segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

THE VOICE BRAZIL (BRASIL?)

FERNANDO AZEVEDO


Não sei , nem Freud explica, mas não gosto de televisão. Nada me atrai a não ser um futebolzinho que às vezes está passando e eu feito um besta alienado ouvindo pelo rádio do qual não consigo me desligar. Como sabem de minhas tendências musicais me perguntaram se estava vendo o THE VOICE. Nem pensar, mas de tanta insistência de um sobrinho mandei gravar para ver dia seguinte. No dia que assisti se juntasse o time todo não dava um cantor. Veio a finalíssima e mais cobranças e discordâncias da minha opinião. Gravei novamente e assisti passando os comerciais rapidamente. Mesma impressão: nível baixo. Mas vamos começar pelos técnicos. Numa terra em Claudia Leite é destaque e vem aqui para Jaboatão para ganhar um cachê milionário no Réveillon... Daniel é uma lástima, Carlinhos Brown não me diz nada e rendo homenagens a Lulu Santos como excepcional guitarrista, compositor, cantor, um artista que empolga realmente e há muitas décadas. Quanto aos candidatos me chamou a atenção a superprodução do “americano” Sam Alves cantando Halleluiah com um coral de arrebentar enquanto os outros com produção bem mais pobre. Não deve acontecer isso num concurso a não ser que cada um cuide da sua produção. Se a TV Globo é a dona do negócio nãopode privilegiar ninguém. Achei o rapaz com valores a destacar mas soube que só canta em inglês e nessa finalissima fez uma versão da primeira parte devido a críticas anteriores. Não é THE VOICE BRASIL? Nos Estados Unidos onde mora ninguém lhe deu atenção. A parada é mais dura por lá. O Rubem Daniel é mais um. Pedro Lima não é cantor é gritador com um timbre feio, sem graves e ninguém me taxe de discriminador por ele ser feio, baixinho, preto, careca e com um bigodinho supersuburbano, pois eu adorava Sammy Davis Jr que era tudo isso e mais cego de um olho. Vem agora a grande diferença para os concorrentes, o charme , a brejeirice e o repertório tão nacional da paraibana Lucy Alves e melhorainda tocando sanfona e cantando com “mainha e painho”ela no triângulo e ele no violão, a coisa mais brasileira que existe. Em relação às torcidas conseguiu atrair 30.000 pessoas. Para mim ela é A VOZ DO BRASIL. Sam Alves é realmente THE VOICE BRAZIL. O velho complexo de vira-lata do nosso Nelson Rodrigues.

FELIZ 2014

FERNANDO AZEVEDO


Assim como no Natal, o Pediatria e Arte despede-se de 2013 desejando a todos um ano venturoso. Com tantos eventos ele certamente passará rápido. Até Março o Carnaval, depois Semana Santa, pois ninguém é de ferros e tem que descansar para aguentar a Copa de Mundo e o São João. Chegam as eleições em Outubro e logo vem outro ano. Vapt-Vupt. Para a arte 2013 não foi legal. Grandes perdas como Walmor Chagas, Sebastião Vasconcelos, Cleide Yaconis no teatro.  Na música o inigualável Emilio Santiago, o inimitável Dominguinhos e o nosso Rei do Brega Reginaldo Rossi deixam lacunas realmente sem peças de reposição. Meu querido Maestro Menezes, compositor dos mais lindos frevos, nosso regente da Orquestra de Médicos do Recife, Arlindo dos 8baixos. Pegou forte! Vamos em frente esperando que a seriedade se instale em nosso país porque não pode uma Câmara de Vereadores com metade dos seus membros no xilindró. Que novas punições tirem da vida pública em todos os níveis esses descarados ladrões.

FELIZ ANO NOVO

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL

FERNANDO AZEVEDO

Hoje é festa, confraternização, época de meditar um pouco sobre a vida. Não escrevo o habitual blog. Acho que nesse Natal, e sobretudo no ano de 2013 o país pelo seu poder judiciário mostrou que o Brasil está mudando. A cadeia está aberta para receber os intocáveis. A frase o crime não compensa torna-se mais verdadeira.
Feliz Natal e próspero ano novo a todos que lutam pelo bem da nossa pátria.
Que os canalhas reflitam se valeu à pena o roubo, a falcatrua e a dignidade perdida.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A SÍNDROME DO DISMORFISMO CORPORAL

