FERNANDO AZEVEDO
Acordamos segunda feira e como sempre abro
os restaurantes. Café da manhã comum como em todos os hotéis, mas com uma coisa
que nunca tinha visto: massas (talharim e outra massinha tipo inhoque) com
molho de tomate e saladas de legumes. Fomos conhecer Havana num dia lindo e uma
temperatura muito agradável. É obrigatório conhecer a cidade a pé. Para as
pessoas com alguma dificuldade de locomoção ou que não aguentem o rojão, existe
uma coisa chamada bicitaxi que custa 10 CUCS a hora e você vai explorando a
cidade que realmente encanta pelas largas ruas e avenidas, calçadas ótimas e
praças agradáveis que são um local de convivência importante numa cidade. Numa
primeira praça funcionava um sebo e venda também de peças antigas como
relógios, pequenos objetos de mesa como vemos em nossos antiquários. Uma coisa
chama a atenção: perto de 100% dos livros são sobre Che Guevara e Fidel e
alguns Hemingway e assuntos diversos. Seguimos andando e da forma que você vê
ruas estreitas e agradáveis com prédios limpos e conservados, depara-se também
com verdadeiros cortiços de uma pobreza e promiscuidade gritante. Como tinha
como companheiros de viagem dois amigos arquitetos (Mônica e Moisés) e como sou
um perguntador juramentado aprendi que o modelo arquitetônico de Havana é tipo
geleia geral, acreditando eles que pela falta de uma mão de obra de qualidade,
a leitura das plantas não eram fiel e elementos locais eram introduzidos nas
construções. Outro detalhe explicado por Moisés é que as ruas sofrem pequenas
angulações de forma que o pedestre não a enxerga em toda a extensão, tirando
aquela sensação de preguiça de andar um longo trecho. Cubanas vestidas a
caráter, com charuto enfiado na boca nos pegam para fotografias em busca de
alguns cucs (peso cubano do turista) músicos também compõem a cena e ouvi um
trompetista que tirava do instrumento um som delicioso. Muitos grupos de
estrangeiros em diversos pontos da cidade, sempre europeus. Só nós falávamos português.
Seguimos para o Centro de artesanato a única coisa que Havana vende. Os
adoradores de shoppings procurem outro lugar para ir. Chama a atenção entre os
artesanatos joias, diversos instrumentos musicais percussivos, caixas lindas de
madeira para armazenar charutos e as camisas e bonés revolucionários. Um povo
muito simpático e alegre recebe o turista. Na volta para um belo almoço num
restaurante italiano que era vizinho ao nosso hotel (preços ótimos e comida
deliciosa) contratamos 2 côcotaxi, cada um levando 3 passageiros. Uma moto em
forma de coco, uma delicia de transporte numa cidade com um transito calmo. Só
o motorista usa capacete, mas confiávamos na medicina cubana em caso de
acidente.
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