FERNANDO AZEVEDO
Estava eu com meus 14 anos em 1954 e
estudando no Colégio Padre Felix. As aulas seguiam normais quando de repente
vem a ordem do Dr. Rodolfo Aureliano proprietário do colégio para que todas as
lições fossem interrompidas e os alunos fossem para o pátio. Ninguém sabia do
que se tratava e o silêncio dominava o ambiente. De repente chega o diretor e
de frente para os alunos diz em voz consternada: - As aulas foram interrompidas
porque Getúlio morreu.
Ouve-se a voz alta de um gaiato: - Antes
ele do que eu! Ai o momento de pêsames e silêncio virou uma bagunça não mais
contida.
Voltei de Cuba recentemente onde fui
passear no período do carnaval e escrevi quatro blogs sobre minhas observações.
Poderia não ter a menor credibilidade e justificadamente. Como um turista pode
formar opinião em tão curto período? Acontece uma coisa comigo quando viajo.
Hoje com a internet procuro informações antes de seguir. Quando cheguei, muitas
cenas e hábitos já eram do meu conhecimento. Outra coisa,é que sou um
perguntador, um curioso que gosta de saber coisas do povo, da vida enfim. Em
Cuba não consegui uma só conversa. Até o guia a quem dei uma camisa do Náutico
de presente e o nomeei Presidente do Cuba Náutico Capibaribe nada me disse.
Queria o seu nome para enviar uma correspondência oficial do Náutico com a
nomeação. Coisas atenciosas somenteCalado saiu de fininho. Pedi a Larissa a
nossa chefe de excursão e ela sabia apenas o apelido e enfim desisti. Com o
povo na rua o único interesse deles é conseguir algum dinheiro e se alguém lhe
abordar não espere outra coisa. Os músicos maravilhosos que ouvi, com a certeza
a mais absoluta vivem dos trocados recebidos e venda de Cds. Falando nisso
comprei quatro. Um mudo, outro esgasgado na primeira música e mais dois
deliciosos. Não é má fé, é precariedade.
Há uma semana recebi de Regina Porto uma
querida pessoa, um livro escrito por Samarone Lima, jornalista e escritor
nascido no Ceará, mas vivendo no Recife e que recomento a todos vocês. VIAGEM
AO CREPÚSCULO é um relato doloroso e apaixonante de um jornalista de extrema
sensibilidade que realmente viveu um mês em Cuba, não como turista e sim
morando com cubanos ora em quarto de aluguel, convivendo com estudantes de
medicina, ora em casa da inesquecível Celeste e apresenta um riquíssimo relato
sobre o que é a vida dos cubanos nesses 50 anos de regime ditatorial comunista.
Quanto sofrimento e total impotência de reação, pois um mísero direito a um pão
por dia não possibilita a luta contra um sistema onde os elementos do governo a
aderentes vivem muito bem e o povo muito mal. Aconselho entusiasticamente que
leiam esse livro, que se façam trabalhos escolares sobre o assunto para que se
desmascare essa farsa de um “regime socialista” para onde segue o nosso
dinheiro em bilhões de dólares tirando do nosso povo as melhorias a que tem
direito para entrega-los a esses assassinos irmãos Castro e asseclas. Quem se
junta a eles ou a qualquer outro regime ditatorial merece as condolências dos
alunos do Padre Felix de 1954. A notícia das mortes desses deve ser motivo de
risadas. Não merecem nada.
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