FERNANDO AZEVEDO

Os modelos de beleza que são impostos à sociedade complicam a vida de muita gente, sobretudo a dos adolescentes. É nessa idade que mais existe essa “doença” em pessoas absolutamente saudáveis e bonitas. Aliás, o que é ser bonito(a)? . Em criança ninguém coloque rótulos, pois todas as crianças, rigorosamente todas, são bonitas. É a continuação das nossas vidas, são alegria, graça, leveza, surpresa e todos os possíveis adjetivos elogiosos. Na adolescência vêm grandes transformações corpóreas e começa a valorização desses itens que são variáveis dependendo de épocas. Antigamente não se encontra nas grandes telas de pintores, o biótipo requerido hoje, assim como amanhã terá novas mudanças de padrões. Ser alto ou baixo pouco importa assim como a magreza ou os quilinhos a mais (não sendo exagerado por problemas de saúde) também não é problema. O cérebro sim, esse tem que ser trabalhado para superar essas besteiras estéticas. Desenvolvo esse tema porque é na adolescência ou no adulto jovem que o dismorfismo corporal se acentua e a pessoa não se satisfaz com seus lábios, seu queixo, seus seios, nariz, bumbum e passa a procurar os consultórios de cirurgia plástica para as devidas correções que dificilmente trazem contentamento final e oferecem os riscos que vemos com mortes prematuras por acidentes cirúrgicos e complicações infecciosas. A cirurgia plástica é realmente fantástica, sobretudo a reparadora, mas há sem dúvida um exagero para contentar um jovem ou uma jovem que tem seu psiquismo alterado, mas não seu corpo. É necessário muito critério para autorizar um ato cirúrgico com essa finalidade. Na idade adulta e puxando para a terceira idade é que é cruel a tentativa de rejuvenescimento e isso a gente observa no meio artístico, sobretudo. Envelhecer é bonito, é uma dádiva e muitos melhoram muito com a idade, ficam mais charmosos(as). Vivemos com a cabeça, essa é a parte bonita do nosso corpo.

sábado, 14 de dezembro de 2013

OS VELHINHOS DO NÁUTICO

FERNANDO AZEVEDO

Que fique no registro na história de Pernambuco e do Brasil que o Náutico não virou supermercado ou grupo de espigões graças a dois “velhinhos” alvirrubros: Ricardo Breno Rodrigues (Cacá) o único GRANDE BENEMÉRITO do clube e Annibal Freitas, sócio EMÉRITO e conselheiro. Com a negociação entre o Náutico e a Arena Pernambuco, um excelente negócio para o clube não tenham dúvida, houve uma açodada ideia de negociar os Aflitos para com isso o clube ter rendas para o futebol. O “cavalo estava selado” e não passaria duas vezes. Passou dezenas de vezes, mas o bom senso desses dois velhinhos impediu que o jóquei o montasse e hoje por determinação do Conselho Deliberativo o Náutico é do povo pernambucano. São 112 anos de historia.  Quando chegamos por lá há mais de 65 anos atrás, encontramos uns velhinhos também. Bento Magalhães, Vitorino Maia, Moraes Rego e mais outros homens ilustres e o nosso sempre lembrado e cultuado Eládio de Barros Carvalho. Passamos a copiar os seus passos. Conhecemos a sede velha  e vimos o incêndio. Assistimos a construção da nova e fomos à sua inauguração em 1951. Tudo que está lá testemunhamos desde o alicerce. Nessa fase eleitoral, nós os velhinhos reunidos há anos no terraço de Cacá toda sexta feira, ouvimos os candidatos assim como fomos ouvidos. Em decisão unânime do grupo escolhemos o MTA pelos seus homens e metas. A partir daí estamos ouvindo piadinhas que somos 11 velhinhos, que não somamos que não decidimos eleição e que já éramos. Tudo bem. Nenhum de nós pleiteia cargos, mas exigimos o bem do Clube Náutico Capibaribe. Os velhinhos do Náutico têm família e amigos e o número 11 pode se tornar múltiplo e vai se tornar ou já se tornou. Amanhã, domingo 15 de Dezembro de 2013, os velhinhos estarão sentados numa mesa para conversar e ficar até ver o resultado, conhecer o vencedor. Torceremos pela vitória de Glauber Vasconcelos, Gustavo Ventura e Durval Valença Filho. Se perdermos seremos sepultados. Não ao som da inesquecível forrozeira gonzagueana Marinez e sua Gente, mas sim com a música desafinada de Martinez e seu Bando.

