FERNANDO AZEVEDO
Ama com fé e
orgulho a terra em que nasceste
Criança, não
verás nenhum país como este (Olavo
Bilac – Soneto à Pátria).
Tenho a convicção que o Instituto Recife no
Espinheiro onde fiz a escola primária foi o berço para o meu patriotismo além
do outro berço que tinha em casa. Fazia parte do orfeon e cantava todos os
hinos nas solenidades que lá haviam. Dentro do meu sentido de pátria vem a
pernambucanidade, meu amor pelo Recife e minha reverência ao Espinheiro que foi
meu bairro de nascimento, infância e juventude. Com tia na Boa Vista, outra em
Apipucos e o consultório do meu pai na Guararapes, ia fincando raízes por essas
regiões. Na vida boêmia de rapaz exercitada com toda a competência fui
espalhando minha cidadania pelo bairro de São José e bairro do Recife onde a
vida noturna era intensa. Com o passar dos anos comecei a assistir a decadência
desses lugares e como dizia Luiz Bandeira “é de fazer chorar”. Que decadência,
quanto maltrato, quanto desamor e irresponsabilidade dos que por ela são responsáveis.
Domingo passado tive a convicção da ressurreição do Recife ao conhecer a
Central de Artesanato. Que espaço maravilhoso e bem planejado! O terraço à
beira do cais é deslumbrante e lá do outro lado a arte de Francisco Brennand.
Nos jornais de hoje a noticia da demolição do prédio da Conab e a maquete de
instalação de um hotel e uma marina para 200 barcos naquele espaço. Daqui a
alguns meses chega o Museu Luiz Gonzaga e depois vem a estação de passageiros
que receberá milhares de turistas vindos pelos navios internacionais e
nacionais. Agora o Recife renasce. Restaurando o Recife antigo com sua linda
arquitetura, obrigatoriamente caminharemos para a recuperação de Santo Antonio
e São José e voltaremos a ter orgulho de ser dessa cidade de clima ameno e afetividade
calorosa. Que venha um novo prefeito preparado para colocá-la no colo e trata-la
apesar de centenária, como uma criança que chora forte e alto avisando a todos que
quer ser bem cuidada.
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