FERNANDO AZEVEDO
Fiz um curso primário pra lá de excelente. A educadora
Eulália Fonseca (Lalu) com o seu avançado Instituto Recife na Rua 48-
Espinheiro- estava décadas na frente de outros estabelecimentos. Além dos
aprendizados obrigatórios tínhamos aulas de música, eu cantava no orfeon,
sabíamos todos os hinos e cantávamos nas solenidades, aprendíamos artes
plásticas e trabalhos manuais para apresentação num evento anual, tínhamos um
grêmio com presidente secretário etc., aprendíamos a redigir uma ata, passar
telegrama, escrever carta, requerimentos, descrever paisagens em quadros para
testar a sensibilidade de cada um, plantávamos feijão em algodões molhados para
vê-lo brotar, inesquecíveis visitas a indústrias como a Fratelli Vita e a
fábrica Pilar e uma série de outras coisas que nos fazia participar da
sociedade. Não esqueço minha vida de colégio primário. Depois um desastre que
continuo a ver até hoje através de filhos e netos onde a competição e a
decoreba estão acima de tudo para a preparação para o vestibular. Mas existem
ainda trabalhos excelentes que vocês pais devem saber, apoiá-los e entenderem
que isso faz um bem enorme na formação de uma criança. A arte seja ela qual for
deve ser mostrada continuamente e cada um escolhe a que mais se identificar.
Conheçam EUNICE VAZ CURADO e a sua OFICINA DE JARDINAGEM e vejam que belo
depoimento.
“Minha profissão: minha arte, meu dom.
Todas as decisões que tomamos têm implicações na vida, envolvendo algum
tipo de risco. Na vida profissional ou social, as decisões que tomamos é que
determinam o sucesso ou fracasso, ganho ou pela, vitória ou derrota. Fui
professora de educação infantil e sabia que essa era a minha vocação ou melhor,
é. Na época que decidi deixar as salas de aulas por vários momentos passou pela
minha cabeça que estava tomando uma decisão precipitada, mas resolvi arriscar. Comecei
a afazer o curso de paisagismo no centro de estudos paisagísticos do Recife ,
CEPA. Naquelas aulas aprendi sobre projetos e a arte da jardinagem. No começo
não foi fácil, agora é que estou começando a colher os frutos da minha
plantação. Certo dia resolvi levar uma filha de minha amiga a uma oficina de
arte e aquele local me agradou muito. Voltei para casa e fiquei pensando o que
poderia construir naquele ambiente, pois a criatividade é algo que não pode
faltar, estou sempre criando, e o que fazia falta naquele momento era trabalhar
com o público infantil. E por que não trabalhar? Reservar algumas horas e um
dia da semana das crianças eu sabia que estava faltando a motivação que
encontrei naquele espaço verde e o meu jardim seria das crianças. Resolvi dar
uma vez na semana, oficina de jardinagem para crianças, conscientizando desde
cedo sobre a importância da preservação do meio ambiente. Ter a criança como um
agente multiplicador dos conceitos de responsabilidade social e ambiental
através das oficinas. A primeira oficina trouxe um retorno imediato, não
esperava uma resposta tão rápida. Hoje sou solicitada para dar aulas em vários
locais e tento conciliar sempre que posso, pois me sinto realizada e tenho
muitos outros projetos em mente. A minha motivação vem de uma frase da música
de Gonzaguinha: “Eu fico com a pureza das respostas das crianças. É a vida” Minha
motivação para continuar fazendo esse trabalho que só tem dado alegria e satisfação”