FERNANDO
AZEVEDO
Minhas
lágrimas de criança na copa de 50 não criaram antipatia a esse país. Em 1962
depois de uma Olimpíada Universitária em Santa Maria (RS) viajei de trem até
Rivera e de ônibus em pé até Montevideo. Com 22 anos a gente topa tudo. Entrou
na minha vida também um concunhado uruguaio. Há quatro anos estive aqui de
navio, cerca de oito horas, mas senti que o dinheiro do turismo começava a
recuperar essa agradável cidade e consequentemente o país. Para nós do
norte/nordeste talvez seja um turismo caro, pois temos que pagar o trecho para
o Rio ou São Paulo já não temos voos diretos. Como adoro ler jornais dos locais
para onde vou, deparo com uma queda no turismo uruguaio. Previsão de menos 104
cruzeiros esse ano (coloque em cada navio 3.000 pessoas que gastam cada um em
torno de 47 dólares na breve estadia). Com a crise argentina os portenhos não
são os maiores visitantes e os paraguaios, chilenos e brasileiros são hoje os
principais turistas. Os motoristas de taxi (TODOS acham a cidade muito cara).
Mesmo assim o turismo do uruguaio para fora aumenta o que diminui o gasto na
sua terra. É uma cidade onde a gente se sente seguro dia e noite e não tem
gente te aporrinhando, é uma cidade limpa e com deliciosas ruas e calçadas
(tudo que gosto e não tenho) para andar a pé. O trânsito é ótimo. As ruas
arborizadas e floridas. Época de hortênsias. As avenidas largas com belos e
largos canteiros dividindo-as Não me aventuro mais a alugar carro, mas pode ser
uma boa. Taxis não são confortáveis nem numerosos a não ser os que servem o
ótimo aeroporto. Restaurantes em grande escala com preços talvez caros, mas com
a vantagem de servir fartamente duas pessoas. Para a turma do vinho sai mais
pesado, mas como virei PASTOR (?) dói menos na carteira. Povo extremamente
gentil, educado e culto. Ótima conversa com taxistas, sobretudo, lojistas etc.
Como em qualquer lugar do mundo mesmo você escolhendo a melhor época pode ter
surpresas e aconteceu o primeiro dia e segundo com um frio que não tolero, mas
com preces sertanejas o sol apareceu e fui atendido. Um povo alegre e em bandos
compõem o cenário urbano, bem diferente do silêncio chileno e da cara feia
argentina. Casas de câmbio numerosas com um câmbio de um real para 7.65 pesos e
um dólar para 20 pesos uruguaios. Algumas variações. Hotelaria também não é
atraente em preços de balcão e reservas devem ser feitas através de agencias,
bem melhor. Estou no Inter City em Punta Carretas um
bairro agradável com muitas casas, arborização, lembrando a velha Casa Forte.
Fui rever o cassino de Carrasco que em 1962 me impressionou não só por não
conhecer nenhum como pela imponência do prédio. Decepção total. O cassino é um
belo hotel, mas o jogo ficou no “fundo do quintal” com 90% de máquinas e vi uma
mesa de roleta com dois jogadores e uma de 21 com mais dois. Sem charme, sem
música e sem emoção. Próximo destino Colônia de Sacramento onde estive nos anos
Dourados de 1962 e atravessei o Prata para conhecer Buenos Aires. Valeu de mais
Montevideo. Gracias!
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