segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

NOVAS SÍNDROMES

FERNANDO AZEVEDO

Antigamente as sociedades eram mais estáveis. Lembro-me muito bem da minha infância e adolescência onde tudo e todos estavam em seus lugares. Mudanças de hábitos nas férias com pequenos sonhos de consumo como passar férias em Garanhuns no Sanatório Tavares Correia (era assim que se chamava), Carpina e os mais endinheirados no Rio de Janeiro, capital federal, cheia de charme. A transformação social veio de forma avassaladora. A televisão, o avião a jato encurtando distâncias enormes e desestimuladoras para serem enfrentadas , a internet, mexeram realmente com todos. Novas profissões, novos mercados, transferências de trabalho impuseram a todos, revisões de suas vidas. O país passou por uma estagnação que foi nomeada como “década perdida”. Esses fatos geram SÍNDROMES decorrentes dessas situações. Ex: Síndrome dos filhos de Cônsul, relativo a crianças que mudavam de países e perdiam seus amigos, suas referências, tinham dificuldades iniciais com comunicação linguísticas.Hoje não só os cônsules, mas os executivos passam por isso. Síndrome da mulher do aposentado: mulheres em torno dos 50 anos acostumadas a uma vida com hábitos sem a presença do marido passavam a ter a figura constante e aporrinhadora do homem dentro de casa o dia inteiro a querer da ordens e achar tudo errado, desvalorizando suas determinações. Síndrome do ninho vazio: quando todos os filhos saem de casa e o casal envelhece sozinho. Além de outras surge agora com força a SÍNDROME DO REGRESSO: inadaptação que vai de um jovem que faz um intercâmbio a adultos que tentam a vida em outro lugar, ou são transferidos no trabalho, passam alguns anos e retornam por vários motivos ao seu país ou estado. Engraçado é que a adaptação ao país escolhido para a emigração é em torno dos seis meses e a adaptação ao retorno mais penosa, em torno de dois anos. Essa síndrome cresce porque os países europeus e asiáticos que abriram as portas, agora fecham devido a crises econômicas. O Brasil se abre como um país de oportunidades, mas em termos sociais, educacionais e em cidadania choca-se com o que existe no chamado primeiro mundo não há a menor dúvida sobre isso. O que fazer meu camarada, você que se enquadra nesses caso? Entenda essa “doença temporária”, ela tem um tempo para acabar, mas muitas vezes a bengala de um psicólogo ou psiquiatra é necessária. Bom retorno.

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