segunda-feira, 5 de setembro de 2016

OS JOGOS OLÍMPICOS, O TRABALHO INFANTIL E O FATIAMENTO DE LEIS.



FERNANDO AZEVEDO 



O título pode dar a entender que estou ficando meio maluco, mas na descrição do pensamento vão concluir que ainda sou o mesmo. Já conversei aqui sobre umas reuniões que fazemos nos sábados à tarde na casa de um primo Ricardo Breno (Cacá) no seu terraço conhecido como Terraço Cultural e já também apelidado por Reinaldo de Oliveira de Acacádemia. Sem nenhuma pretensão de erudição discutimos os mais diversos assuntos e assim aprendemos uns com os outros. Ontem mesmo André Carneiro Leão fez uma palestra memorável sobre Francisco Brennand. Vida e obra. Inesquecível e enriquecedora. Np sábado anterior convidei uma querida cliente e amiga Maria Cláudia, mineira de Três Corações e Procuradora do Estado de Pernambuco. Sua paixão: viagens, esportes e TÊNIS, sobretudo. Ela foi VOLUNTÁRIA nos Jogos Olímpicos, Dois anos antes se abrem inscrições em todo o mundo para a participação dos voluntários e sem eles simplesmente não se pode fazer os Jogos. O candidato passa todas as suas informações em reação a dados pessoais como profissão, idade, habilidades, línguas que domina etc. Durante esses dois anos são feitas provas e cursos on-line até a escolha final que para ela caiu justamente como um presente no dia do seu aniversário em Junho.  Ficaria designada para a área de tênis, sua paixão, mas como BOLEIRA.  Saio um pouco do assunto Jogos Olímpicos e entro no trabalho infantil. Quando eu era criança ganhava uma semanada que dava para ir ao cinema Espinheirense, comprar bombom  da Renda Priori, guaraná Fratelli Vita, mas me virava com uns extras, ciscando quintal, encerando a sala e quartos da casa com cera Parquetina e enceradeira Electrolux de três escovas trocadas a cada fase do enceramento.  Trabalho infantil não escravo. colaborador e educador. Volto ao tênis. Em todos os campeonatos mundiais de tênis você vai ver como boleiros, crianças e pré-adolescentes ajudando os campeões passando-lhes as bolas com precisão e entregando toalhas para enxugarem mãos e rosto. Na Copa do Mundo faz parte da solenidade a entrada em campo de cada jogador acompanhado de uma criança. A finalidade, além de proporcionar a felicidade e o sonho de uma criança de participar do ato é também o da responsabilidade lúdica, digamos. Momento inesquecível para elas.  Minha querida Maria Claudia, voluntária que pagou todas as suas despesas como passagem, alimentação, moradia temporária (ela no caso ficou em casa de um casal amigo), quarenta anos e um quebradinho como se diz, mãe de dois filhos, portadora de hérnia de disco lombar com dores incômodas diárias ficou curada com a profissão de boleira de tênis, mas se não tem direito de entrar no Estatuto do Idoso para evitar exercer esse trabalho exaustivo de horas incalculáveis de uma partida de tênis, poderia ter sido beneficiada se a LEI DO TRABALHO ESCRAVO INFANTIL no Brasil fosse FATIADA e permitissem que crianças sorrissem trabalhando e não sofressem. Ser voluntário de Jogos Olímpicos é um sonho. Sem os voluntários simplesmente eles não existiriam e tenho certeza que Claudia já está pensando no Japão. Lá as crianças japonesas que limpam suas escolas, preparam as refeições dos colegas, apanham o lixo deixado nas tarefas exercidas estão acostumadas a essa dureza do trabalho infantil. Aqui com a proibição o governo prefere que eles cheirem cola. Vamos FATIAR? Será que precisa ir ao STF?

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