FERNANDO AZEVEDO
Três
paixões me movem na vida: Pediatria, esportes e música. Vamos começar pela
Pediatria. Ciência da maior importância na formação de uma nação, pois cuida da
pré-concepção, d o nascimento da criança e seu crescimento e desenvolvimento
para torná-la um adulto digno e capaz. Não cuidamos somente de patologias, mas,
sobretudo da sua prevenção. Qual a fase mais importante da vida infantil? Todas,
mas, sobretudo os primeiros seis anos onde o cérebro se diferencia de forma extraordinária
e o ambiente social exerce enorme influência em relação ao convívio, o respeito
às regras e às pessoas, o amor aos animais e a natureza. Sem essa base sólida
vem o despreparo para a fase mais perigosa, a adolescência onde o pássaro
começa a voar e sempre em bandos. Se a noção do certo/errado não é bem embasada
surge o descaminho com a maior certeza. Vamos associar agora a segunda paixão à
primeira: o esporte. Crianças não estão mais praticando esportes pelo lúdico da
arte. Estão se profissionalizando para serem ricos no eterno sonho que embalam
do materialismo perseguido tenazmente.
Pertencem a escolinhas competitivas. Não existe mais o GORDO de goleiro
e o dono da bola na ponta esquerda. Empresários procuram talentos que possam
ser fonte para sua riqueza pessoal. Acharam NEYMAR. Que maravilha! O garoto sem
nenhum preparo psicológico aos 19 aninhos, mas astro desde os 16 é dono hoje de
um patrimônio incalculável. A família vibra e vive do sucesso de seu pimpolho
que passa a ser assediado por belíssimas louras (sempre elas) carrão etc e o
início das farras. A falta de preparo mental pela própria imaturidade e o
sucesso súbito o leva a desrespeitar normas (próprio da idade) e correr riscos
de vida, também característica da faixa etária. Sua arte que lembra Garrincha,
o nosso melhor “palhaço” do futebol começa a entortar como as pernas do saudoso
craque. Sua preocupação como corte e a cor do cabelo que vai usar em cada
partida e se o boné fica de frente ou de lado são maiores que suas performances
atuais. Simulações, indisciplinas são agora a rotina e levar o terceiro cartão
amarelo ou um vermelho lhe deixa mais livre para as baladas. Nas partidas
internacionais pela seleção ou pelo Santos decepciona. Torço para que vá para a
Europa porque lá a disciplina é outra. Falando da minha terceira paixão, a
música, peço a ele que volte ao colo da mãe e cante “Mamãe eu quero mamar” para
tentar refazer sua vida, pois mãe é sempre sábia. O filho que já botou no mundo
não tem pai e virão outros atrás de sua pensão. A profissão é de curta duração,
basta uma lesão grave. Todo um reinado pode desabar em segundos, e não há o
menor preparo para viver mais uns 50 anos e “dinheiro na mão é vendaval”.
Ele e tantos outros... Gostei da reflexão. Ainda nao tinha parado para pensar nisso.
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