segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

GOSTARIA DE ENTENDER


GOSTARIA DE ENTENDER

FERNANDO AZEVEDO

Desde que todas as maternidades passaram a ter neonatologista em trabalho permanente, nenhuma criança nascendo sem assistência do Pediatra, parei com sala de parto. Por outro lado também surgiram procedimentos tais como uso se surfactantes, respiradores, computadores etc. e ou você se dedica a lidar com essa parafernália ou pede o chapéu e sai. Foi meu caso. Hoje a neonatologia é uma especialidade importantíssima e exige praticamente dedicação exclusiva. Uma coisa, no entanto está me intrigando. Pela parte obstétrica o índice de mais de 95º de partos cesarianos. Sem defesa. No lado do Pediatra a proibição da mãe de comer quase tudo. Medicina é conhecida por ser a ciência das verdades transitórias. Agora a verdade é proibir  leite e derivados, chocolate, ovo, frutas cítricas, feijão e uma enorme lista de alimentos. Chegam as mães geralmente perto dos trinta dias de vida do bebê ou mais, quando recebem alta do neonatologista, esfomeadas, tensas, nervosas, coisas que acabam com a amamentação para cuja produção do leite exige uma mãe feliz e em paz. No aspecto físico geralmente “um bagaço” como elas próprias dizem (não sou eu) porque não podem pintar as unhas, pintar os cabelos, ficarem bonitas como antes o que também altera o psiquismo contribuindo para fracasso da amamentação. Apresentem-me ,por favor ,um trabalho sobre qualquer alteração num recém nascido entre mães que pintaram as unhas e as que não pintaram. Veja bem, trabalho científico é coisa muito séria e a estatística em grupos aleatórios fundamental. Apresentem-me um trabalho entre dois grupos que pintaram os cabelos e que não pintaram. Será que alguém vai fazer uma pesquisa sobre isso? Se não tem pesquisa não há verdade. E sobre alimentos? Claro, óbvio ululante, que os alimentos passam suas proteínas para o leite materno, mas quem disse que a criança vai ter alguma reação a eles? Onde está a verdade? Por que proibir todos? Como vai saber o que faz mal? É verdade que descendentes de famílias alérgicas serão alérgicos também numa grande proporção. Ai existe pesquisa, percentuais, toda uma metodologia. Mas por que não pode a mãe comer o que gosta? Se houver reações alérgicas numa criança amamentada o bom senso manda que se faça uma investigação dos hábitos alimentares e se faça dieta de exclusão temporária de certos alimentos, aí sim, para ver se há alguma relação. Se na reintrodução o problema volta, pode se chegar a uma conclusão. Cuidado maridos não é confiável dormir com uma “mulher bagaço” e faminta, pois foi você o culpado de tudo certamente. Cuidado mulheres jovens com seus maridos malhados, não fiquem “bagaços” que a concorrência tá de lascar!

3 comentários:

  1. rsss... vc é mesmo fantástico! quem dera todas as neo-mamaes tivessem o privilégio de poder contar com seus conselhos! a gente adora tu! diana, clara e bob!

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  2. Adorei o artigo, tio... fico bem feliz ao ler tudo isso e me identificar!!! Opa... será que isso é bom???? rs
    beijo

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  3. Que bom que ainda existem medicos que pensam assim, Dr Fernando!
    E por que sera que em paises desenvolvidos como a Inglaterra a maioria dos partos sao normais com midwives, sem neonatologistas e maquinas, e as maes tem dieta totalmente livre? (meu caso)
    Eh triste pensar que o que acontece aqui no Brasil "pode ser" fruto de interesses economicos. :-(

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