GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
FERNANDO AZEVEDO
O Brasil assusta pela sua decadência moral. Enoja ler o noticiário político e ao mesmo tempo
anima ver a prisão dos antes intocáveis. A saúde é um desastre e a PÁTRIA EDUCADORA ímã
lástima. Relatório do IBGE a Sínteses dos Indicadores Sociais de 2015 publicado em Dezembro
mostra uma cena constrangedora. A gravidez de meninas entre 15 e 19 anos revela que 85%
delas não completaram o ensino médio. 50% não estudam nem trabalham e as que se ocupam
com trabalhos caseiros somam 92%. Representam 17,4% da fecundidade total do país. Triste,
muito triste, porque a infância e a adolescência são períodos onde o investimento cultural tem
que ser intenso para formar um adulto pronto para ter seu emprego, seu salário e seus
projetos de vida. Cada vez mais vemos esse grupo ligado ao crime e às drogas. O problema não
é de hoje, mas o que decepciona é que cada vez mais ele cresce. A gestação numa adolescente
compromete a sua vida, é um risco. Por outro lado destrói qualquer possibilidade como mostra
a estatística, de tornar-se uma pessoa capaz. Quando acontece em meninas de classe média
ou alta, tenho exemplos disso no consultório, o primeiro problema é a expulsão do colégio, e
como se diz popularmente, além da queda o coice. Desestrutura as famílias, pois o pai
adolescente também não tem o menor preparo para a responsabilidade de genitor. Para quem
sobra? Para avós que não estão mais na vida para educar e sim curtir a fruta plantada. Casar os
jovens nem pensar. Temos que deixar a vida seguir dando todo o apoio possível aos dois. Nas
classes pobres isso é impossível, não há essa possibilidade de apoio. Cada dia se torna mais
importante o planejamento familiar. Famílias cuja matriarca teve mais de vinte filhos não
existem mais. Na minha geração tenho fotos de famílias de seis e cinco filhos, mas também
não terei com os jovens de hoje. Saio relíquias. Pode-se dizer hoje que um é pouco, dois é
bom, três é de mais. As casas não cabem, os carros também e o bolso não aguenta parar saúde
e educação, pois um filho hoje está custando em torno de R$3.000,00 no barato. O mundo
discute a natalidade. 179 governos participam do CIPD (Conferência Internacional sobre
População e Desenvolvimento). Ter filhos por escolha, nãopor acaso. Países estão velhos e
precisando de crianças. Outros não podem receber crianças pela falta de condições
ambientais, alimentação, guerras ou superpopulação como na China que agora liberou para
alguns o direito a um segundo filho. Os jovens brasileiros estão procurando oportunidades na
Europa ou no continente norte americano, mas não são muitas. Estão decepcionados com o
desemprego que só cresce, e o país afunda na corrupção e lama que não é só de Mariana. É
fétida em Brasília onde estão os poderes da República.
FERNANDO AZEVEDO
O Brasil assusta pela sua decadência moral. Enoja ler o noticiário político e ao mesmo tempo
anima ver a prisão dos antes intocáveis. A saúde é um desastre e a PÁTRIA EDUCADORA ímã
lástima. Relatório do IBGE a Sínteses dos Indicadores Sociais de 2015 publicado em Dezembro
mostra uma cena constrangedora. A gravidez de meninas entre 15 e 19 anos revela que 85%
delas não completaram o ensino médio. 50% não estudam nem trabalham e as que se ocupam
com trabalhos caseiros somam 92%. Representam 17,4% da fecundidade total do país. Triste,
muito triste, porque a infância e a adolescência são períodos onde o investimento cultural tem
que ser intenso para formar um adulto pronto para ter seu emprego, seu salário e seus
projetos de vida. Cada vez mais vemos esse grupo ligado ao crime e às drogas. O problema não
é de hoje, mas o que decepciona é que cada vez mais ele cresce. A gestação numa adolescente
compromete a sua vida, é um risco. Por outro lado destrói qualquer possibilidade como mostra
a estatística, de tornar-se uma pessoa capaz. Quando acontece em meninas de classe média
ou alta, tenho exemplos disso no consultório, o primeiro problema é a expulsão do colégio, e
como se diz popularmente, além da queda o coice. Desestrutura as famílias, pois o pai
adolescente também não tem o menor preparo para a responsabilidade de genitor. Para quem
sobra? Para avós que não estão mais na vida para educar e sim curtir a fruta plantada. Casar os
jovens nem pensar. Temos que deixar a vida seguir dando todo o apoio possível aos dois. Nas
classes pobres isso é impossível, não há essa possibilidade de apoio. Cada dia se torna mais
importante o planejamento familiar. Famílias cuja matriarca teve mais de vinte filhos não
existem mais. Na minha geração tenho fotos de famílias de seis e cinco filhos, mas também
não terei com os jovens de hoje. Saio relíquias. Pode-se dizer hoje que um é pouco, dois é
bom, três é de mais. As casas não cabem, os carros também e o bolso não aguenta parar saúde
e educação, pois um filho hoje está custando em torno de R$3.000,00 no barato. O mundo
discute a natalidade. 179 governos participam do CIPD (Conferência Internacional sobre
População e Desenvolvimento). Ter filhos por escolha, nãopor acaso. Países estão velhos e
precisando de crianças. Outros não podem receber crianças pela falta de condições
ambientais, alimentação, guerras ou superpopulação como na China que agora liberou para
alguns o direito a um segundo filho. Os jovens brasileiros estão procurando oportunidades na
Europa ou no continente norte americano, mas não são muitas. Estão decepcionados com o
desemprego que só cresce, e o país afunda na corrupção e lama que não é só de Mariana. É
fétida em Brasília onde estão os poderes da República.
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