terça-feira, 24 de março de 2015

CIRCUNCISÃO E AUTISMO

FERNANDO AZEVEDO

Leio hoje na conceituada revista ARCHIVES OF DISEASES IN CHILDHOOD que experiências dolorosas em recém-nascidos e lactentes podem levar a danos psicológicos futuros se não se usa uma analgesia ou anestesia adequada e o Autismo pode ser um comportamento a ser exibido. Sabe-se a que a população judaica tem a operação de fimose como um procedimento precoce por motivos religiosos e isso é feito muitas vezes logo após o parto e sem procedimento anestésico adequado. O estudo seleciona 39.000 casos seguidos por nove anos e em cerca de 5000 são observados danos psicológicos, incluindo o Autismo. Foi muito importante para a criança a especialidade de Neonatologia. No inicio de minha carreira médica o Pediatra não entrava na sala de parto. O anestesista e o obstetra cuidavam do recém-nascido o pegado pelos pés e dando palmadas provocando às vezes hematomas nos pirralhos. Também não se tinha respeito ao bebê nos berçários onde se falava alto, batia-se nas incubadoras e aquilo é uma caixa de ressonância, e entendia-se que o recém-nascido não sentia dor pela imaturidade do seu sistema nervoso ainda pouco desenvolvido. Uma verdadeira falta de respeito com a criança completamente desassistida ao vir ao mundo. Na minha geração, graças à luta de nossos professores arrombamos a porta e passamos a assitir o parto. Os conhecimentos foram se aperfeiçoando e cada dia a mortalidade nos primeiros trinta dias de vida diminuiu consideravelmente. Sem dúvida as experiências dolorosas, exames invasivos devem ser evitados na infância porque a criança guarda essas memórias que não fazem bem à sua estrutura psicológica. Um simples hemograma às vezes é inesquecível. Dosagens bioquímicas desnecessárias, check-ups infantis não tem sentido a não ser em certos casos e quanto menos manuseio em um recém-nascido mais feliz ele fica. Uma criança de aspecto saudável não precisa estar sendo incomodada com picadas desnecessárias. É como você comprar um super carrão e mandar verificar o motor na primeira revisão. O olho clínico é soberano e os exames são complementares se não se tem uma certeza diagnostica. As crianças agradecem se não forem picadas. Bastam os mosquitos.

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