segunda-feira, 11 de maio de 2015

GREVES, OCUPAÇÕES E OBSTRUÇÕES

FERNANDO AZEVEDO

Se é um direito constitucional que se tenha o direito de decreta-las. Mas existem greves antipáticas. A de Médico por exemplo. Nunca aceitei. No meu tempo de Barão de Lucena eram extremamente frequentes pelo cruzar dos braços da parte burocrática. Nenhuma consulta conseguia ser marcada, nenhuma operação poderia ser realizada e parava tudo. Como trabalhava em enfermaria e nesse tempo fazia Oncologia, furava o piquete diariamente, explicando a gravidade da minha ausência. Na saída deixava por lá meus cinco ou dez reais para o fundo de greve. Mas greve decretada pela classe médica não acho justo por mais absurdas que sejam as condições de trabalho. Entendo que a exposição de motivos às autoridades e à população funciona muito melhor que movimento paredista. Outro dia no carnaval, fui assistir a um show na Lagoa do Araçá que não conhecia. Soube e li depois que imobiliárias tentaram aterrar para construir os famosos espigões. A população, sobretudo as mulheres indo de casa em casa, fizeram um mutirão que obrigou o recuo do projeto. Vejo agora o projeto Novo Recife. Não tenho conhecimentos detalhados, mas a paisagem de abandono conheço há décadas. Ser contra o tal projeto é um direito do cidadão. Juntar pessoas para com argumentos sólidos fazerem mais aliados é na minha opinião a forma convincente de interromper um absurdo como seria a construção do shopping da Tamarineira. A população foi à rua e com um abraço liquidou a possibilidade. São vários os exemplos. Quanto ao Estelita não aceito o comportamento. Pichar muros e prédios, pichar a casa do Prefeito? Que casa do Prefeito? O prédio é um bem da cidade e a rua um bem público para livre trânsito dos cidadãos. Invadir shoppings assemelhando-se a rolezinhos é inaceitável. A classe que está à frente do protesto é intelectualizada, é estudiosa e tem que ser por esse motivo educada. Com palavras e lideranças mudam-se cabeças, destrói-se ou constrói-se projetos. Violência jamais consegue adeptos porque é uma coisa burra. Não faço defesa de prefeito ou governador e ao contrário tenho um montão de reclamações, sobretudo na área que atuo. Não sou ligado a nenhum partido sou apenas eleitor e cidadão, mas da mesma forma que a célebre frase “hay gobierno, soy
contra” digo para a desordem que vemos no dia-a-dia. Hay ocupacion? Soy contra!

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