FERNANDO AZEVEDO
Minha primeira viagem ao Rio de Janeiro foi
em 1949. Entre as atrações turísticas estava o Maracanã, o maior estádio do
mundo que vimos por fora, pois ainda estava em obras para a Copa do Mundo de
1950. Essa foi a minha primeira Copa. Barbosa Augusto e Juvenal, Bauer Danilo e
Bigode, Friaça (substituto de Maneca) Zizinho, Ademir, Jair e Chico. Esses eram
os nossos guerreiros. O Brasil ao pé do radio, famílias inteiras reunidas. A
cada vitoria mais entusiasmo e orgulho pátrio. No jogo com a Espanha houve um
fato interessante. O Brasil ganhava de goleada, todo o estádio vibrava a cada
gol e um homem baixinho chorava. Como pensaram que ele era espanhol começou uma
xingação. Ele explicou; - Não sou espanhol. Sou brasileiro, e choro porque a
música que vocês estão cantando é minha. Todo o estádio cantava Touradas em
Madri de João de Barro o Braguinha. A final fatídica foi comovente, o Brasil
chorava de meninos a velhos e eu nos meus 10 anos de vida passava pela maior “primeira
emoção”. Seguiram-se outras, 1954, 1958. Aí surge Pelé um adolescente de 17
anos. Em 1962 o bicampeonato com a maestria de Garrincha, a enciclopédia Newton
Santos e o possesso Amarildo de Nelson Rodrigues. Em 1970 o tricampeonato no México visto de
junto pelo meu irmão Luciano que voltou encantado com tudo, sobretudo com a
cordialidade entre as nações e a receptividade do povo mexicano. Seguem-se as
outras até chegar a nossa vez de novamente sediar esse magnífico evento
esportivo. Só que agora a Tourada é outra, não é mais a de Braguinha. A tourada
está nas ruas com os Black-bloks e o Olé foi substituído pelo Rolé ou rolezinho
para os íntimos. O país não tem mais
ordem. O PT e seus ladrões nos avacalharam para o mundo. Ali Babá não conseguiu
abrir os jogos pan-americanos e a Presidenta foi barrada na Copa das
Confederações. A vaia foi intensa, imensa. Na minha escola primária cantava o
Hino Nacional Brasileiro com o maior orgulho e isso me fez amar esse meu país
que vejo ser entregue a ladrões rasteiros e medíocres. O mundo está
decepcionado com tudo que vê e teremos tempos quentes em Junho. Os jogos que
sempre foram uma fonte de integração se desintegraram. O medo de ir para as
ruas é grande e a FIFA suspende os eventos públicos com telões sobre os jogos.
Os patrocinadores sofrem os danos. Em qual país existe rolezinho? Perdemos esse
jogo. Não interessa o placar das pelejas e não haverá a virada no segundo
tempo. Muito triste!
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