segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

CARNAVAL, VOLTA ÀS AULAS E FEBRES.




FERNANDO AZEVEDO



Todo ano acontece. Depois das férias onde as crianças se soltam nas praias, em viagens etc. há
pela separação do convívio intenso uma pausa natural nas doenças. Lógico que acontecem,
sobretudo pelo exagero em alimentação, mudanças de hábitos e férias representam a saudável quebra de disciplina do dia-a-dia. Quando logo após vem o Carnaval como aconteceu
esse ano as doenças virais respiratórias e digestivas se instalam e se propagam com mais
intensidade e agora se multiplica tudo pela presença dessa trinca de vírus das doenças
Dengue, Zika e Chikungunya que vão nos atormentar por muito tempo pelas condições
totalmente favoráveis à vida do mosquito. São super válidas as medidas de combate e
conscientização, mas infelizmente nada muda até que se consiga uma vacina contra esses três
vírus. O Brasil será a grande maternidade desses mosquitos vetores que já tem residência fixa
há mais de 20 anos em todo o território, com diminuição só no sul, pois assim como eu não
gostam do frio. A quantidade de crianças com quadro febril, diarreia e vômitos no momento é
acima do normal e isso nada tem a ver com o Aedes. São quadro de “viroses” palavra que os
clientes detestam “pois tudo é virose”. O fato é que é mesmo.  Que medidas tomar se a
criança está assim. A primeira preocupação é mante-la hidratada. Isso é fundamental. O
apetite desaparece e forçar alimentação causa náuseas e vômitos aumentando as perdas.
Existem reidratantes bons nas farmácias e não usem energéticos nem refrigerantes. O soro
caseiro também funciona muito bem (1 litro de água + 1 colher das de sopa de açúcar e uma
colher de café rasa de sal) salva muitas crianças por um preço barato e accessível. Preste
atenção a quantidade de urina e cor que deve ser amarelo claro. Verifique a saliva. Se pegajosa
precisa mais líquidos para reidratar. Medicações contra vômitos têm que ser usadas com parcimônia pois podem se acumular e trazer efeitos tóxicos. Uma a duas doses podem ser
dadas, mas não repetidas mais que isso. Tenha calma com a realimentação que deve em todas
as idades ser progressiva em quantidade. Se a criança está em amamentação basta o peito que
salva tudo e se em dieta livre às vezes o leite pela presença de lactose não é bem tolerado e é
melhor usar uma formula sem esse açúcar. Frutas são ótimas assim como uma dieta branda
com grelhados, verduras respeitando sempre a aceitação. Repositores de flora intestinal, os
probiótiocos devem fazer parte do tratamento, pois ajudam.  Se a criança está muito prostrada
vale a pena a hidratação venosa em hospital, mas muitas vezes você conseguirá tratar em
casa.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

MICROCEFALIAS




FERNANDO AZEVEDO

A saúde do Brasil é um caos e se antes atingia as classes mais pobres hoje se democratizou e a
assistência médica é difícil, cara e ruim. O Ministério da Saúde, no entanto tem técnicos
altamente capazes, assim como também os institutos de pesquisa. Estão acontecendo casos de
microcefalia em recém-nascidos de Pernambuco (e nordeste). Não há ainda uma verdade
absoluta sobre a causa, mas suspeita-se pelo estado endêmico com brotos epidêmicos, dos
vírus responsáveis pela Dengue, Zika e febre Chikungunya, doenças parecidas, mas que variam
quanto à intensidade de sintomas e mortalidade cujo mosquito transmissor é o mesmo: Aedes
Aegypti. Notícias mais recentes atribuem ao Zika vírus a causa por ele ter sido encontrado em
dois resultados positivos na coleta de liquido amniótico de gestantes cuja ultrasonografia
levantava a suspeita de microcefalia nos fetos. Esse mosquito veio para encontrar morada
definitiva no Brasil, seu berço esplêndido pelas condições imutáveis de higiene apesar de todas
as campanhas educativas. Culpa da população e governo federal estadual e municipal. Não
tem um melhor que o outro. Agora novas informações dizem que o “fumacê” que contém o
larvicida (Pyriproxifen)colocado no sistema de abastecimento de água em Pernambuco é a
principal causa das microcefalias pois “ a doença sempre foi considerada banal e sem
alterações fetais mesmo em lugares onde 75% da população adoeceu” O futuro de uma
criança microcefálica é de ruim a péssimo, pois não existe uma rede de apoio médica e
paramédica para auxilia-la. Um pânico estabeleceu-se no NÃO ENGRAVIDAR até que se
estabeleça a verdade sobre essas microcefalias. Também não é assim. A estatística é pequena
em relação às crianças recém-nascidas normais e esse aconselhamento espalhado em jornais
em entrevistas com médicos foi precipitado. A coisa fica um pouco paranoica. Um pré-natal
bem acompanhado é necessário em todas as situações e no momento em particular e exames
sorológicos podem ser feitos em alguns casos na pesquisa dessas e outras doenças. A
maternidade é uma coisa desejada por muitas mulheres, é uma realização de um casal.
Acontecimentos que interferem numa gestação são muitos e ninguém prevê nada. Tudo vai
bem e de repente vai mal. São as surpresas naturais da vida. Dizem que “de boca de urna, boca
de menino e barriga de mulher ninguém sabe o que vai sair” A expressão é muito antiga. Hoje
já se sabe muita coisa sobre a barriga da mulher. A verdade continua, sobretudo em relação à
boca de menino. Vem agora a possibilidade de permissão legal para o aborto de
microcefálicos, semelhante ao que existe para anencéfalos. São situações diferentes e vamos
ver como se comportam juízes e médicos

