Tenho uma relação de afeto especial com as
crianças e adolescentes Down. A minha impressão é que são depositadas neles
todas as bondades do mundo, toda a honestidade que se devia ter e não se tem, e
um amor pelas pessoas sem falsidade, bem claro e transparente. Na minha vida de
Pediatra e esse ano completo 50 anos, tenho um contato mais frequente com
Isabela que já anda pela casa dos 25 ou mais e não me deixa nem eu a deixo e é
um dia premiado quando ela vai ao consultório e sempre termina o papo com um muito obrigado que derrete
qualquer coração. Antigamente muitos não viviam muito pelas complicações das
cardiopatias hoje corrigidas. Não eram muito estimulados porque também não eram
muito evoluídas a Fisioterapia, a Fonoaudiologia, a Odontologia, TO e outras
ciências que fazem parte da Equipe de Saúde. Ninguém é ninguém sozinho. Os colégios
precisam avançar e neles ainda há uma enorme precariedade e só alguns recebem
crianças especiais o que é lamentável. Uma coisa importante foi a modificação
do comportamento dos pais e da própria sociedade. Antigamente qualquer criança
que não pertencesse aos padrões “normais” era escondida pela família, não
frequentava escola nem a própria sociedade e com isso não alcançavam nenhum progresso.
As coisas mudaram felizmente e ai está a APAE, o AACD e outras entidades que
dão todo o apoio aos que apresentam dificuldades com audição, visão. Aos que
tem problemas de locomoção o Brasil está na idade média. Não há calçadas
decentes, os carros adaptados são raros embora tenha havido progresso nos
projetos arquitetônicos com a exigência de rampas e elevadores, mas ainda é
muito dura a vida dos cadeirantes no país. O assunto de hoje é uma referência
ao comportamento da família do governador que recebeu com o maior carinho e
orgulho o pirralho Miguel a quem dou também as boas vindas.
É verdade Dr. Fernando uma linda recepção ao pequeno. Belas palavras.
ResponderExcluirMônica Ponce de León