segunda-feira, 10 de abril de 2017

A LETRA CURSIVA E A DIGITAÇÃO




FERNANDO AZEVEDO
 



Acho a língua portuguesa muito difícil e admiro muito os que a dominam em todas as suas regras como meus caros amigos Luciano Marinho e Nelly Carvalho, Tenho como cliente uma adolescente que estuda num dos considerados melhores colégios do Recife e numa conversa que sempre provoco com eles sobre conhecimentos gerais, disse-me ela que Português era fácil.   –Ah é? E dei a ela caneta e papel e começou o ditado.  Eça de Queiroz dizia que essa língua portuguesa era difícil. E começa a confusão sonora entre a cedilha e os dois SS. O edifício é difícil de construir  É xícara ou chícara? E o Xá da Persia ou será que é Percia gosta de chá? .Clientes  que me escrevem que o filho está com diagnóstico de pineumonia quando estão com pneumonia ou com diarréa quando na verdade estão com diarreia. Estão também com corisa e tossi, mas na verdade estão com coriza e tosse. A coisa vai seguindo por aí pela confusão sonora entre as palavras. Ouvi então pela emissora de rádio CBN uma entrevista com uma professora abordando esse tema de erro de grafia e atribuindo em grande parte à digitação das palavras em lugar da palavra escrita, afirmando que a criança que escreve no papel o cérebro memoriza muito mais e os erros diminuem pela memória visual do que se escreve que não é a mesma da que se digita. Conversei com minha filha que foi Professora de Educação Infantil aposentando-se agora e ela disse-me que na escola pública onde sempre ensinou e não na privada, a letra cursiva também é abandonada por ordens superiores. Ensina-se o que a gente chama no nordeste de letra de forma e aqui letra de bastão, pois não há tempo de estar se ensinando a antiga caligrafia que não somente ajuda a memorizar como também a desenhar melhor a letra. Não existe mais livro de caligrafia. Minha letra é muito feia e sempre usei e uso até hoje minha máquina de datilografia. Mesmo nos ambulatórios públicos a levava pelo medo de confundirem Plasil com Flagyl e outros medicamentos assemelhados. Os erros cometidos por uma letra ilegível na medicina pode acarretar danos irreparáveis. As regras gramaticais são complicadas e louvo quem as conhece bem. Por que o porque pode ser escrito por quê. Porque pode. Eita complicação! E a vírgula, o ponto e vírgula, o parêntesis? Mas fiquemos só na parte sonora para já encontrarmos uma grande dificuldade.
Boa Páscoa para todos. Aqui em São Paulo não tem bacalhau de coco com brêdo mas vou me virando com as massas que adoro.

Um comentário:

  1. Muito bom Doutor! Realmente esta nossa língua é muito complicada mesmo!

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