segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

MOLUSCO CONTAGIOSO


FERNANDO AZEVEDO

O assunto de hoje no PEDIATRIA E ARTE é para relatar um fato acontecido com uma criança minha cliente para os quais sou Pediatra e Advogado. Rábula e nem dos bons, mas exerço a função. Início de ano escolar, matrícula na natação, compra de todos os itens tipo calção, touca etc. Ao chegar à piscina foi barrada por apresentar MOLUSCO CONTAGIOSO. Entenda o trauma. O choro, a decepção, o dano causado na cabeça desse pirralho. Como uma criança que está ótima, não sente nada, está ávida para a experiência pela expectativa causada e de repente lhe barram os passos e ela volta frustrada e chorando para casa. Ora bolas, MOLUSCO CONTAGIOSO é uma doença besta, assintomática, não representa nenhum problema de saúde publica, não é doença de notificação obrigatória, podendo aparecer essas “bolinhas” em qualquer parte da pele, menos nas palmas das mãos e sola dos pés. A maior parte das crianças é imune a essa doença banal. A maior parte dos casos está entre crianças de 1 a 4 anos, mas vai até a adolescência. Tem cura espontânea dentro de um ano ou pouco mais. O contágio é de pessoa a pessoa nesse agarra agarra saudável da escola e da infância. Também toalhas, roupas, pranchas no caso da natação (cada um pode ter a sua assim como a toalha). Às vezes a localização é em regiões mais expostas tipo face, pálpebras chegando a incomodar física e emocionalmente.Se proíbem uma criança de nadar em uma piscina deveriam também proibi-la de ir ao colégio, pois o contagio é muito maior. Já pensou examinar diariamente 3.000 alunos desses colégios grandes ou centenas dos menores todo dia para ver se tem o TERRÍVEL MOLUSCO? Um exame médico para uma pessoa entrar numa piscina beira piada. Já pensou as piscinas públicas? Haja emprego. Um atestado de saúde dado hoje com validade de 3 a 6 meses , kkkkkkkk. Uma piscina tem que ser cuidada. Maioria usa cloro (mais barato) que tem que estar na quantidade certa, pois o excesso provoca irritação em pele e mucosas e os alérgicos sofrem muito com isso e por isso não se usa em algumas. Tem que ter o pH ideal, pois a acidez ou alcalinidade permite crescimento de algas, tem que ter precipitantes para manter a água sempre azul e límpida. Cuidei de piscina mais de 30 anos sob orientação de Paulo Costa Rego querido amigo e profissional do ramo. A água é fonte de saúde e de doença. Cuide mal dela e verá as consequências. As piscinas é que devem ser visitadas pela Vigilância Sanitária e não as crianças serem inspecionadas se podem ou não entrar nelas. Voltando ao MOLUSCO o tratamento é banal, curetando-se a lesão ou usando uma agulha para retirar o material caseoso que fica dentro da mesma e usar álcool iodado. Tá resolvido. Dói uma besteira, crianças maiores colaboram e existem pomadas anestésicas que se usa com meia hora de antecedência para diminuir a dorzinha de nada. Em regiões sensíveis como falei acima, faz-se em sala cirúrgica sob sedação. Não causem decepção a crianças. Molusco na pele sai rápido. Na cabeça....

