segunda-feira, 14 de abril de 2014

NÃO E PRONTO

Sempre digo aos meus filhos que “educar um filho” é tarefa difícil. De qualquer forma, com erros confessos, acho que acertei mais que errei e estão ai os três já com suas famílias e todos com ficha limpa. Uma coisa difícil a influenciar a educação é a cultura de cada povo ou mesmo exemplificando simplesmente Pernambuco, diferenças de conceitos entre a população da capital e do interior ou se quiser ir para o Rio de Janeiro entre zona norte e zona sul e pior ainda em Brasília antro de maus exemplos e safadezas desde a sua fundação, um local sem ética e sem valores. Leio um artigo exaltando o “modo francês” de educar. Em que consiste o conteúdo principal, vamos a ele. A criança não é o reizinho da casa. Os pais não vivem em função deles, não os acompanham em festinhas infantis ou parquinhos, “em resumo educam, mas conseguem manter a vida adulta, sem transformar suas vidas num play-ground”. Desde que comecem a falar o bonjour, au-revoir, o merci é obrigatório. Comem o que tiver na mesa e não comidinhas especiais para cada um. Não se sujam, não jogam comida no chão  e não fazem birra. Para a psicopedagoga Ceres Araujo (PUC – SP) que morou em Paris as francesas sabem dizer” não e pronto” e não se perdem em longas explicações. Não e pronto! Se houver réplica, a resposta é “não porque sou sua mãe e sei o que é melhor”. ”É na adolescência, quando caberia esticar a conversa que muitos pais exaustos dizem o "não e pronto". São comportamentos invertidos. “A criança precisa ser obediente na infância para na adolescência se tornar um desobediente”. A alimentação tem horários e sempre na mesa. Esse é um ponto que debato muito com meus clientes e não há forma de entender de outro jeito. Cadeirão, logo que possível, sem TV, sofá e aviãozinho pelo amor de Deus. A criança passa por fases de ótimo apetite e de inapetência e isso deve ser entendido e se ela estiver bem nenhuma preocupação. A hora de dormir é uma disciplina importante e se começa mal é duro mudar. Os franceses não dão folga aos bebês e se chorarem à noite pelo menos 10 minutos de espera até ver o que precisa. Ceres afirma que copiamos o modelo americano e vivemos num “filharcado” onde o filho é soberano.
Ta vendo como é complicado? Que modelo você prefere? Uma coisa do dia-a-dia são os casais separados e quase sempre num litígio permanente. Um diz não e o outro sim, com um pode e com o outro não pode. Entram os avós na arena e a confusão aumenta com as discordâncias. Minha educação foi do modelo rígido (alemão ou francês), com disciplina pra tudo e hora marcada para chegar e sair. Na adolescência tive minhas vitórias ao chegar em casa ao amanhecer com Dr. Rinaldo me procurando pelas ruas do Espinheiro. As ordens dele de chegar cedo eu cumpria rigorosamente e lá pelas seis e meia estava chegando. Adorava a noite a boemia e o violão, mas estava formado o homem com a disciplina e responsabilidade para uma vida adulta. O negócio é complicado.

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