segunda-feira, 5 de setembro de 2011

COMEMORAÇÃO DE NASCIMENTOS


COMEMORAÇÃO DE NASCIMENTOS

FERNANDO AZEVEDO

Há muitos anos deixei de estar presente em salas de parto. Quando os hospitais passaram a ter neonatologistas de plantão achei que devia pendurar as chuteiras. Além do mais saber trabalhar com respiradores, nutrição parenteral etc. exige realmente dedicação e presença diária em berçários para saber manusear muito bem esses aparelhos e observar a reação dos bebês a eles. Felizmente apareceu também José Henrique meu aluno no Barão de Lucena e meu Professor hoje. Um nascimento é um momento de grande alegria, mas desde o meu tempo até agora continuam as comemorações festivas dentro dos quartos ou suítes e fico estarrecido com essa prática, pois a mãe está cansada, operada (95% de cesáreas), precisando paz para se recuperar, amamentar com intimidade etc. Garçons servindo salgadinhos e uísque? Não da pra minha cabeça. Já assisti um batizado com padre e tudo e um verdadeiro café da manhã no quarto de um hospital com dezenas de pessoas. Há uma tolerância enorme do próprio hospital em permitir essa prática. Comparando, tenho 3 netos em São Paulo e quando fui para o nascimento só era permitido duas pessoas com a parturiente, havendo troca  de crachás para a substituição.  Se não se chegar a tanto, se chegue a quanto. Deixem que a mãe repouse,  que vá para casa e depois então se faça uma visita com aviso prévio de preferência. Por mais amizade que exista mande os parabéns virtualmente, ela vai saber que estão todos torcendo e festejando a felicidade da família. E você mãe, se preparar lembrancinhas para distribuir com as visitas tá ferrada! Não vai poder se queixar depois. Eu sei que são hábitos da terra e isso é interessante em muitos aspectos para que um mundo não seja uma geléia geral, mas algumas coisas podem ser mudadas.

ESTÓRIAS DE CONSULTÓRIO

Pode faltar água no oceano atlântico, mas não falta pirulito no meu consultório além de outras bugigangas disputadas.
Mauricio depois da consulta me pediu um pirulito. O pai para mostrar como se educa um filho falou:
- Como se diz meu filho? Mauricio responde:
- Tem mais tio?
Tem, tem muito mais. De boca de menino e de boca de urna vem muita surpresa.

2 comentários:

  1. Gostei muito sobre as comemorações de nascimento. è um momento muito íntimo e às vezes bem difpicil para a mamãe e o bebê.
    A estória de consultóri, ótima!

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  2. Dr Fernandom adorei o seu texto acima. Eu, como o senhor, nunca entendir como e que os hospitais dai do Brasil permitem tanta festa com a Mae que ainda ta "costurada". Aqui na Inglaterra, onde moro, como o senhor sabe, so e permitido a Mae e um acompanhante, juntamente com a parteira e se de bobeira do jeito que a coisa vai, nem parteira precisa mais, pois a coisa e encarada com tanta naturidade que as vezes me espanta! Cesariana, aqui? So se for extremamente necessaria! Eu, como o senhor sabe, tive o meu primeiro filho, o Ryan, seu paciente, de parto normal e o meu segundo filho tambem foi de parto normal.. e doloroso demais, mas a recuperacao e muito rapido, e como o meu segundo filho, que nasceu as 7 da manha, poderia esta em casa ao meio dia do mesmo dia, se nao tivesse tomado a epidural( depois de muita briga). Quanto ao seu consultorio, o senhor tinha que abrir um era aqui!! vem logo!!! beijo grande e saudosos e ate a minha proxima ida ao Recife, dessa vez, com o Ryan e o pequeno Lucas!!! Anna Nery De Sousa Parkins( prima de Laury)

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