segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A MENTIRA


FERNANDO AZEVEDO

O espetáculo de mentiras que estamos assistindo por parte de advogados que mentem defendendo  mensaleiros canalhas e seus chefes estúpidos, sem caráter, sem princípios, assassinos (Celso Daniel está ai e também fazia parte do bando), o pacto de silêncio entre os sórdidos, motiva escrever sobre a mentira. Ela é uma coisa normal na criança pequena entre dois e seis anos e deve ser tratada de forma delicada. O mundo mágico da criança onde ela cria personagens inventa propriedades, conversa com amigos que ninguém vê (o espiritismo considera mediunidade) deve ser tolerado sem maiores preocupações, mas também sem estímulos. Com o tempo acaba. A criança pequena muitas vezes se escuda na mentira para se livrar de violências. “Quem quebrou meu celular?” Se a criança honestamente se acusa e leva uma surra ela prefere mentir e assim se defende e como deu certo ela continuará mentindo. Muitas vezes a convivência com uma sociedade de nível econômico elevado faz com que a criança ou já adolescente minta sobre a sua situação para tentar o alpinismo social. Os pais tem que conversar com delicadeza e reservadamente com a criança que começa a usar a mentira frequentemente. A educação hoje está muito terceirizada, pois os genitores passam o dia fora de casa. Sabe-se pela neurociência que o adulto é a projeção da criança com seis anos de idade dai a necessidade do investimento na educação nesses primeiros anos. É o maior investimento que uma nação e uma família podem fazer para um futuro. Se conhecermos a ficha familiar dos canalhas a que me refiro no início pode estar certo que não tiveram fundamentos morais na sua criação. A mentira torna-se patológica, mas às vezes ela é inocente e não traz nenhum prejuízo social e até diverte. Conheço família de três gerações de mentirosos. O fato distrai e muitas vezes se faz a rodinha para provocar o mentiroso. Os programas humorísticos criam personagens como Pantaleão (grande Chico Anísio).No Náutico havia um que era piloto amador do aeroclube. Contava ele que um dia quis fumar e o isqueiro estava sem o fluido. Colocou então combustível de avião e ao acender o dito cujo, ele saiu voando. De outra vez, fez uma viagem para um engenho e trouxe de presente uns potes de mel.. Não volta já chegando perto do aeroclube percebeu que estava sem gasolina e mais que depressa, para poder chegar, colocou o mel de engenho no tanque. Ao aterrissar notou que as hélices faziam um barulho muito estranho. Quando abriu o tanque de combustível estava cheio de rapadura. Era um barato conversar com ele, mas coitado não tinha a menor credibilidade se um dia fosse verdadeiro.

Histórias:
Na volta às aulas a Professora pediu ao meu neto Leo que descrevesse suas férias. –“Fui com meu pai minha mãe e meu irmão para Barcelona de avião e de lá fomos de navio... e descreveu o roteiro. Ao término, toda a turminha gritou “Ô MENTIRA” Ele chorava e não se consolava, pois era a pura verdade comprovada no outro dia com fotos. Veio o carnaval e ao colocarem no ar o Frevo do Galo, ele disse: “Essa é do meu avô” e novamente Ô MENTIRA. Muito choro novamente e no outro dia o LP e o CD para comprovar o dito. Calou todas as bocas. Menino bom!

Um comentário:

  1. Fernando,
    E quando os pais acreditam na mentira, levam a sério e tomam satisfações com o vilão inventado? passei alguns anos vendo pais alimentarem um monstrinho que, adolescente, dominou a casa.

    Adorei a rapadura fabricada por hélices. Abraço.

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