FERNANDO AZEVEDO
Vou vender o peixe pelo mesmo preço que
comprei. Um querido amigo me relatou uma vez que outro seu amigo tinha um filho
que ele considerava um gênio. E relatava na roda de convivência que ficava bobo
com a inteligência do filhote, que era bom em tudo, que aprendeu a ler muito
rápido e isso e aquilo. Notava também que o filho já não tinha companhia porque
não se interessava pelas conversas das outras crianças. Resolveu então leva-lo
a um psiquiatra infantil muito famoso que era seu amigo para saber como abordar
o caso. Na primeira consulta já veio a conclusão do colega: - João teu filho
não tem nada de gênio, ele é CHATO. A história vem à propósito de um artigo
interessante sobre esse rótulo que é muito comum. O elogio quase que permanente
à inteligência do filho faz com que a consciência da própria inteligência não
ajude a criança. Ele começa a dividir o mundo naquilo que ele é bom e naquilo
que não é bom. –“Ah se não sou bom para soletrar vou fazer o próximo exercício”
tendo como estratégia de vida buscar o prazer e evitar a dor. Depois começa a
descrer de suas próprias habilidades subestima a importância do esforço e
superestima a necessidade de ajuda dos pais. Um teste realizado nos EEUU com
mais de 400 crianças da quinta série desafiava meninos e meninas a fazer uns
quebra-cabeças relativamente fáceis. Ao fim alguns eram elogiados pela sua
inteligência (“você foi bem esperto heim!) e outros pelo esforço (“ puxa, você
se empenhou pra valer heim!). Em outra rodada, mais difícil, os alunos podiam
escolher entre um novo desafio semelhante ou diferente. A maioria dos que foram
elogiados como “inteligentes” escolheu o desafio semelhante. A maioria dos
“esforçados” escolheu um desfio diferente. Então as crianças devem ser sempre
elogiadas pelo seu esforço em progredir e não exaltadas pela inteligência que
possuem. Fica a dica. “Celebre o sucesso, mas não se esqueça de comemorar
também o fracasso seguido de nova tentativa”.
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