VIVA O NÁUTICO.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

NORONHA E SEUS FILHOS

FERNANDO AZEVEDO


Já escrevi aqui no blog sobre minha experiência de médico em Fernando Noronha.  Naquele tempo a ilha era federal e tinha um superintendente. Como não havia médicos residentes a cada sete dias seguia uma equipe com um clínico, um cirurgião/obstetra, um pediatra e um laboratorista. Foi uma das mais ricas experiências de minha vida médica. Nas minhas observações chamou atenção o primeiro dia de trabalho. Estava no ambulatório e ainda não sabia bem quais os medicamentos que a farmácia possuía e expliquei para a mãe minhas dificuldades iniciais. Aí veio a pancada: - Doutor pode passar o que quiser que eu tenho parentes no Brasil e eles me mandam. Onde eu estava então?Outra coisa que anotei foi o orgulho de ser ilhéu, nativo como eles diziam.  O Dr.Domício, supervisor da área de saúde na ilha falava que pertencia à terceira geração de ilhéus. Salvo engano tudo começou com seu avô ou bisavô, não tenho uma certeza, mas todos os ilhéus exaltavam esse orgulho. Voltei sem nunca mais querer pisar naquele solo, pois sei que jamais seria como foi e queria deixar aquela indelével memória na minha cabeça. Vejo agora em reportagem do Diário de Pernambuco que há NOVE ANOS não nasce um nativo. No sétimo mês a mulher grávida é transferida para o Recife para ter seu filho em segurança. Nasce a criança no Recife, mas recebe uma certidão que é noronhense. Esquisitíssimo, pois é uma certidão falsa. Pela lei uma criança não pode nascer sem assistência de um neonatologista. Foi uma luta a classe pediátrica conseguir esse feito para melhor assistência aos neonatos que eram muito mal cuidados. Isso traz dificuldades, pois teria que haver na ilha no mínimo dos mínimo oito ou nove neonatologistas residentes, pois nem sempreoos bebês nascem bem e precisam e cuidados intensivos. Sei das dificuldades de administrar essa situação, mas onde fica o emocional dessas mães que no sétimo mês de gestação são deportadas? Como fica a amamentação? Quando passei por lá o índice era de 100% praticamente. Todos os bebês saiam do peito para o peixe. Eram as proteínas disponíveis afora um bodinho. Não havia supermercados nem opções outras de consumo. Com o turismo intenso para a ilha ficam os viajantes também sem proteção. A ilha é paradisíaca. Será que não interessaria a médicos jovens uma passagem por lá? Hospital minimamente estruturado e hotelaria para recebê-los em sistema de rodízio com um salário de cubano (pagamento integral ao médico).  Não é fácil, pois aqui nas nossas barbas não tem médico interessado em trabalhar. Inegavelmente o mundo já foi melhor, com mais solidariedade e humanismo.

sábado, 7 de dezembro de 2013

O NÁUTICO E SUA DIGNIDADE.

