segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A REFORMA DO ENSINO



FERNANDO AZEVEDO


Converso com meus adolescentes e também vejo os livros de meus netos e fico horrorizado com a quantidade de besteiras a serem decoradas, com a leitura desinteressante de textos de historia, geografia e ciências humanas, (as ciências exatas não comento) num festival de cultura inútil que irrita. Portanto sou a favor de uma modificação ampla no ensino médio embora sem opinar sobre a que foi proposta, pois não sou da área e também não sei mais detalhes, mas a proposta de diminuir o número de cadeiras e deixar ao estudante a opção de se aprofundar nas áreas dos seus interesses no mínimo é mais sensata. No meu tempo havia o clássico e o científico que era um modelo melhor que o atual. Eu que ia fazer medicina saia da exigência das ciências exatas e aprofundava-me em História Natural (Biologia- Zoologia e Botânica). O vestibular de Medicina constava de provas de Historia Natural, Física e Química somente. O Clássico era para os estudantes de Direito e afins onde essas cadeiras citadas para Medicina não existiam. Muito mais lógico. Acho o tempo integral também um processo interessante desde que não venha o terceiro expediente com deveres de casa. Casa é para outra coisa, para convivência familiar, e outros prazeres entre eles a leitura sem o caráter de estudo e sim de prazer. O aprender tem que parar no colégio. Depois é diversão, jogar bola e infelizmente hoje caçar Pokémon. Tenho uma cliente que vem de Aldeia caçar Pokémon na Jaqueira, pois o filho não os acha onde mora. E por falar nesses joguinhos já escrevi aqui o mal que tem causado pelas noites mal dormidas devido à excitação que trazem essas competições. Acordam sonolentos e desinteressados pelas aulas e recebem diagnósticos de TDA. O colégio tem que ser interessante  e atraente e não chato. Crianças de hoje estão sem a alegria que precisam ter nessa fase da vida. Adolescentes estão estressados pelo excesso de informação desnecessária e inútil. A preparação para o vestibular é uma obsessão e rouba também o prazer que tem essa faixa etária de andar em bandos despreocupados, começando o voo de libertação progressiva para a idade adulta. Está sem dúvida errado o curriculo atual. Vamos lembrar Ataulfo Alves quando dizia “ eu igual a toda meninada/ quanta travessura que eu fazia/ jogo de botão pela calçada/ eu era feliz e não sabia. E ficar para sempre com a “saudade da professorinha/que me ensinou o Bê A Bá. Reforma, seja bem-vinda.

PS- Qual não é a minha surpresa ao ler no jornal de ontem que a reforma depois de anunciada pelo Ministro da Educação, exaltada pelo Presidente da República em solenidade oficial e feita através de medida provisória para um andamento mais rápido, fica adiada para 2018. Assim não da. Pensar primeiro, depois agir excelências, mas agir mesmo. Que coisa!

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