? Se não come como  fazer desse hábito saudável um exemplo para os filhos. Como querer que eles comam se os pais não dão o exemplo. Alimentação é um hábito, e se mal conduzido traz problemas para mudá-los. Criança não tem dinheiro nem transporte para fazer suas compras então são os pais e algumas vezes as avós e tios e tias que agradam a criança com coisas que não fazem bem à saúde. Depois vem a engorda, hipertensão e não se imagina porque. Defendemos o leite materno até os seis meses de idade porque nada é melhor do que ele. Pela dieta da mãe o sabor vai variando e o bebê já começa a perceber vários paladares. Depois é só seguir com vegetais como frutas, legumes e verduras, proteínas animais e não comprar refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados etc.  Se comer eventualmente ou não vai gostar ou se gostar fica mesmo no eventualmente que também não faz mal. O mundo luta contra a obesidade que é uma primeira doença de uma série de males associados tais como diabete tipo2, hipertensão arterial, doenças das articulações etc. Dá tempo de mais de rever suas compras e mudar seus hábitos em benefícios da nova geração


ESTÓRIAS INFANTIS
De um leitor anônimo do meu blog.
O filho Carlinhos foi a um casamento judeu e lá para as tantas o rabino começou a orar e cantar e o pirralho assustado pergunta alto à mãe
- Mãe, esse homem é doido ou ainda não aprendeu a falar? 
- Cala a boca menino, fale baixo.
Apurou o ouvido com um gesto de concha e soltou
-Mãe ele ta cantando a música do Rei Leão: ratuna matatat ahhhhheeee.
Não deu pra segurar Carlinhos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

AS PICADAS DE INSETOS NAS CRIANÇAS

AS PICADAS DE INSETOS NAS CRIANÇAS

FERNANDO AZEVEDO

Nesse nosso clima tropical, é um fato corriqueiro o incômodo problema de picadas de insetos que atinge mais as crianças menores. Um cuidado é fundamental: já que a coceira é intensa, é preciso aparar bem as unhas para evitar ferimentos que comumente infectam, tornando-se impetigo, podendo além de outras coisas terem como consequência uma doença renal chamada GNDA (glomérulo nefrite difusa aguda) uma reação imunológica que existe pela presença de estreptococos nas lesões. Essas picadas podem acontecer no ambiente doméstico, mas também nas escolas. O clima não permite roupas que protejam mais a pele e então fica a situação complicada.  O uso de repelentes é válido e os à base de citronela são muito bem tolerados. Pode ser usado na pele exposta ou sobre as roupas com a dificuldade de repetir várias aplicações pois seu efeito é de pouca duração(em torno de 3 a 4 horas). Velas à base de citronela também funcionam, pois o óleo que a planta contem se espalha pelo ambiente e afugenta os mosquitos. Existem também outras substancias Aloe Vera – no Autan ou DEET no Off kids). Já que o mosquito não desaparece, o uso contínuo de repelentes pode irritar a pele e existem algumas restrições em crianças abaixo de dois anos. O veiculo para as substâncias é sempre álcool e apesar das fórmulas com hidratante a pele às vezes fica irritada. Se possível use roupas que cubram a pele ,sobretudo nas pernas que é o local mais atingido. Outra solução é o plantio da citronela que cresce fácil em jardineiras e solo tendo que ter o cuidado de coloca-lá em situação em que o vento leve o aroma da planta apara dentro do ambiente e em planta-lá em área de sol. Manjericão também tem um cheirinho agradabilíssimo para nós e ainda serve para fazer uma marguerita. Só o mosquito não gosta. Arvores grande como o Eucalipto e outras também podem ajudar a afastá-los. Vivemos numa situação incontrolável de Dengue, portanto além de erradicar os criadouros temos que também tentar nos proteger. Um procedimento que às vezes funciona muito bem, é o uso contínuo de vitaminas do complexo B (Complexo B Roche). Não faz mal o uso continuado pois não são vitaminas de depósito no organismo e exalam pelo suor um cheirinho que os mosquitos não gostam. Se você notar que a criança amanhece com lesões na pele, em qualquer área incluindo couro cabeludo, às vezes com forte reação alérgica, não tenha dúvida que são formigas que estão picando o bebê à noite. Faça uma investigação rigorosa no colchão e ambiente do quarto e nunca o deixe comer na cama.