 FERNANDO AZEVEDO

Aos verdadeiros alvirrubros o espelho do futebol não é o que usamos para nos mirar. Olhamos para um passado de 112 anos, o segundo clube mais antigo do Brasil. O Rio Capibaribe foi o nosso berço daí o nosso nome CLUBE NÁUTICO CAPIBARIBE. Depois de anos, pela dominação inglesa no Recife, aderimos ao futebol que inegavelmente é no panorama atual o carro chefe. Não mais no entanto, o futebol de Vicente ou Manoelzinho Caiçara e Lula, Dico Gilberto e Jaminho, Carmelo, Amorim, Ivanildo, Alcidézio e Zeca , jogadores loucos pelo Náutico, ou se quiserem ir para um tempo que não foi o meu para o time de Djalma, dos irmãos Carvalheira, Estácio Maranhão e João Manoel. O nosso Náutico não aceita os mercenários de hoje que através de empresários e negociatas expõem o clube ao vexame de ter um Martinez detratando o nosso clube nos jornais e televisão e no dia seguinte entrando em campo como CAPITÃO do time. No tempo de Morais Rego, Vitorino Maia, Eládio de Barros Carvalho e outros que amavam o clube ele teria sido expulso sumariamente, pois o Náutico era “uma escola de caráter” como afirmou Moraes Rego em um dos seus discursos. Meu pai foi remador na década de 20, meu irmão Presidente. Fui atleta, diretor de mais de um departamento, conselheiro e sou sócio emérito. Meu primo Ricardo Breno Rodrigues é a maior referência alvirrubra: foi atleta, diretor e superintendente de TODOS os departamentos do Náutico, Presidente do Executivo, Presidente do Conselho Deliberativo, Sócio Emérito, Benemérito e Grande Benemérito. Seu pai, Waldemar Borges Rodrigues foi Presidente do Conselho, seus irmãos são sócios eméritos. Avizinham-se as eleições alvirrubras (domingo dia 15) e no terraço de Cacá (Ricardo Breno) recebemos todos os candidatos para debatermos as metas. Presentes estavam em todas as reuniões Aníbal Freitas conselheiro e sócio Emérito e ex vice presidente, Sebastião Orlando ex-presidente e conselheiro, Waldemar Borges (Deminha) sócio emérito, conselheiro e ex atleta, Adalberto Medeiros , ex atleta, conselheiro e sócio emérito, Antonio Torres pianista e grande alvirrubro, Francisco Dacal conselheiro e ex diretor com grande s serviços prestados, Viberto Melo Rego, ex atleta, sócio emérito e ex Presidente, Helio Tolentino,  conselheiro . Ontem por unanimidade foi decidido o apoio ao MTA (Movimento Transparência Alvirubra) pelo entusiasmo e seriedade de propostas desse grupo. Queremos o Náutico que o MTA quer. Um clube com seriedade de propostas e respeito. Um Náutico que receberá de braços abertos todos que quiserem a esse projeto se incorporar mas dentro das normas traçadas. Nenhum cargo reinvidicamos, mas nossa história é o nosso trunfo para pedir a você que ama o Náutico o voto e o crédito nessa chapa que é a melhor. Vamos reorganizar nosso clube e fazê-lo respeitado mundo a fora. Vamos com o MTA e viva o Náutico.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

NOVAS SÍNDROMES

FERNANDO AZEVEDO

Antigamente as sociedades eram mais estáveis. Lembro-me muito bem da minha infância e adolescência onde tudo e todos estavam em seus lugares. Mudanças de hábitos nas férias com pequenos sonhos de consumo como passar férias em Garanhuns no Sanatório Tavares Correia (era assim que se chamava), Carpina e os mais endinheirados no Rio de Janeiro, capital federal, cheia de charme. A transformação social veio de forma avassaladora. A televisão, o avião a jato encurtando distâncias enormes e desestimuladoras para serem enfrentadas , a internet, mexeram realmente com todos. Novas profissões, novos mercados, transferências de trabalho impuseram a todos, revisões de suas vidas. O país passou por uma estagnação que foi nomeada como “década perdida”. Esses fatos geram SÍNDROMES decorrentes dessas situações. Ex: Síndrome dos filhos de Cônsul, relativo a crianças que mudavam de países e perdiam seus amigos, suas referências, tinham dificuldades iniciais com comunicação linguísticas.Hoje não só os cônsules, mas os executivos passam por isso. Síndrome da mulher do aposentado: mulheres em torno dos 50 anos acostumadas a uma vida com hábitos sem a presença do marido passavam a ter a figura constante e aporrinhadora do homem dentro de casa o dia inteiro a querer da ordens e achar tudo errado, desvalorizando suas determinações. Síndrome do ninho vazio: quando todos os filhos saem de casa e o casal envelhece sozinho. Além de outras surge agora com força a SÍNDROME DO REGRESSO: inadaptação que vai de um jovem que faz um intercâmbio a adultos que tentam a vida em outro lugar, ou são transferidos no trabalho, passam alguns anos e retornam por vários motivos ao seu país ou estado. Engraçado é que a adaptação ao país escolhido para a emigração é em torno dos seis meses e a adaptação ao retorno mais penosa, em torno de dois anos. Essa síndrome cresce porque os países europeus e asiáticos que abriram as portas, agora fecham devido a crises econômicas. O Brasil se abre como um país de oportunidades, mas em termos sociais, educacionais e em cidadania choca-se com o que existe no chamado primeiro mundo não há a menor dúvida sobre isso. O que fazer meu camarada, você que se enquadra nesses caso? Entenda essa “doença temporária”, ela tem um tempo para acabar, mas muitas vezes a bengala de um psicólogo ou psiquiatra é necessária. Bom retorno.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

PROIBIDO PARA MENORES DE CIINCO ANOS.

