segunda-feira, 25 de março de 2013

A FEBRE, A FEBREFOBIA E A POLIFARMACIA.


FERNANDO AZEVEDO

Um bom artigo publicado no Jornal de Pediatria, realizado em Londres pelo Prof. Edward Purssel, aborda a febre que tanto apavora a família e que muitas vezes essa procede de forma errônea, agressiva e desconfortável para o paciente adulto ou criança. Comparo a febre como um painel de automóvel que acende uma luz vermelha e fica piscando. Alguma coisa aconteceu na mecânica do carro. Vamos ver então onde é o defeito, mas sem açodamento sem querer apagar a luz e se livrar dela. A febre pela sua intensidade, periodicidade, horário em que acontece de manhã tarde ou noite ajuda a interpretar a doença e se é combatida tenazmente atrapalha. Muitas vezes o exame clinico é conclusivo e em outras o laboratório ajuda. Crianças pequenas, sobretudo abaixo dos quatro anos e com historia de convulsão febril que apesar de ser um quadro benigno sem sequelas, é desagradável de se assistir, merecem uma atenção maior. O artigo aborda a polifarmácia que virou moda sem nenhuma base científica. Dá-se então Tylenol, na próxima dose Novalgina, na outra Alivium e com isso além de não se saber sobre a interação desses medicamentos, há a grande possibilidade de confundir as doses sobretudo nas crianças que ficam cuidadas por babás. Também os erros parentais existem. Os antitérmicos são usados por 3 a 4 dias e não há nenhuma necessidade de ficar dando de forma alternada. É mais um modismo da medicina. Outra coisa agressiva e ainda em uso é o uso do álcool para baixar a temperatura, completamente fora de moda e ruim para a saúde, pois é absorvido pela pele e inalado seus vapores irritando as vidas aéreas. Banhos de água fria experimente tomar se estiver com febre! Gera calafrios que vão aumentar ainda mais a temperatura depois. Tudo que for desagradável para a criança não deve ser feito (ventilador, ar refrigerado etc.) É válido em crianças até quatro anos que são as mais propensas a convulsões banhos em banheira com água morna que vá resfriando aos poucos, esponjamento suave da pele. Mantendo a temperatura em 38 está bom. Vamos então saber por que está tendo febre. Aí a conversa é outra.

Um comentário:

  1. Adorei ler isso. Minha filha tem 11 meses e teve hoje a primeira febre da vidinha dela. Vou dormir mais tranqüila após ler seu artigo.

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