segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O CARNAVAL E A FEBRE AMARELA




FERNANDO AZEVEDO
 


A Febre Amarela que nas pesquisas históricas tem seus primeiros registros na África, depois na Península Ibérica, seguindo para a América do Sul e depois Estados Unidos levada pelos navios caribenhos, está presente no Brasil há séculos. A sua predominância é na área rural e matas e transmitida por mosquitos vetores do gênero Hemagogos e Sabethes e o reservatório viral são principalmente macacos. Nas áreas urbanas o vetor é o nosso conhecido Aedes Aegypti que também transmite a Dengue, Chikungunia e Zica que aqui estão instaladas e causando tantos danos. Essa semana uma senhora cliente me disse que vai fugir do carnaval por causa da Febre Amarela. Esses conceitos errados se espalham, sobretudo pelo tal do ZAP e provocam o pânico e a informação destorcida. Não é assim. As aglomerações podem ser responsáveis por doenças de contaminação homem-a-homem. Outras precisam do vetor transmissor. O vírus da Febre Amarela está espalhado por todas as regiões do Brasil, mas não há registro em Pernambuco nem na área rural nem urbana. A doença é a mesma, os vetores é que são diferentes em cada área. Existe a possibilidade de ocorrerem casos no nosso estado? Com essa migração permanente de pessoas pode acontecer que uma pessoa doente com Febre Amarela sendo picada pelo Aedes Aegypti contamine outra se picada pelo inseto, mas isso estatisticamente é dificílimo, pois o vírus circula no sangue do doente entre três e cinco dias somente. No esquema de vacinação recomendada pelo Ministério da Saúde, não se vacina crianças pernambucanas a não ser que façam viagens para zonas endêmicas brasileiras ou internacionais e nesses casos sempre aplicar a vacina dez dias antes da data da viagem. A indicação é a partir dos nove meses, podendo ser antecipadas para os seis meses em áreas de risco. Não se vacina grávidas, mulheres em amamentação de bebês, imunodeficientes (pacientes em quimioterapia, por exemplo) e idosos acima dos 60. A vacinação vai extinguindo as doenças e assim foi com o Sarampo. Poliomielite etc.
Não caiam em desinformações, Caiam no passo, aproveitem essa coisa gostosa que é o frevo e o carnaval pernambucano, Se pintem de amarelo, vermelho e se vistam com todas as cores da alegria. Vou ao pré-carnaval e na folia de Momo serei exilado para Maragogi, mas sem tornozeleira eletrônica. Quem sabe?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

PARABÉNS JOÃO PESSOA


FERNANDO AZEVEDO

Mais uma mini temporada em João Pessoa para mostrar essa cidade tão educada e bem cuidada da nossa querida Paraíba aos netos , filha e genro. Conheço João Pessoa desde o meu tempo de atleta quando vez em quando jogávamos contra o Cabo Branco e numa viagem em estrada terrível de barro e muita lama se fosse tempo chuvoso, chegávamos a uma cidadezinha pequena e muito pouco desenvolvida. Agora tendo paciência e ao mesmo tempo revolta com a passagem por Abreu e Lima entramos em boa estrada ainda em Pernambuco e depois na Paraíba. Na cidade largas avenidas, e uma costa praieira onde se vê sotaque de todo o Brasil e exterior. No jornal vejo reportagem sobre a maior fonte de arrecadação: Turismo. Hotéis cheios, restaurantes de alta qualidade e uma animação permanente onde quer que se vá. O por do sol na chamada praia do Jacaré,em Cabedelo,  que conheci há uns três anos e que eu poderia naquela ocasião dizer que era um espetáculo mambembe, de repente, em pouco tempo, tem o cenário completamente reformado com um cais enorme onde se aprecia o passeio de vários catamarães com centenas de pessoas dançando o forro na maior animação, permite a milhares de pessoas assistirem esse bonito espetáculo da natureza que conheci em Cartagena, Punta Del Leste e em Fernando Noronha. Os dos exterior são realmente muito bem cuidados e de alto nível, mas digo com certeza que o Jacaré oferece uma alegria que os outros não têm. No Rio Paraiba o sol se põe sob as ordens de Jurandir do Sax e o silêncio é total e respeitoso para ouvi-lo. Merece. Centenas de lojinhas, dezenas de artesãos, músicos, violonistas e cantores e, sobretudo participação popular. Presença policial e um público educado. Papel no chão em qualquer lugar da cidade? Nem pensar. Faixas de pedestre onde o bico do pé ao pisa-las, para o trânsito. Feirinhas de artesanatos com ótimo preço nos artigos e que enchem sacolas de turistas. Comedoria asseada em vários pontos, realmente um encanto. Os bares e restaurantes da orla de Tambaú a Cabo Branco funcionam 24 horas. Lógico que comprei minhas bugingangas artesanais para as crianças do consultório: uma roda gigante linda, dois piões da minha infância e uma borboleta daquela que bate asas. Apaixonei-me por um cavalo e pensei durante 48 horas em trazê-lo e colocar na sala de consulta entre as duas cadeiras. Não conseguiria ouvir as histórias. Na sala de espera teria que contratar a guarda municipal para conter as brigas por uma vaguinha nele. Desisti, mas fica a saudade dele e dessa querida cidade onde a qualquer hora vou goza-la novamente.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

