FERNANDO AZEVEDO
Como uma coisa puxa outra, escrevi sobre
Planejamento familiar. Ai uma cliente me sugeriu escrever sobre o filho único e
agora porque não falar dos gêmeos? Os gêmeos chamam a atenção da família e da
sociedade em geral. Se são idênticos mais ainda. Fui muito amigo de dois com
quem convivi muito e um deles meu compadre e uma deliciosa pessoa. Os dois eram
tão idênticos que só um se associava ao Internacional, clube importante de anos
passados. Entrava e passava a carteira por alguém para o outro. Até o plano de
saúde era de um só e os dois usavam. Vejam o risco! Naquele tempo também a
checagem não era tão detalhada como agora. O grande trabalho na diferenciação
dos gêmeos começa em casa, entendendo e estabelecendo que ali estão duas , três
pessoas parecidas fisicamente ou não, mas cada um com sua identidade. As
personalidades são diferentes e devem ser respeitadas e não enquadradas numa
conduta única. A forma de vestir, de cortar o cabelo etc. não tem que obedecer
ao mesmo padrão. Se assim se procede há prejuízo. Os nomes também tem
importância. Nada de José Paulo e Paulo José, João e Maria e por ai vai. Nas
escolas se ficarem em classes separadas é legal, tudo para que a sociedade
entenda que os pais não querem esse ser único. Com a técnica de implantação de
óvulos fecundados, a gemelaridade aumentou e muito. Sempre entendi como um
absurdo quádruplos, quíntuplos. Agora a implantação se resume a dois ou três
óvulos, menos mal. Se criar um filho de cada vez da uma trabalheira, imagine
gêmeos, mesmo que só dois. E as despesas? No início é aquele presentaço de fraldas,
enxoval, brinquedos, roupinhas, mas depois as doações acabam. Esse é o fim do
filme.