segunda-feira, 22 de junho de 2015

VACINA CONTRA O MENINGOCOCO B

FERNANDO AZEVEDO

Circula em e-mails e WhatsApp a indicação para as pessoas vacinarem seus filhos contra a Meningite causada pelo meningococo B. A vacina contra o meningococo C é feita de rotina e faz parte do calendário vacinal sendo aplicada aos 3 e 5 meses, seguindo-se mais uma dose aos 12/15 meses, 4/6 anos e uma ultima dose aos 11 anos. Esse é o esquema recomendado existindo em clinicas privadas a chamada quadrivalente (A, C, W, Y). Na década de 80 houve uma grave epidemia meningocócica provocada pelo meningococo B. Recorreu-se a uma vacina cubana para bloquear a epidemia, mas os índices de imunização foram muito baixos e a durabilidade da imunização pequena. Ficou desacreditada mundialmente e saiu de qualquer esquema de vacinação. O Meningococo B continua provocando doenças graves e com alta mortalidade e mais presente nos países onde o frio é mais intenso e o confinamento das pessoas aumenta. Também em creches, entre profissionais de saúde, alojamentos militares etc. Foi licenciada uma nova vacina contra o meningococo B, mas as informações sobre resultados ainda não são muito convincentes. Pode ser aplicada em qualquer idade e na criança começa aos dois meses em série de três doses. Relatam-se reações vacinais fortes embora sem relato de mortes nos grupos estudados, e devem-se esperar orientações oficiais do Ministério da Saúde e OMS para o seu uso rotineiro. Quem assistiu como eu epidemias de sarampo, poliomielite, difteria, coqueluche, os casos permanentes e crescentes de tétano em recém-nascidos e crianças/adultos, epidemias terríveis de meningite pelos tipos C e B torce sempre que essas doenças sejam extintas. Para isso é necessário uma ampla cobertura vacinal e a população deve aderir o que não está acontecendo com as vacinas contra gripe e HPV. Vamos, portanto com calma em relação à aplicação dessa nova vacina e devem parar essas comunicações eletrônicas que trazem um ambiente de certa insegurança. Sabemos e vemos todo dia que a assistência médica no Brasil está um horror, mas no capítulo de doenças imunopreveníveis não. Vamos aguardar orientações melhores.

2 comentários:

  1. Concordo doutor! Esse alarmismo que infesta as comunicações digitais ainda vai nos levar ao caos...

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  2. Excelente e esclarecedor o post Fernando. Confesso que estava apreensiva frente a tantas comunicacoes nas redes sociais. Mas nada como sua experiência e sabedoria para nos tranquilizar!

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