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


BEBÊ CONFORTO- CINTO DE SEGURANÇA

FERNANDO AZEVEDO

Em pouco tempo QUATRO acidentes de queda de bebês da caminha portátil, extremamente útil, mas que tem que ser usada corretamente. Causa do acidente: O não uso do cinto. O adulto por um movimento anormal inclina o bebê conforto e a criança rola, caindo de uma altura de mais ou menos um metro com enorme possibilidade de dano cerebral. Contando ninguém acredita mas “vi com esses óio que a terra há de cumê”. Se desconfiar pergunte a minha secretária Chris e se desconfiar mais ainda peço aos amigos do face que façam o depoimento de como aconteceu. Realmente foi uma coisa inusitada, em toda a minha vida não vi nenhum e em aproximadamente dois meses vi QUATRO. Uma coisa que se deve ter cuidado é nunca colocar a cadeirinha no alto, em cima de uma mesa, cadeira etc.. Sempre no chão e não se preocupe se algum cachorro doméstico passar e lamber, cheirar etc. Pior e grave é a queda. Em um dos casos foi uma avó a causadora e imagine o desespero, o choro convulsivo de uma culpa que realmente não podia imaginar. NUNCA deixe a criança mesmo que em pequenos deslocamentos, ficar sem essa proteção. As sociedades de Pediatria tem em sua estrutura organizacional o comitê de acidentes na infância e cada dia mais surgem novas e inesperadas formas do acontecimento. Prevenir é melhor que remediar, já diz o velho adágio, mas é que o fato pode não ter remédio.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

VIVA O CARNAVAL


FERNANDO AZEVEDO

Esse ano estarei fora e vou explicar (o inexplicável) por que. Tive uma infância carnavalesca e a juventude ainda mais. Tempo de corso e de bailes nos clubes Internacional e Náutico, sobretudo e depois no auge do Português. Uma coisa que detestava era o famigerado mela-mela. Dava vontade de dar porrada mesmo (mas nunca dei) em quem viesse me sujar de graxa, água podre etc. Como esse entrudo foi ganhando corpo decidi me ausentar e ir para São José da Coroa Grande por anos a fio. Certo dia ao chegar ao consultório  uma semana antes do Carnaval, encontro uma fantasia de árabe e um bilhete de Enéas Freire me “obrigando” a participar do primeiro desfile do Galo da Madrugada, fundado no ano anterior. Eu era Pediatra de Gustavo e tinha uma grande amizade com a família. Não pude deixar de lado. Acontece que a cidade funcionava normalmente e era meio esquisito sair fantasiado e com uma caneca para tomar chope. Para não ir sozinho chamei meu querido amigo Jota Passos e fomos os dois. Delícia. No ano seguinte convoquei mais cinco que toparam. E lá ia a orquestra no chão e os 70, 100 fantasiados atrás. Entraram as madames anos depois, aumentando o grupo. Compus com Fernanda Aguiar eu a letra e ela a música o famoso Frevo do Galo:” Acorda Recife acorda, que já é hora de estar de pé”, pois o Galo partia cedo mesmo. A orquestra passou a sair num caminhão tipo pau -de –arara pois os músicos reclamavam de pancadas que levavam na boca pois a essa altura o número de participantes era bem maior. Em vez de uma, três orquestras. Compus outro frevo com Fernanda Aguiar A PRAGA DO GALO que Enéas dizia ter sido o motivo da multiplicação (e bota multiplicação) do Galo. “QUEM NÃO QUER SAIR NO GALO TEM DEZ ANOS DE AZAR, dizia um dos versos em gravação de André Rios. O grupo já estava muito grande e com os filhos,  não dava para sair fazendo todo o percurso. Passamos a ficar na Rua da Concórdia no escritório de Helio Beltrão o Formigão, e o grupo só aumentava com filhos e amigo dos filhos no chão da rua mais importante do Carnaval. Mudaram então o percurso e morremos todos. Mataram-nos. A lembrança de todos os carnavais era muito forte. Ano passado a convite dos meus queridos amigos do Galo fui para o camarote. Se já estava na UTI fui a óbito. Requeri então minha aposentadoria (DO GALO). Enquanto vocês estão ai, estarei por ali fazendo uma viagenzinha  com a madame e um querido casal amigo. Se minha colombina cedeu aos meus apelos para entrar no Galo quando para ela compus FREVO DA COLOMBINA chegou a hora e a vez dela  me chamar para sair.
Um belo Carnaval para vocês e até a volta.·.