domingo, 14 de fevereiro de 2016

CRÔNICA DE CARNAVAL




FERNANDO AZEVEDO

Vamos começar pelo pré-carnaval e especificamente Casa Forte, onde moro e vejo.
Surpreende qualidade da semana pré tendo como destaque o Paraquedista Real na quarta
feira, cada dia mais frequentado e animado. Dois ensaios no Bar Real em quartas feira anteriores também são ótimos. Blocos infantis, fábrica de foliões que com certeza manterão a chama momesca acesa, festas nas escolas tudo muito interessante realmente. O Pisando na Jaca sábado à tarde também é ótimo. Qual o cuidado preventivo para o próximo ano,sobretudo no dia dos Barbas: a breguice de carros estacionados com alto-falantes nas malas
tocando o que há de pior e num volume ensurdecedor.  Isso prejudica as pequenas orquestras dos blocos, não tem nada a ver com a festa e lembra Olinda em épocas anteriores que necessitou intervenção policial para acabar com esse famigerado mau gosto. Espero que em 2017 haja uma conscientização dos moradores para impedir isso e avisos prévios a Policia Militar para que defenda essa bandeira de manutenção da autenticidade da festa carnavalesca. E por falar em Policia A Turma de Jaqueira segurando o talo entra novamente na crônica policial com tiros de revolver que atingiram apartamentos do bairro. Mais uma vez a cafajestada se manifestou. Antes um bloco tão organizado, transforma-se num ajuntamento violento e perigoso. Passemos ao Carnaval. A abertura na sexta feira às 18 horas é um espetáculo de nível internacional. Esse ano enriquecido com a beleza plástica dos maracatus rurais e caboclinhos
Naná Vasconcelos nos presenteia com um teatro ao ar livre onde o povo não cansa de aplaudir.  O Galo novamente extremamente organizado com hora para começar e acabar, homenageando a cada ano uma figura marcante, esse ano Chico Science. Apesar do corte de verbas de vários patrocinadores inclusive Prefeitura e Governo do Estado manteve como sempre a qualidade de seus desfiles. O Governo a Prefeitura tem que entender que o Galo da
Madrugada é há muitos anos o carro-chefe do Carnaval, que enche os hotéis de turistas e emprega milhares de autônomos. O investimento tem um retorno triplicado e como digo sempre, o Recife não tem como pagar ao meu querido e inesquecível Enéas Freire esse presente para nossa cidade. Recife antigo excelente, em paz, apresentando nossas ricas e variadas manifestações culturais. Shows para todos os gostos com os nossos artistas porque não dependemos de importações. As brigas e arrastõesnoticiadas nos jornais da quarta feira são típicas de fim de festa e bebida exagerada.
NOTA 10 – transporte para o Recife antigo pelos ônibus que saem dos shoppings. Usei o do Plaza.
Olinda- Falta perna, não da mais e gozei tanto em anos anteriores que está de bom tamanho.

Até 2017.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

DESCOBRINDO DOENÇAS

FERNANDO AZEVEDO


Doença de Chagas, Doença deCrohn, Doença de Kawasaki, todas essas descobertas são importantíssimas para o mundo e homenageiam os cientistas dando seu nome a elas. Recentemente o mundo se rendeu a uma nova descoberta, graças à inteligência privilegiada da nossa presidenta, a Doença do Mosquito Zyka. Essa é fundamental para a saúde pública nos países tropicais. Hoje no consultório registro a minha colaboração ao mundo com a Doença do Portinglês (dispenso colocar meu nome). Vamos entender o que é.Um casal vem à consulta com o filho de 5 anos, em férias, e a queixa é de que há uma semana está falando de uma forma diferente, entronchando a boca, acentuando erres, e com uma pronúncia e entonação diferente na voz. Questiono sobre a saúde geral e nada existe de possibilidade de algo neurológico. Tento conversar com o pirralho, mas ele não quis papo. Pedi para falar Araraquara, meu grande teste para quem está curado dessa dificuldade de dicção do R e consertado pelas Fonoaudiólogas.  Ele não colabora. Vou adiante e questiono sobre as férias e os pais então me dão o elemento chave para o diagnóstico e registro da Doença do Portinglês. Passa o dia com o tablet vendo filmes e músicas em inglês e fica reproduzindo as palavras nem sempre com perfeição segundo o pai que fala inglês. Matada a charada: criançatem uma facilidade muito grande de falar 2 a 3 idiomas quando tem pais de nacionalidades diferentes ou estuda em escolas bilíngues. Para isso, no entanto há a figura do Professor, a didática do ensino etc. o Professor Tablet não tem essas habilidades e confundiu esse aluno que precisa desligar-se desse mau elemento o mais rápido possível e ir tomar banho de mar, jogar bola e curtir a maravilhosa infância tão esquecida nos dias de hoje. Os jogos eletrônicos têm produzido excitações e noites mal dormidas. Fazem o diagnostico escolar de TDAH e há um franco declínio no rendimento cognitivoFica então o registro da Doença do Portinglês. Deverão aparecer novos pacientes, fiquem atentos.