segunda-feira, 6 de junho de 2016

CRIANÇAS ALTAS E CRIANÇAS BAIXAS

FERNANDO AZEVEDO



Se voltarmos nossos olhos para a Europa, sobretudo para os países nórdicos vamos observar

um padrão humano muito semelhante. A miscigenação por lá foi pequena. Se olharmos para o

Brasil que descoberto por Portugal país multirracial e aqui os portugueses encontraram índios

e depois trouxeram pretos da África e depois chegaram os invasores franceses, holandeses e

depois comercialmente os judeus, árabes, alemães, italianos, ingleses obrigatoriamente o país

passa a ter uma poluição genética. Se olharmos o Brasil do sul (Paraná, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul) pela forte imigração europeia o padrão é completamente diferente do Brasil do

norte até São Paulo. Se vamos a qualquer local público constatamos os biótipos e cores de

todos os tons. Na escola começam os problemas da valorização dos biótipos. Temos que ter

consciência que a maioria da população puxa para o feio e daí o destaque dos realmente mais

bonitos, isso em todas as cores. Esses vão para as passarelas, televisões, cinema etc. Trabalha-

se em Pediatria com curvas de crescimento. Essas curvas desenham os percentis por onde as

crianças vão seguindo de uma forma harmônica no peso (nem emagrecimento nem sobrepeso

ou obesidade) assim como as curvas da estatura que também devem ser sem desvios. Se há

alteração chama atenção. Da mesma forma existe a curva do perímetro cefálico que nos alerta

para parâmetros anormais como os casos de microcefalia, tema da atualidade ou

macrocefalias. Acontece que com essa mistura genética temos numa mesma família pessoas

altas e outras baixas. Meu avô materno, por exemplo, tinha 2m14 (Antonio Leonardo

Rodrigues- podem procurar no Google se digitarem RODRIGÃO) Na descendência somos todos

altos, mas ninguém chegou aos 2m de altura. Na escola o deflagrar da puberdade vai dos 9 aos

l4 anos nas meninas e nos meninos dos 11 aos 15 e ai começa a comparação, a separação de

amigos (os púberes já se consideram diferentes e não encontram mais companhia nos

impúberes) e isso traz traumas psíquicos. Ganhei o apelido de PIXOTO no Náutico e mesmo

em casa, pois só estiquei aos 15 anos. Chama-se esse fato de Retardo Puberal Constitucional.

Isso se repetiu em primos e filho. Chateia mas resolve-se com conversas ou mesmo com apoio

psicológico. O que quero atingir é a obsessão por filhos altos quando a genética não traz esse

desenho e ai vem as aplicações de hormônio do crescimento de uma forma mal conduzida,

fazendo a criança tomar injeções diárias até o fim do crescimento em torno dos 16 anos. Esse

desconforto doloroso físico e mental levará a uma altura final às vezes menor da que seria pela

evolução normal. Em certas doenças crônicas o crescimento é retardado, como nos casos de

irradiações cranianas, cardiopatias, nefropatias. Nesses casos nada adianta o uso hormonal.

Em outros vale à pena, mas com um diagnóstico preciso de falta de produção ou produção

inadequada. . O tratamento é muito caro. Pode ser feito pelo SUS se realmente um especialista

comprovar a necessidade do uso. Sinceramente eu vejo a vida pelo cérebro, pela sensibilidade

e inteligência das pessoas, a cultura que encanta e não por um palmo a mais ou a menos. Na

vida esportiva, por exemplo, os pequenos exploram certas atividades onde os grandes não

podem entrar (jóquei, piloto de formula 1, ginástica olímpica etc., assim como os baixinhos

não chegam ao basquete e no voleibol). É a vida. A inteligência, no entanto cabe em qualquer

tamanho, abre qualquer porta e o Brasil tem exemplos magníficos de pequenos grandes

homens e mulheres. O mundo também.

Um comentário:

  1. Belas e sábias palavras. Como mãe de um garoto de 12 anos, ainda impúbere, sei bem o que é isso !

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