FERNANDO AZEVEDO
Mais um Natal, mas Papai Noel não mais entrando em chaminés. Agora
desce de paraquedas ou helicópteros numa grande festa comercial que existe na
época e até muito justa, pois muitos melhoraram seus rendimentos cada vez mais
minguados nessa época natalina. Saiu numa das edições da Folha de São Paulo um
trabalho de pesquisadores australianos e ingleses contestando a figura do Papai
Noel tão disseminada em todo o mundo. “Se pai mente para o filho, como
conseguir a confiança dele depois”. Isso pra mim é demais, coisa de gente mal
humorada e teórica. Acreditei em Papai Noel durante minha infância e esperava ansioso
meu presente, mas não conseguia vê-lo colocando nos meu chinelo a bola, a
chuteira, e outros modestos presentes que pedia. Não fiquei com raiva de
ninguém por isso e lógico que quando se descobre que ele é uma figura de
fantasia e o Papai Noel é o nosso pai ou mãe que compra o presente, vem aquela
decepção realmente. Mas isso ficar como marca de uma mentira que prejudique a
personalidade e a felicidade da criança não entra na minha cabeça. Toda a minha
convivência com um enorme grupo de crianças, não registra ninguém transtornado
mentalmente e nenhum jogou fora o amor aos pais por essa enganação explicada posteriormente.
Continuo na idade que estou a gostar de fantasias, não só as carnavalescas, mas
as da vida. O sonhar com felicidade que as coisas aconteçam, o sorrir e o
cantar e ao mesmo tempo ser solidário com todas as pessoas que atravessam
dificuldades, pois a vida não é fácil e faz parte dela as duas faces da moeda. Tenho
até pena das crianças de hoje que não podem ser iludidas com a figura do Papai
Noel que no meu tempo só aparecia perto do Natal, víamos no cinema, e era único
no mundo por isso dava pra acreditar. Agora ele chega em Outubro, está em todos
os shoppings do Brasil e do mundo, nas lojas mais fuleiras de bairros, ora
gordos, ora magros, e aí menino não é besta pra acreditar nessas figuras. Não
da mais para ter essa conversa até porque os presentes são entregues
antes. Guardo, no entanto a alegria de
ver meu chinelo com o presente que pedia em cartas que também não mais existem,
e pedido por zap não tem graça nenhuma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário