segunda-feira, 13 de abril de 2015

CRIANÇAS ESPECIAIS

FERNANDO AZEVEDO

Sou do tempo em que uma criança hoje rotulada como ESPECIAL, uma feliz denominação, não era mostrada à sociedade, envergonhava uma família e não recebia nenhuma atenção do poder público. Às vezes nem se sabia que aquela criança existia, sobretudo se pertencesse à classe mais rica da sociedade, justamente aquela que culturalmente e financeiramente não poderia agir assim. A assistência pediátrica em sala de parto melhorou muito o índice de danos cerebrais por partos difíceis, mas as doenças genéticas mantêm a sua frequência. Outra causa que antes não se incluía era a dos filhos de dependentes de drogas. O crack devasta o binômio mãe/filho, assim como o álcool (síndrome do álcool fetal) tido como droga lícita mantém, sobretudo nas classes sociais mais baixas o seu lugar de destaque. A Síndrome de Down apresenta na minha opinião o melhor exemplo de como se pode inserir socialmente uma criança que antes morria pelas frequentes ma formações cardíacas e hoje em dia é uma criança que chega fácil à vida adulta pelos estímulos e educação especial intensiva. A luta coletiva através de associações de pais é a grande solução para pressionar o poder público a ter a obrigação de assistir adequadamente essa população, crianças que se tornam depois adultas e que pela velhice ou morte dos pais não podem ser abandonadas. O mundo passa a ter consciência do problema e cria DIAS especiais, tais como DIA DO AUTISTA recentemente divulgado. As escolas tem que abrir espaço para receber esse tipo de crianças e fazer com que as crianças saudáveis sejam solidárias e companheiras. As áreas de saúde contam com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais e outros que deveriam também participar da rede privada de ensino, pois uma criança, sobretudo a partir dos três anos de vida tem que ser inserida na sociedade, estimulada , para minimizar ou resolver seus déficits. Temos o belo exemplo da APAE, AACD, ABBR que foram criadas através de pressão social e esse caldeirão não pode nunca deixar de ferver. O país, no entanto apresenta-se cada dia mais como um a pátria deseducadora porque ninguém se interessa pelo magistério, os cursos acabam ou recebem candidatos de baixa qualidade e desapaixonados por educação. Vem prá rua.

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