ALÔ ALÔ CARNAVAL



FERNANDO AZEVEDO
 
Mais um mês e pouco e mais um carnaval. Beleza, mas o que vamos cantar de novo? Rigorosamente nada. Não há mais nenhum estímulo ao ingresso de novos compositores e cantores no cenário carnavalesco. Há muitos anos a Rede Globo acabou o FREVANÇA festival de frevo e maracatu que revelou muitos talentos e com certeza Antonio Carlos Nóbrega como o principal. A Rede Globo faz o que quer com sua grade de programas e não temos nada com isso, mas a Prefeitura do Recife não pode fazer porque há uma lei que determina a organização anual de um festival de frevos caboclinhos e maracatus para preparação de um novo repertório carnavalesco. Não pensem os leitores que É A CRISE. Não. Há alguns anos que o prefeito não cumpre a lei, assim como não abre o Teatro do Parque e não preza por uma coisa importantíssima que é a cultura rica de uma cidade. Não aparece com frequência um ENÉAS FREIRE que cria o Galo da Madrugada e com ordens severas como era do seu temperamento, obrigava as orquestras a só tocar nosso frevo nas suas diversas formas. Enéas incrementou o turismo no Recife de forma extraordinária. Não sou absolutamente contrário a que se cantem os grandes sucessos de Nelson Ferreira, Capiba, Edgar e Raul Moraes, Luiz Bandeira, Antonio Maria, pois são nossos ícones a quem devemos muito e não podemos pagar. Mais existem muitos outros escondidos por ai e sem chances de mostrar o seu trabalho. A Lei Rouanet foi criada com essa intenção, de projetar artistas em várias áreas intelectuais e foi desvirtuada para financiar projetos de nomes consagrados que não querem arriscar o seu dinheirão num investimento cultural. A música brega da pior qualidade entre nesse vácuo e é cantada nos dias de Momo, época em que deveria ser cuspida. Acho que está na hora dos blocos se reunirem e criarem um festival independente para oferecerem novas músicas, numa reunião amiga, sem competição patológica e sem favorecimentos. A música que pegar pegou e muitas vezes não é a vencedora de um concurso a que fica, acontece isso. O Galo da Madrugada com o Bloco das Ilusões anunciam seus ensaios. É um grande foco de resistência e que não pode trair seus princípios. Vem também o Siri, o Baile dos Artistas, Municipal, Bal Masqué e o carnaval de Olinda, diferente do nosso e muito autêntico que também tem que receber cuidados e exigências para que não perca seu charme como já aconteceu com colocação de caixas de som nas janelas das casas tocando lixo musical apreendido e jogado fora por uma severa fiscalização da Prefeitura que impôs silencio nas ruas para que os maracatus e blocos fossem ouvidos. Bom Carnaval!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

CARANDIRU, MANAUS, RORAIMA, ANÍBAL BRUNO E OUTROS.



FERNANDO AZEVEDO 

A burrice de não querer ver a importância para uma nação da EDUCAÇÃO INFANTIL é a causa dessas tragédias que assombram o mundo e joga nosso conceito de país no fundo do poço de onde é difícil sair. A marginalidade aumenta a cada dia e pessoas são jogadas em prisões que as aperfeiçoam no mal. Um amontoado de seres humanos já desumanizados e que a cada dia se brutalizam mais pelo ócio nas cadeias onde nada fazem e nada aprendem para pelo menos gastar um tempo exercendo habilidades que possam ter. Investimento em prisões é rasgar o nosso parco dinheiro. Em Pernambuco duas parcerias público-privadas revelaram as maracutaias e o desperdício e vai ficando assim, e o pensamento parece que não muda em todo o país. Claro que o sistema prisional existe no mundo todo, mas quantas celas vazias estão à disposição e não encontram ocupantes nas nações de “primeiro mundo”? Em relação à EDUCAÇÃO qual o estímulo hoje para sensibilizar um jovem a ser professor. Não falo de salário que lógico que tem que ser atraente, mas as condições de trabalho não convidam e as crianças também não se interessam em frequenta-las pela falta de estímulo envolvendo a tríade família-professor-aluno. Os estudos provam que um cidadão é formado aos seis anos de idade. A intensidade do bem estar, alegria, amor, alimentação, saúde, deve ser riquíssima nesse curto espaço de vida. Formando esse alicerce o edifício cresce seguro. O que vemos é o total descaso e a ignorância que vai sendo acumulada para ser depois compensada com “cotas” para que atinjam a universidade. Demagogia pura e burrice de dar dó, pois os empregadores sejam públicos através de concursos ou privados se interessam pelos competentes e não incorporam esses doutores nos seus quadros. Não canso de citar o exemplo das crianças do Coque onde uma ciranda de mãos dadas e apertadas formada por juízes, músicos e Exército com seu quartel entregou ao mundo uma juventude limpa e profissionalizada. A falta de planejamento familiar nas populações pobres e promíscuas joga em cada bairro crianças sem afeto e sem horizontes. Vamos então prender mais gente, mas que se prendam com mais intensidade os responsáveis por esse horror chamado crime organizado que vai das mais baixas categorias intelectuais às mais altas e ai está a Lava Jato como exemplo. Podem argumentar: mas esses não receberam boa educação? Respondo seguramente que não. Não se educa com dinheiro e sim com exemplos e pequenas punições ao erro e desvio de conduta. Não sendo assim não se constrói uma sociedade.