FERNANDO AZEVEDO
Dentro do possível e do viável vou tentando
não pegar o rótulo de velho apesar de sê-lo. Quando começou a era dos
computadores entrei em aulas para aprender o básico até porque a comunicação
com clientes, laboratórios, bibliotecas etc. é indispensável ao médico e a toda
a sociedade, por que não? Nem pensar, no entanto que sou um craque, ao
contrário sempre que a maquina pergunta SIM ou NÃO tenho medo e clico no SIM
com um temor louco que se estrague tudo. Uso o computador de forma profissional
respondendo enviando e-mails, e me distraio muito com o facebook porque
mantenho contato com pessoas que há anos não vejo. Publico também o blog
PEDIATRIA E ARTE que felizmente é muito bem aceito e muito mais lido agora
desde que faz parte há alguns meses do pernambuco.com do Diário de Pernambuco.Mas adoro um papo, uma
conversa agradável. Antigamente a conversa da mesa de bar lugar onde nos guardanapos eram
feitos desenhos pelos pintores, poesias pelos poetas e partituras pelos músicos.
Era uma delícia. Nesses locais felizmente não havia a famigerada televisão ligada,
nem telão, nem vídeo-clips ou garçons a oferecer casquinho e coxinhas. Decisões
das mais importantes eram ali estabelecidas. No início reduto 100% masculino
foi depois invadido pelas meninas e ai ficou mais democrático e gostoso. Haja
conversa, risadas e o velho chope regando tudo. Voltando ao computador vamos
agora ao celular e, sobretudo o i-phone que faz tudo. Quando cheguei a SP para
passar o Natal com filha genro e netos esses ditos cujo em coro disseram aos
pais: “Ta vendo, até ele tem um” com a configuração clara de “até esse
dinossauro tem um”. Mas justamente o que
quero com a turminha nova é conversar, mas não consigo pela permanente ligação
deles com o teclado de um celular. A agilidade é impressionante, as teclas
mínimas, mas não empata a habilidade. O que sai naqueles telegramas ninguém
sabe, ninguém viu. Se a gente pergunta
alguma coisa vem sempre o hem? sem tirar os olhos e os dedos do
aparelhinho. Acho que está de mais. Não sei se é um modismo essa comunicação.
Torço que sim, mas de qualquer forma combata um pouquinho. Essa conversa
digitada não tem som, expressões faciais, lágrimas ou risos. Enfim, não tem
graça.
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