segunda-feira, 11 de março de 2013

A LINGUAGEM DOS DEDOS



FERNANDO AZEVEDO

Dentro do possível e do viável vou tentando não pegar o rótulo de velho apesar de sê-lo. Quando começou a era dos computadores entrei em aulas para aprender o básico até porque a comunicação com clientes, laboratórios, bibliotecas etc. é indispensável ao médico e a toda a sociedade, por que não? Nem pensar, no entanto que sou um craque, ao contrário sempre que a maquina pergunta SIM ou NÃO tenho medo e clico no SIM com um temor louco que se estrague tudo. Uso o computador de forma profissional respondendo enviando e-mails, e me distraio muito com o facebook porque mantenho contato com pessoas que há anos não vejo. Publico também o blog PEDIATRIA E ARTE que felizmente é muito bem aceito e muito mais lido agora desde que faz parte há alguns meses do pernambuco.com  do Diário de Pernambuco.Mas adoro um papo, uma conversa agradável. Antigamente a conversa  da mesa de bar lugar onde nos guardanapos eram feitos desenhos pelos pintores, poesias pelos poetas e partituras pelos músicos. Era uma delícia. Nesses locais felizmente não havia a famigerada televisão ligada, nem telão, nem vídeo-clips ou garçons a oferecer casquinho e coxinhas. Decisões das mais importantes eram ali estabelecidas. No início reduto 100% masculino foi depois invadido pelas meninas e ai ficou mais democrático e gostoso. Haja conversa, risadas e o velho chope regando tudo. Voltando ao computador vamos agora ao celular e, sobretudo o i-phone que faz tudo. Quando cheguei a SP para passar o Natal com filha genro e netos esses ditos cujo em coro disseram aos pais: “Ta vendo, até ele tem um” com a configuração clara de “até esse dinossauro tem um”.  Mas justamente o que quero com a turminha nova é conversar, mas não consigo pela permanente ligação deles com o teclado de um celular. A agilidade é impressionante, as teclas mínimas, mas não empata a habilidade. O que sai naqueles telegramas ninguém sabe, ninguém viu. Se a gente pergunta  alguma coisa vem sempre o hem? sem tirar os olhos e os dedos do aparelhinho. Acho que está de mais. Não sei se é um modismo essa comunicação. Torço que sim, mas de qualquer forma combata um pouquinho. Essa conversa digitada não tem som, expressões faciais, lágrimas ou risos. Enfim, não tem graça.

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