FERNANDO AZEVEDO
Está nos jornais e na
boca do povo a difícil situação do meu e do nosso querido Clube Náutico
Capibaribe. Um clube com 116 anos de existência não pode ter uma velhice como
essa, de total desrespeito à sua história, com brigas e intolerâncias entre
irmãos de mesmas cores. Volto a escrever que ser do Náutico e querer o seu bem
é uma questão de genética. Meu pai foi remador na década de 20, eu atleta,
diretor e conselheiro, meu irmão tudo isso e Presidente, meus primos, todos
atletas e conselheiros e Ricardo Breno foi tudo e hoje é o único GRANDE
BENEMÉRITO,o maior título concedido a um alvirrubro. Meus netos já estão todos
fardados com suas camisas. Genro e noras também não tem opção. Conheço bem o
clube. Divergências sempre existiram e isso é saudável. BRIGAS NÃO. E é isso o
que está acontecendo. O Náutico já teve mecenas e não vou citar nomes. Faltava
dinheiro e lá ia uma comissão que era muito bem recebida e o cheque assinado.
Salvavam o clube de situações financeiras difíceis. Essa figura não existe mais
embora recentemente, dias atrás, um novo mecenas apareceu para pagar a
prestação do Profuti, uma dívida federal que se não paga, agrava e torna
desesperadora a situação. Jogadores que não recebem, funcionários pobres sem
seus vencimentos e os casos na Justiça do Trabalho aumentando e arruinando o
clube. Não frequento há muito tempo as reuniões do Conselho Deliberativo onde
tinha taquicardia durante e insônia depois. Não é uma sala nobre e sim um
ringue, um octógono e não são proibidos golpes baixos. Vale tudo mesmo. O
social não funciona, não há um evento. Ah, não se frequenta mais clube! Logo
adiante o Country e um pouquinho depois a AABB provam que o cidadão é ávido por
uma associação social e que pode abrigar torcedores de outros clubes como foi
na minha época com o basquete cheio de rubro-negros e o Sport cheio de
alvirrubros. O ambiente era salutar. O Timbu Coroado um gigante adormecido que
poderia fazer eventos mensais de preparação para o carnaval se limita a
bisonhamente sair às ruas no domingo. Meu tempo no clube passou, não posso mais
ser o que fui nem assumir nenhuma tarefa, mas jamais deixei de pagar minha
mensalidade apesar de ser dispensado dela por ser Sócio Emérito. Se
construirmos uma comunidade onde haja compreensão entre seus participantes
salvaremos o clube. Se suceder o contrário teremos a escolha entre o enterro e
a cremação material. Espiritualmente o Náutico persistirá ad eternum olhando
sem amaldiçoar os que lhes fizeram tanto mal.
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