quinta-feira, 1 de março de 2012

O MARAVILHOSO ATO DE ADOTAR CRIANÇAS

O MARAVILHOSO ATO DE ADOTAR CRIANÇAS
FERNANDO AZEVEDO

Há muitos anos, quase cinquenta, assisto a adoção de crianças e fico emocionado com o fato. Acho que adotantes são seres diferenciados, bons de corpo e alma e que retiram da marginalidade social uma criança irresponsavelmente abandonada. O querer realizar esse ato sempre é muito pensado, discutido e elaborado. Sempre é uma decisão madura. Tenho uma grande quantidade de adoções entre meus clientes por ter tido a sorte de lidar com senhoras que altruisticamente se encarregavam de dar um lar a uma criança. Uma delas, holandesa e mais duas pernambucanas, eram as responsáveis por essa organização com fins lucrativos: o de serem mais sensíveis que nós outros, conseguindo inserir na sociedade crianças desprezadas. Italianos, franceses, holandeses vinham para o Recife passando meses para conseguirem obter a legalidade do processo, e sempre protegidos pelos seus países de origem em relação à manutenção do emprego e custos no Brasil. Esses estrangeiros ainda tinham um mérito a mais: vários bebês com problemas sérios de saúde eram adotados sem nenhum problema e com muito amor. Lembro-me de trigêmeas levadas para a Itália sem separa-las. Recordo chegar à casa de uma dessas senhoras e encontrar 3 a 4 crianças nascidas no interior e permanecendo na casa delas até conseguirem um adotante. Duas lactentes com COQUELUCHE e a senhora vigiando dia e noite com sua filha esses bebês. Lembro também de uma senhora do que se chama alta sociedade que acompanhou toda a gestação de uma adolescente do interior, para que a criança fosse adotada por sua filha, dando-lhe completa assistência. Já da sala de parto e posteriores cuidados em berçário a criança sairia para a casa da família rica. A jovenzinha, no entanto ao parir agarrou-se com a criança dizendo que não dava a filha a ninguém, chorando e me botando para chorar e me solidarizar com aquele instinto materno.
Vocês sabem por que tocar nesse assunto agora: duas mortes brutais de filho matando os pais. E porque discuto? Por causa do comentário de uma senhora dizendo: “Tá vendo no que da adotar.Sabe lá qual era a genética dessa família?
Imediatamente me veio à cabeça que todas as crianças adotadas passaram a ser alvo de comentário em escolas e sociedade em geral. Que brutal discriminação. Antigamente a adoção era escondida. Muitas mulheres se exilavam em outro estado e em outros pais (tenho um caso) e voltava com o rebento como se fosse filho gerado por ela. Até descrevia o parto. Mentira logo desvendada e desmoralizada.
O comportamento mudou, a adoção passou a ser um ato humanístico de alto nível. Reconheço e digo aos meus filhos que EDUCAR é muito difícil. Sempre tive rédeas curtas com eles, identificando convivências e até acabando namoro na marra. Sem arrependimentos. Cometi também erros que com a maturidade que tenho hoje não faria, mas como não errar?
O que estranho no caso das manchetes atuais é o abandono dos filhos pelos pais. O do Parnamirim, assassinado por um vizinho em legítima defesa, vivia só em casa com uma irmã com briga permanente entre eles, fato relatado pelos que assistiam, em depoimento nos jornais. Na adolescência envolvimento com drogas que é o caminho mais visto nesses casos, e o fim trágico.
No dos pastores o envio para os Estados Unidos de um jovem de 17 anos, para morar com uma tia e se qualificar em falar inglês, segundo relato nos jornais. Jovem negro num país onde os negros americanos são discriminados imagine os estrangeiros e hispânicos como nos rotulam. Com que sociedade esse jovem conviveria? Com certeza sofreu bullying em alto e pernicioso grau e se mandou para a marginalidade com drogas e crimes. Treze anos de ausência do seu país me parece muito estranho. Porque não o diagnóstico precoce do problema cujo medicamento é compreensão, afeto, e muito e muito amor. Livrar-se do problema colocando-o debaixo do tapete não poderia dar certo.
Quanto à genética o que me dizem da alemã de São Paulo. A Ritchofen, se é que se escreve assim, não lembro. Não era “filha legítima” e ainda mais de sangue azul, raça pura? E a de Brasília que matou os pais e agora foi inocentada a custa de muita grana. Não era filha de dois magistrados? E no sentido contrário de pai matar a filha?O Nardoni, de descendência italiana, primeiromundista.
Vamos para o sertão pernambucano onde famílias se matavam e eram parentes. Ao nascerem essas crianças já eram formadas para um dia assassinarem um parente, com o pacto de honra de não se matar criança nem mulher. Estavam livres para morrerem os que completassem 18 anos.
A criança é produto do meio. Na delinquência procure sempre a culpa no ambiente. Investigue que acha. Nada funciona se não houver um lar verdadeiro com muito afeto e estímulo para que cresçam respeitando valores. Hoje se terceiriza muito a infância. Pela ausência dos pais na luta pela vida, estão transferindo responsabilidades para a escola e professores que são coadjuvantes na educação, mas nunca os atores principais. Sou um advogado da infância. Se algo da errado no comportamento de uma criança ou de um jovem acuso sempre o meio ambiente em que vive.
Quero exaltar novamente a adoção. Acho um ato maravilhoso, da maior dignidade que garante um bom lugar para esses pais na eternidade. Meus parabéns a vocês pais e filhos, adotantes e adotados.
Em tempo: na Itália uma dessas senhoras que referi participa todo ano do DIA NACIONAL DA CRIANÇA ADOTADA (não sei se o nome realmente é esse) Porque não criar o DIA DA CRIANÇA BRASILEIRA ADOTADA. Garanto que o céu nesse dia ficaria mais azul estrelas iluminariam o caminho dessas famílias. Pouco a pouco cairia o preconceito transformando a sociedade numa sociedade melhor.