FERNANDO AZEVEDO
Tinha 15 anos quando Carmen
Miranda morreu em 1955 e seu corpo transladado para o Rio de Janeiro para aqui
no Brasil ser enterrado. Cumpriram seu desejo. Suas imagens em revistas e
jornais ficaram na minha memória. Depois, ha muitos anos atrás, fui visitar o
Museu Carmen Miranda onde lá estão expostos seus pertences, sobretudo o
vestuário: turbantes, sapatos, baianas, colares etc. Suas músicas conheço de cor
quase todas e sempre nutri uma enorme admiração por ela. Uma grande mentira foi
disseminada dizendo que os americanos a prestigiaram e a endeusaram porque
queriam que o Brasil ficasse favorável aos eles e não aos alemães na Segunda
Grande Guerra Mundial. Não havia nem
guerra quando Carmen foi levada para os Estados Unidos pelo empresário
Schubert, dono de mais de 100 teatros nos Estados Unidos depois de vê-la num
show no Cassino da Urca. Ruy Castro escreveu (como sempre o faz) um livro maravilhoso,
CARMEN, onde detalha com riqueza e profundidade o que foi a vida dessa
extraordinária artista que jamais será superada pelos séculos que virão pela
frente. Carmen conquistou com sua arte o Brasil, Argentina, os Estados Unidos,
Cuba, e Europa.
Ontem à tarde no Terraço
Cultural, um espaço de convivência raro ou raríssimo na casa do primo-irmão
Ricardo Breno, junto a outras pessoas que comparecem para dissertarem sobre os
mais diversos assuntos sem nenhuma pretensão de erudição, falei sobre ela. A
cada sábado voltamos mais informados sobre as coisas belas da vida.
Carmen foi vítima do seu talento.
O disco, o show em teatros, o cinema, as entrevistas e propagandas faziam com
que ela dormisse duas horas por dia, devido à ganância dos empresários e não
dela que nunca deu a menor importância a dinheiro. Começou a tomar drogas
permitidas na época – anfetaminas - para mantê-la acordada e barbitúricos para
dormir. Posteriormente o álcool e o cigarro foram os adjuvantes de sua morte
aos 46 anos de idade.
O problema continua e os artistas
vivem sendo explorados por empresários inescrupulosos que o programam para uma
vida estafante e perigosa, com morte nas estradas e em aviões (lembrem o
Mamonas Assassinas) que partem em condições metereológicas adversas só pelo
compromisso no palco seguinte.
Carmen Miranda deveria ser
assunto de livros de História do Brasil. No mundo artístico ninguém a superará.
Adorei!!!!
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