FERNANDO AZEVEDO
Como descrevi no primeiro comentário
ficamos hospedados num hotel centenário classificado como 4 estrelas. Bem junto
há um cinco estrelas mais elegante e bonito, mas isso não é o importante. A pessoa
em Havana deve se hospedar no centro justamente para andar e conhecer a cidade
pausadamente. Num bairro chamado Vedado, existem os melhores hotéis, mas você
precisa de taxi para ver tudo. Não vale a pena. Uma coisa que me interessou
pelas leituras que faço antes de viajar, foi conhecer as “casas de renta” ou os
rooms for rent. Meus companheiros são medrosos e ninguém se arriscou a entrar.
A casa que conheci (existem várias, é como conseguem uma renda extra) era
simpática com um quarto para três pessoas, ventilador e um banheiro limpo.
Hospedagem e uma refeição a 30 Cucs por dia e nada que meta medo, uma casa de
família, hospedagem atraente para um mochileiro por exemplo. Os hotéis são
caros. O turismo internacional em Cuba cresce de forma impressionante e dados
de 2005 já referiam 2.300 milhões de turistas ano, que da emprego a mais de
300.000 cubanos sendo essa hoje a maior fonte de renda do país. Como a
qualidade do turista é boa e a faixa etária mais idosa os hotéis
obrigatoriamente tem que elevar seu padrão. A alimentação é boa e o preço
também. Nas praças se encontrar uma carrocinha que vende um sorvete de coco numa
quenguinha não deixe de tomar um e traga outro num isopor para mim. É
imperdível. Todo programa turístico tem sempre o que chamo de “pega besta”. É
aquela coisa montada, tipo casas de fado ou de tango. Assistimos a um
espetáculo desses num hotel. O gostoso foi chegar lá num Cadillac conversível
1951, de cambio automático e levando seis passageiros. Cuba não pode perder
esse charme que de repente faz você
retroceder 60 anos. Conversando com o motorista ele falou da dificuldade de
manter esses carros, pois qualquer peça quebrada tem que ser refabricada por
eles. O espetáculo musical foi bom, mas acho a música caribenha muito mais para
dançar. Ouvi-la é ótimo também, mas não é para ficar sentado numa cadeira por
mais de uma hora. Nos hotéis estão sempre grupos musicais presentes e
deliciosos. Ganham gorjeta dos hóspedes e vendem CDs a 10 Cucs. Assisti a uma
quase adolescente tocando Tico Tico no Fubá ao violão. Quando ela parou
perguntei: Qual o nome dessa música? Ela respondeu: Tico Tico. Completei e
expliquei a razão do nome e o autor que ela também nunca tinha ouvido falar.
Interessante é que todos os grupos musicais vocalizam. Há o cantor solista, mas
sempre fazem 3 a 4 vozes. De forma muito gostosa. Escrevo ouvindo-os. Da música
brasileira ouvi uma vez Garota de Ipanema e Mais que nada.
CURIOSIDADES – andando pela cidade
encontramos dezenas de cachorros, o que se chama aqui de cachorro vadio. Lá
todos tem um crachá no pescoço com o nome e o lugar onde habitam. Estão sempre
próximos a militares ou dando um bom cochilo.
Deixei Havana com saudade de tudo, mas acho
que os três dias completos são suficientes para o turista. Mais que isso seria interessante
se pudesse conhecer a área médica, hospitais etc. Cuba já foi considerada a 6ª.
Medicina do mundo e na minha formação tive um Professor cubano, o Dr. Arturo
Aballi. Hoje Cuba é a maior exportadora de médicos para países subdesenvolvidos
sendo junto ao turismo, tabaco e açúcar as maiores fontes de renda do país.
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