segunda-feira, 18 de março de 2013

O ADOLESCENTE NEYMAR


FERNANDO AZEVEDO

Três paixões me movem na vida: Pediatria, esportes e música. Vamos começar pela Pediatria. Ciência da maior importância na formação de uma nação, pois cuida da pré-concepção, d o nascimento da criança e seu crescimento e desenvolvimento para torná-la um adulto digno e capaz. Não cuidamos somente de patologias, mas, sobretudo da sua prevenção. Qual a fase mais importante da vida infantil? Todas, mas, sobretudo os primeiros seis anos onde o cérebro se diferencia de forma extraordinária e o ambiente social exerce enorme influência em relação ao convívio, o respeito às regras e às pessoas, o amor aos animais e a natureza. Sem essa base sólida vem o despreparo para a fase mais perigosa, a adolescência onde o pássaro começa a voar e sempre em bandos. Se a noção do certo/errado não é bem embasada surge o descaminho com a maior certeza. Vamos associar agora a segunda paixão à primeira: o esporte. Crianças não estão mais praticando esportes pelo lúdico da arte. Estão se profissionalizando para serem ricos no eterno sonho que embalam do materialismo perseguido tenazmente.  Pertencem a escolinhas competitivas. Não existe mais o GORDO de goleiro e o dono da bola na ponta esquerda. Empresários procuram talentos que possam ser fonte para sua riqueza pessoal. Acharam NEYMAR. Que maravilha! O garoto sem nenhum preparo psicológico aos 19 aninhos, mas astro desde os 16 é dono hoje de um patrimônio incalculável. A família vibra e vive do sucesso de seu pimpolho que passa a ser assediado por belíssimas louras (sempre elas) carrão etc e o início das farras. A falta de preparo mental pela própria imaturidade e o sucesso súbito o leva a desrespeitar normas (próprio da idade) e correr riscos de vida, também característica da faixa etária. Sua arte que lembra Garrincha, o nosso melhor “palhaço” do futebol começa a entortar como as pernas do saudoso craque. Sua preocupação como corte e a cor do cabelo que vai usar em cada partida e se o boné fica de frente ou de lado são maiores que suas performances atuais. Simulações, indisciplinas são agora a rotina e levar o terceiro cartão amarelo ou um vermelho lhe deixa mais livre para as baladas. Nas partidas internacionais pela seleção ou pelo Santos decepciona. Torço para que vá para a Europa porque lá a disciplina é outra. Falando da minha terceira paixão, a música, peço a ele que volte ao colo da mãe e cante “Mamãe eu quero mamar” para tentar refazer sua vida, pois mãe é sempre sábia. O filho que já botou no mundo não tem pai e virão outros atrás de sua pensão. A profissão é de curta duração, basta uma lesão grave. Todo um reinado pode desabar em segundos, e não há o menor preparo para viver mais uns 50 anos e “dinheiro na mão é vendaval”.

Um comentário:

  1. Ele e tantos outros... Gostei da reflexão. Ainda nao tinha parado para pensar nisso.

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