segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

ANO NOVO, NOVA ESCOLA



FERNANDO AZEVEDO

Conhecemos em medicina na área de Psicologia a SÍNDROME DOS FILHOS DE CÔNSULES. O que é isso? São alterações de comportamento social antes visto com frequência nos filhos de diplomatas que por razão profissional mudavam de país com certa frequência e a criança se via de uma hora para outra arrancada do seu ambiente e passando a conviver com outros hábitos, outra língua, outros amigos, outro clima. Com isso sentiam falta de suas raízes, de sua casa das suas preferências e entravam num quadro de tristeza, de depressão que realmente preocupa. Hoje os “cônsules” são executivos em várias áreas de atuação. Abordo nesse blog uma outra desadaptação: a mudança da escola. Gosto muito das escolas pequenas onde a criança é tratada pelo nome, todos a conhecem e sente-se realmente num ambiente carinhoso. Acaba a educação infantil e são transferidas para escolas de milhares de alunos, com vários professores, sem que para isso se faça uma preparação psicológica. Grande parte dos amigos é perdida nessa transferência e geralmente a escolha da nova escola é dos pais e não da criança. Começa o ano depois de gostosas férias e inicia-se uma mudança completa nos hábitos. Em muitos o rendimento cai, e la para frente a reprovação se anuncia com mais desgaste ainda para o pequeno estudante. Analise seu filho se estiver nessa situação e procure dar o maior apoio e compreensão para qualquer dificuldade que tenha. Não é brincadeira a carga que a infância vem carregando nessa “preparação para o futuro” com colégio e aulas suplementares de línguas, informática e o diabo a quatro. Recreação, alegria, descontração estão indo pelo ralo e isso é difícil recuperar. Estabilidade emocional é uma necessidade permanente. Analise também o tempo que seu pirralho vai passar no transporte escolar. Com esse trânsito travado o último a ser deixado em casa está faminto e incapaz de entrar no segundo expediente de deveres de casa com disposição. 
Boas férias e bom retorno às aulas, mas que sejam compreendidos nas suas dificuldades.

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