FERNANDO AZEVEDO
Acho a língua portuguesa muito
difícil e admiro muito os que a dominam em todas as suas regras como meus caros
amigos Luciano Marinho e Nelly Carvalho, Tenho como cliente uma adolescente que
estuda num dos considerados melhores colégios do Recife e numa conversa que
sempre provoco com eles sobre conhecimentos gerais, disse-me ela que Português
era fácil. –Ah é? E dei a ela caneta e
papel e começou o ditado. Eça de Queiroz
dizia que essa língua portuguesa era difícil. E começa a confusão sonora entre a
cedilha e os dois SS. O edifício é difícil de construir É xícara ou chícara? E o Xá da Persia ou será
que é Percia gosta de chá? .Clientes que
me escrevem que o filho está com diagnóstico de pineumonia quando estão com
pneumonia ou com diarréa quando na verdade estão com diarreia. Estão também com
corisa e tossi, mas na verdade estão com coriza e tosse. A coisa vai seguindo
por aí pela confusão sonora entre as palavras. Ouvi então pela emissora de
rádio CBN uma entrevista com uma professora abordando esse tema de erro de
grafia e atribuindo em grande parte à digitação das palavras em lugar da
palavra escrita, afirmando que a criança que escreve no papel o cérebro
memoriza muito mais e os erros diminuem pela memória visual do que se escreve
que não é a mesma da que se digita. Conversei com minha filha que foi
Professora de Educação Infantil aposentando-se agora e ela disse-me que na
escola pública onde sempre ensinou e não na privada, a letra cursiva também é
abandonada por ordens superiores. Ensina-se o que a gente chama no nordeste de
letra de forma e aqui letra de bastão, pois não há tempo de estar se ensinando
a antiga caligrafia que não somente ajuda a memorizar como também a desenhar
melhor a letra. Não existe mais livro de caligrafia. Minha letra é muito feia e
sempre usei e uso até hoje minha máquina de datilografia. Mesmo nos
ambulatórios públicos a levava pelo medo de confundirem Plasil com Flagyl e
outros medicamentos assemelhados. Os erros cometidos por uma letra ilegível na
medicina pode acarretar danos irreparáveis. As regras gramaticais são
complicadas e louvo quem as conhece bem. Por que o porque pode ser escrito por
quê. Porque pode. Eita complicação! E a vírgula, o ponto e vírgula, o parêntesis? Mas fiquemos só
na parte sonora para já encontrarmos uma grande dificuldade.
Boa Páscoa para todos. Aqui em
São Paulo não tem bacalhau de coco com brêdo mas vou me virando com as massas
que adoro.
Muito bom Doutor! Realmente esta nossa língua é muito complicada mesmo!
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