PEDIATRIA E ARTE
FERNANDO AZEVEDO
A INTERNET E A MEDICINA
Estou vivendo um problema que realmente está me perturbando, pois gosto de andar no
trilho, com respeito a tudo, não devo dinheiro a ninguém, só atenções e gentilezas e posso a
qualquer hora ser xingado de INFRATOR e ficar sem poder reagir, pois realmente estou
cometendo infrações. Procuro ter na minha vida médica uma conduta correta, sobretudo por
ter sido agraciado pela Associação Médica de Pernambuco, com a Medalha Maciel Monteiro
uma honraria concedida e que muito orgulha quem recebe. Leio recentemente um artigo
escrito pela Dra. Ana Lucia Amorim, advogada especialista em Direito Médico e Saúde e
Professora de Medicina da PUC/GO. Ela cita e com razão” o risco que corre o médico que
através do Whatsapp receita e orienta seus pacientes e vai direto à Pediatria onde o
informante não é a criança e sim pai, mãe e avós, cada um podendo dar uma informação
desencontrada”. Cita depois um artigo que diz que “87% dos médicos brasileiros usam o
aplicativo com os pacientes e diz que nos Estados Unidos a proporção é de 4%, no Reino Unido
2%%. Isso demonstra que o problema não é somente de ordem ética, mas de prevenção
contra processos judiciais” e termina dizendo “vamos deixar que os atendimentos de urgência
e emergência sejam encaminhados para seu devido lugar o pronto-socorro. WhatsApp é muito
prático, divertido mas pode não fazer bem para a saúde da relação médico-paciente”. No
código de ética médica há advertências sobre isso orientando que a medicina tem que ser
presencial com anamnese, exame físico e exames laboratoriais, mas ele não foi escrito hoje e o
mundo roda, avança e se atingimos no Brasil 87% de uso de orientações através de internet, se
os bombeiros tem um serviço de plantão telefônico de paramédicos que orientam
salvamentos de urgência, se o CEATOX (Centro de intoxicações) mantem um m telefone para a
orientação do que fazer em certos casos, acho que o Código de Ética BRASILEIRO tem que ser
revesto. Jamais orientei por Whatsapp uma medicação para uma criança que a mãe diz estar
dispneica, com vômitos que podem ser neurológicos e outras situações que podem ser graves.
Esse risco não corro nem quero para mim nem para o paciente, mas outras coisas podem ser
diagnosticadas sem a menor dúvida, mas entra no capitulo da infração o que incomoda. Há
uma profunda relação de amizade e confiança entre um Pediatra e uma Família e estamos no
Brasil onde a assistência médica piora e as dificuldades aumentam. Acredito que possa haver
um mau caráter que queira judicializar um médico que ORIENTOU um caso através da internet,
mas continuo acreditando fielmente no meu time que me solicita ajuda e eu procuro colaborar
dentro das limitações que o caso venha a impor. Acho que os Conselhos Regionais de Medicina
deveriam discutir esse tema e revisar normas cuja rigidez vai perdendo o sentido em certas
situações e em certos países.
FERNANDO AZEVEDO
A INTERNET E A MEDICINA
Estou vivendo um problema que realmente está me perturbando, pois gosto de andar no
trilho, com respeito a tudo, não devo dinheiro a ninguém, só atenções e gentilezas e posso a
qualquer hora ser xingado de INFRATOR e ficar sem poder reagir, pois realmente estou
cometendo infrações. Procuro ter na minha vida médica uma conduta correta, sobretudo por
ter sido agraciado pela Associação Médica de Pernambuco, com a Medalha Maciel Monteiro
uma honraria concedida e que muito orgulha quem recebe. Leio recentemente um artigo
escrito pela Dra. Ana Lucia Amorim, advogada especialista em Direito Médico e Saúde e
Professora de Medicina da PUC/GO. Ela cita e com razão” o risco que corre o médico que
através do Whatsapp receita e orienta seus pacientes e vai direto à Pediatria onde o
informante não é a criança e sim pai, mãe e avós, cada um podendo dar uma informação
desencontrada”. Cita depois um artigo que diz que “87% dos médicos brasileiros usam o
aplicativo com os pacientes e diz que nos Estados Unidos a proporção é de 4%, no Reino Unido
2%%. Isso demonstra que o problema não é somente de ordem ética, mas de prevenção
contra processos judiciais” e termina dizendo “vamos deixar que os atendimentos de urgência
e emergência sejam encaminhados para seu devido lugar o pronto-socorro. WhatsApp é muito
prático, divertido mas pode não fazer bem para a saúde da relação médico-paciente”. No
código de ética médica há advertências sobre isso orientando que a medicina tem que ser
presencial com anamnese, exame físico e exames laboratoriais, mas ele não foi escrito hoje e o
mundo roda, avança e se atingimos no Brasil 87% de uso de orientações através de internet, se
os bombeiros tem um serviço de plantão telefônico de paramédicos que orientam
salvamentos de urgência, se o CEATOX (Centro de intoxicações) mantem um m telefone para a
orientação do que fazer em certos casos, acho que o Código de Ética BRASILEIRO tem que ser
revesto. Jamais orientei por Whatsapp uma medicação para uma criança que a mãe diz estar
dispneica, com vômitos que podem ser neurológicos e outras situações que podem ser graves.
Esse risco não corro nem quero para mim nem para o paciente, mas outras coisas podem ser
diagnosticadas sem a menor dúvida, mas entra no capitulo da infração o que incomoda. Há
uma profunda relação de amizade e confiança entre um Pediatra e uma Família e estamos no
Brasil onde a assistência médica piora e as dificuldades aumentam. Acredito que possa haver
um mau caráter que queira judicializar um médico que ORIENTOU um caso através da internet,
mas continuo acreditando fielmente no meu time que me solicita ajuda e eu procuro colaborar
dentro das limitações que o caso venha a impor. Acho que os Conselhos Regionais de Medicina
deveriam discutir esse tema e revisar normas cuja rigidez vai perdendo o sentido em certas
situações e em certos países.
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