FERNANDO AZEVEDO
Converso com meus adolescentes e
também vejo os livros de meus netos e fico horrorizado com a quantidade de
besteiras a serem decoradas, com a leitura desinteressante de textos de
historia, geografia e ciências humanas, (as ciências exatas não comento) num
festival de cultura inútil que irrita. Portanto sou a favor de uma modificação
ampla no ensino médio embora sem opinar sobre a que foi proposta, pois não sou
da área e também não sei mais detalhes, mas a proposta de diminuir o número de
cadeiras e deixar ao estudante a opção de se aprofundar nas áreas dos seus
interesses no mínimo é mais sensata. No meu tempo havia o clássico e o
científico que era um modelo melhor que o atual. Eu que ia fazer medicina saia
da exigência das ciências exatas e aprofundava-me em História Natural
(Biologia- Zoologia e Botânica). O vestibular de Medicina constava de provas de
Historia Natural, Física e Química somente. O Clássico era para os estudantes
de Direito e afins onde essas cadeiras citadas para Medicina não existiam.
Muito mais lógico. Acho o tempo integral também um processo interessante desde
que não venha o terceiro expediente com deveres de casa. Casa é para outra
coisa, para convivência familiar, e outros prazeres entre eles a leitura sem o
caráter de estudo e sim de prazer. O aprender tem que parar no colégio. Depois
é diversão, jogar bola e infelizmente hoje caçar Pokémon. Tenho uma cliente que
vem de Aldeia caçar Pokémon na Jaqueira, pois o filho não os acha onde mora. E
por falar nesses joguinhos já escrevi aqui o mal que tem causado pelas noites
mal dormidas devido à excitação que trazem essas competições. Acordam
sonolentos e desinteressados pelas aulas e recebem diagnósticos de TDA. O
colégio tem que ser interessante e atraente
e não chato. Crianças de hoje estão sem a alegria que precisam ter nessa fase
da vida. Adolescentes estão estressados pelo excesso de informação
desnecessária e inútil. A preparação para o vestibular é uma obsessão e rouba
também o prazer que tem essa faixa etária de andar em bandos despreocupados, começando
o voo de libertação progressiva para a idade adulta. Está sem dúvida errado o
curriculo atual. Vamos lembrar Ataulfo Alves quando dizia “ eu igual a toda
meninada/ quanta travessura que eu fazia/ jogo de botão pela calçada/ eu era
feliz e não sabia. E ficar para sempre com a “saudade da professorinha/que me
ensinou o Bê A Bá. Reforma, seja bem-vinda.
PS- Qual não é a minha surpresa ao ler no jornal
de ontem que a reforma depois de anunciada pelo Ministro da Educação, exaltada
pelo Presidente da República em solenidade oficial e feita através de medida
provisória para um andamento mais rápido, fica adiada para 2018. Assim não da.
Pensar primeiro, depois agir excelências, mas agir mesmo. Que coisa!