segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O DIFÍCIL TRATAMENTO DA OBESIDADE

FERNANDO AZEVEDO

Por que todos os gordinhos e gordos (hoje chamados obesos) que conheci até hoje tem como característica principal a simpatia? Por que querer modifica-los com dietas exageradas para torna-los magros, irritados, sem aquela risada gostosa característica de todos os gordos. Por padrão de beleza não é. Os tipos de beleza são mutáveis e para provar isso vejam-se as telas dos maiores pintores de séculos atrás onde a barriguinha não era de tanquinho e os seios eram fartos. As figuras masculinas também não precisavam do desenho anatômico de todos os seus músculos à base de academias e suplementos. O que se concluiu é que esse peso excessivo arrastava consigo mais doenças. Os joelhos não aguentam o sobrepeso, começa a hipertensão arterial, o diabete mellitus é frequente e o colesterol ruim vai entupindo os vasos sanguíneos nobres e menos nobres além de problemas de pele etc. A obesidade não é uma doença única. Ela trás uma série de companheiras. Houve uma mudança do padrão alimentar mundial e até na China e Japão onde se procurava um gordinho e não se achava eles já estão por lá rodando. Nos Estados Unidos pai da obesidade mundial pela alimentação fast-food tem mais de 60% de gordos. Agora vamos a outros detalhes, a genética. Um magrinho casa com uma gordinha e lá vem a prole, metade gorda e metade magra. Começa então o tratamento do gordo proibindo-o de comer biscoitos recheados, sorvetes, bolos e tudo de padaria. Para o pai magro e o filho magro ta tudo liberado. Fica difícil. O tratamento da obesidade tem que ser coletivo e a mudança das compras tem que ser gradual passando a radical. Não pode entrar na casa alimentos nocivos e não pode haver discriminação na família. O eventual aniversário não faz mal com seus brigadeiros etc. Outra coisa é a atividade física que no gordo vai diminuindo pela pouca resistência e complicando a sua engorda. Ele tem dificuldade de participar não só por bullying como também por total insensibilidade dos “técnicos” em esportes que por não notarem habilidades os escanteiam, pois querem ter no seu plantel só ”negociáveis”. A coisa é complicada e cada vez mais aumenta o número de cirurgias bariátricas com sucessos e insucessos porque a maior operação não é na anatomia digestiva, mas sim no psiquismo, na conscientização que o peso excessivo e uma dieta inadequada não são coisas boas para a saúde e a longevidade. A mesma conscientização que precisa ter o fumante e o alcoólatra ou usuário de outras drogas. Chega-se ao absurdo do inaceitável procedimento de engordar o gordo para que ele consiga entrar na chamada obesidade mórbida e o plano de saúde aceitar a cirurgia. Quantas mortes já aconteceram, quantas complicações, quanta qualidade de vida que foi pro beleléu quando a finalidade era justamente outra. Os supermercados criaram carrinhos de compras e as crianças vão em baixo dirigindo. Tudo que engorda está nas prateleiras mais baixas e acessíveis às crianças também, e ai começa o erro. O corre corre da vida e o querer agradar os filhotes para compensar a ausência do convívio soma-se a essas dificuldades. O que fazer? Perguntar no Posto Ipiranga!

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