Sempre digo aos meus filhos que “educar um filho” é tarefa
difícil. De qualquer forma, com erros confessos, acho que acertei mais que
errei e estão ai os três já com suas famílias e todos com ficha limpa. Uma
coisa difícil a influenciar a educação é a cultura de cada povo ou mesmo
exemplificando simplesmente Pernambuco, diferenças de conceitos entre a
população da capital e do interior ou se quiser ir para o Rio de Janeiro entre
zona norte e zona sul e pior ainda em Brasília antro de maus exemplos e
safadezas desde a sua fundação, um local sem ética e sem valores. Leio um
artigo exaltando o “modo francês” de educar. Em que consiste o conteúdo
principal, vamos a ele. A criança não é o reizinho da casa. Os pais não vivem
em função deles, não os acompanham em festinhas infantis ou parquinhos, “em
resumo educam, mas conseguem manter a vida adulta, sem transformar suas vidas
num play-ground”. Desde que comecem a falar o bonjour, au-revoir, o merci é
obrigatório. Comem o que tiver na mesa e não comidinhas especiais para cada um.
Não se sujam, não jogam comida no chão e
não fazem birra. Para a psicopedagoga Ceres Araujo (PUC – SP) que morou em
Paris as francesas sabem dizer” não e pronto” e não se perdem em longas
explicações. Não e pronto! Se houver réplica, a resposta é “não porque sou sua
mãe e sei o que é melhor”. ”É na adolescência, quando caberia esticar a
conversa que muitos pais exaustos dizem o "não e pronto". São
comportamentos invertidos. “A criança precisa ser obediente na infância para na
adolescência se tornar um desobediente”. A alimentação tem horários e sempre na
mesa. Esse é um ponto que debato muito com meus clientes e não há forma de
entender de outro jeito. Cadeirão, logo que possível, sem TV, sofá e aviãozinho
pelo amor de Deus. A criança passa por fases de ótimo apetite e de inapetência
e isso deve ser entendido e se ela estiver bem nenhuma preocupação. A hora de
dormir é uma disciplina importante e se começa mal é duro mudar. Os franceses
não dão folga aos bebês e se chorarem à noite pelo menos 10 minutos de espera
até ver o que precisa. Ceres afirma que copiamos o modelo americano e vivemos
num “filharcado” onde o filho é soberano.
Ta vendo como é complicado? Que modelo você prefere? Uma
coisa do dia-a-dia são os casais separados e quase sempre num litígio
permanente. Um diz não e o outro sim, com um pode e com o outro não pode.
Entram os avós na arena e a confusão aumenta com as discordâncias. Minha
educação foi do modelo rígido (alemão ou francês), com disciplina pra tudo e
hora marcada para chegar e sair. Na adolescência tive minhas vitórias ao chegar
em casa ao amanhecer com Dr. Rinaldo me procurando pelas ruas do Espinheiro. As
ordens dele de chegar cedo eu cumpria rigorosamente e lá pelas seis e meia estava
chegando. Adorava a noite a boemia e o violão, mas estava formado o homem com a
disciplina e responsabilidade para uma vida adulta. O negócio é complicado.
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