segunda-feira, 15 de abril de 2013

PLANEJAMENTO FAMILIAR


FERNANDO AZEVEDO

No meu tempo de criança não havia. Na minha casa poderiam ter sido oito e fomos somente três. Famílias de 10 filhos, 20 filhos não era uma coisa tão rara. Casas enormes, escolas públicas de boa e ótima qualidade na capital e no interior, consumismo zero e divisão de tudo, solidariedade familiar, ônibus e pé para andar por ai e as bicicletas para os mais aquinhoados, muitas vezes divididas com os irmãos. Veio o apartamento e já nao cabia tanta gente, as escolas publicas fecharam ou são péssimas e não se pode nem se deve botar menino no mundo sem responsabilidade.  Surgem os meios anticoncepcionais começando pela tal da camisinha jamais admitida pela minha geração e o indispensável planejamento familiar. Casa-se mais tarde e programa-se o primeiro filho. E aí? Mas quantos?, que intervalo entre eles? Quero abordar a chegada do irmão. Existem dois extremos, o período curto e o intermediário. Se a idade é aproximada não há tanto choque, mas se o espaço é de três, quatro anos, o “rei da casa” perde o trono de forma dolorosa. Muitas vezes primeiro filho, primeiro neto, primeiro sobrinho e de repente lá vem outro dividir seu espaço época também em que já está na idade escolar e passa meio ou dia inteiro fora de casa. A cabeça complica. Regride, a agressividade aumenta, frustrações se somam, de forma que ao se planejar o segundinho o trabalho tem que começar na gestação com muita conversa, muita participação e sem deixar de lado a atenção que era dada ao primeiro com passeios atenções e tudo mais. Quando a diferença de idade é muito grande o comportamento é melhor.  Criança pequena até os dois ou três anos não divide seus brinquedos. Como de repente vai entender que sua vida mudou completamente.
Fiquem atentos a isso. Vale a pena um aconselhamento ou acompanhamento psicológico para evitar maiores danos e a participação tem que ser familiar e não só dos pais.

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