segunda-feira, 24 de agosto de 2015

CONVERSANDO E CONCLUINDO: ESTOU CERTO

FERNANDO AZEVEDO

Na tarde de hoje (20.8.2015), recebo a visita da neta que mora somente 4 andares longe de mim. Nossos horários não combinam, pois levanto de madrugada, almoço tarde e eles estão fora de casa e à noite exaustos dormem cedo. Tomo uma sopinha às vezes na casa dela e assim vamos vivendo tão próximos e distantes ao mesmo tempo. Fins de semana que poderiam ser de encontros são ocupados pelos relacionamentos do casal e das crianças próximas. Hoje ela desceu e me deu um saudoso abraço. Perguntei: Julia o que fez hoje? Ela deixa o abraço de lado, da um pulo para trás e grita: NADA. O ÚNICO DIA QUE NÃO FAÇO NADA. E eu apoiei e me convenci apesar de pra la de convencido que na infância não se tem que fazer nada mesmo a não ser brincar, brincar e brincar e ter coisas prazerosas pra fazer. Assim está se plantando a semente da felicidade futura. Tenho a absoluta certeza que basta a escola para atividades. Aprender a escrever e ler. Gostar de ler, ouvir estórias muito mais que história que fica pra depois. Duvido da necessidade de aulas de inglês. Aprendem só umas palavrinhas e mais nada. Não há sequencia e não se aprende língua sem praticar a língua. Escolas biligues é outra historia. Esportes que deem prazer, artes em geral que geram cultura e bom gosto e dadas de uma forma agradável, estimulante. Um bebê está indo para o berçário aos 4 meses por falta de quem cuide. Segue-se a escolinha e essa é a hora de cultivar o prazer da convivência e o prazer de ter seu lar para brincar com seus brinquedos e suas fantasias. Isso é o que criança pequena gosta e não se aboletar num automóvel e sair por esse trânsito infernal diariamente na cata de atividades quase que impostas pelo grupo social ao qual pertencem. Tirar a tarde para NÃO FAZER NADA é importante. Tomar um sorvete inesquecível e comer pipoca. Passear com seu cachorro outro elemento muito útil na convivência infantil. Largar TV e os i-phones e tablets assunto de blogs anteriores que só atrasam o desenvolvimento pela passividade e desestímulo à criatividade. Cada fase da vida deve ser esgotada de prazer. Sou fruto dessa semente. Esgotei os prazeres da infância, adolescência, vida adulta e desfrutando hoje do chão azul do velhinho corcunda e de bengala estou muito bem. Nessa idade eu quero fazer tudo, pois não se pergunta quantos anos um velho tem, pois ele é que questiona quantos anos terá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário