FERNANDO AZEVEDO
Existem no momento, sobretudo em duas escolas de ensino
básico, casos de Escarlatina. A doença é importante? Claro que sim, aliás, como
qualquer doença. É motivo de pânico? Claro que não, e é sobre isso que quero
comentar. A Escarlatina tem esse nome pelo tom avermelhado mais vivo que assume
a pele, diferente de outras doenças que também mancham a pele como o Sarampo,
Rubéola, Mononucleose infecciosa, Dengue etc. O agente responsável pela Escarlatina
é o Streptococcus pyogenes, ou Estreptococo beta hemolítico. Essa bactéria
habita a garganta e uma cepa a eritrogênica (quanto nome difícil!) produz a
Escarlatina. Outras cepas são responsáveis por amigdalites somente, febre
reumática (a mais séria pela possibilidade de danificar válvulas do coração) e
a glomerulonefrite difusa aguda, doença renal. Quando há um caso de Escarlatina
deve-se ficar atento a outros, mas sem a paranoia que está de formando ou como
foi formada, exigindo exames de secreção de garganta para a criança voltar às
aulas. Não é bem assim, pois o que não tem nada na garganta hoje pode daqui a
algum tempo vir a ter. Fica-se então atento a doenças febris para então focar
uma atenção maior. Não se fecha colégio nem se faz quarentena. O estreptococo
pode também habitar a pele e esses ferimentos, sobretudo nas pernas onde os
insetos picam e a criança coça e inflama pode ser o seu habitat. É o impetigo,
vulgarmente chamado de “pereba”. Essas lesões são contaminantes. O diagnóstico
da Escarlatina é clínico. A criança tem febre, garganta inflamada, e
rapidamente passa a apresentar a pele avermelhada com aspecto "em
lixa", áspera, sobretudo no tronco e face e depois membros, e coçam muito,
o que pode fazer a mãe pensar que é uma
alergia e retardar o tratamento. A língua apresenta características
importantes, é a chamada língua de morango e a idade geralmente a de cinco anos
pra frente. O diagnostico diferencial mais importante é com a Doença de
Kawasaky que apresenta um quadro parecido mas que leva a lesões vasculares
sobretudo coronarianas e temos que reconhecer e tratar com hospitalização e
exames. O tratamento da Escarlatina também é simples com uma dose única ( e
inesquecível ) de Benzetacil intramuscular ou com antibiótico via oral para
aqueles que não estão com vômitos e apresentam um bom estado geral. Fiquem
somente atentos mas não “apavorados”. Num ambiente onde existe um caso,
espera-se por outros mas não existe EPIDEMIA como relatam.
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