FERNANDO AZEVEDO

Se pensa que vou falar de algum programa de TV errou. Está proibida a entrada de crianças de até cinco anos em restaurantes. Pode ser? Pode e já é lei desde o dia 18.11.13 A formulação foi do Desembargador Ciro Marlan (RJ) e sancionada pelo TSJ tendo eu lido em matéria que me enviaram. Faça-se uma ressalva para os restaurantes com espaços kid.
Uma coisa que observo nas viagens que faço a São Paulo há muitos anos por ter meus netos por lá, é que a figura da babá tão vista por essas bandas, não existe. O que se vê são casais e seus filhos que conforme a idade estão em carrinhos ou já andando com os pais. Nos países europeus só a família real tem. Vemos as famílias junto a outras passeando, em restaurantes, shoppings etc. porque a sociedade mudou e os dias de sábado e domingo são os escolhidos para a integração em passeios, aumentando a convivência, fazendo compras necessárias. Mesmo a vida noturna é assimilada pelos pirralhos pois os pais precisam dessa liberdade de sair, visitar pessoas e lugares e essas portas tem que estar abertas. Se eu disser que é agradável você ir a um restaurante e na mesa de junto uma criança ficar de birra e chorando vou mentir. Você pode, no entanto ser incomodado por um que fale alto, bêbado ou outro mau comportamento. Por que essa de só a criança ser punida e por que a idade de abaixo dos cinco anos? A imbecilidade da lei é total. Um bebê de barriga cheia não incomoda ninguém e dorme o sonho dos justos. Os acima dos cinco anos tendem a ser mais trelosos que os abaixo dessa idade. Os espaços kids só grandes casas podem ter e isso cada vez é mais raro. É o tipo da lei rabugenta de velho sem paciência sem filhos e sem netos. Vamos ver quem vai fiscalizar, se vão exigir certidão de nascimento para evitar burla, fornecimento de mordaças e correntes para segurarem os inquietos. Mais uma lei idiota.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O CIGARRO VERDADEIRO

FERNANDO AZEVEDO

No blog anterior comentei sobre o CIGARRO ELETRÔNICO. Vamos agora comentar sobre o verdadeiro e algumas estatísticas. Nascido eu em 1940 logo em seguida veio o período pós-guerra e me pegou justo na adolescência. Tinha praticamente fim a influência europeia em todo mundo, sobretudo a francesa (arte, música, medicina, costumes etc.) e veio pra valer o american way of life. Cinema, música e o cigarro e a bebida. Não é à toa que ainda hoje o Recife é o maior consumidor de uísque do Brasil. Todos da nossa geração fumaram e beberam não escapando ninguém. Alguns não se deram bem e não pegaram o vício. Não havia a consciência do malefício, só o charme do ato. Hoje não, sabe-se perfeitamente o mal que os dois vícios provocam. Vamos então a alguns dados estatísticos sobre o cigarro.

1. O tabaco possui mais de 4.700 substâncias tóxicas, 60 das quais conhecidas como provocadoras de câncer. O tabagismo afeta todas as partes do corpo humano.
2. 47% da população masculina e 12% da feminina no mundo fumam.
3. Há 1.1 bilhão de fumantes de tabaco no mundo com projeção para 1.6 bilhões até 2025
4. Os 10 países que tem mais fumante são China, Índia, Indonésia, Rússia, Estados Unidos, Japão, Brasil, Bangladesh, Alemanha e Turquia.
5. O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde a principal causa de morte evitável em todo o mundo
6. O tabagismo passivo gera um risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto.
7. O tabaco mata mais americanos que a AIDS, drogas, homicídios e acidentes de carro.
8. Nos Estados Unidos incêndios provocados por cigarro são responsáveis por mais de 6 bilhões de dólares em custos sociais
9. 90% dos fumantes começam a fumar antes dos 19 anos. Seduzir os jovens, portanto faz parte de uma estratégia para substituir os que deixam e os que morrem daí o perigo do CIGARRO ELETRÔNICO.
10. Dispensável dizer o quanto faz mal a um feto se a gestante fuma.
Ta bom? Vai nessa? Tente pelo menos desistir, vale à pena.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O CIGARRO ELETRÔNICO

FERNANDO AZEVEDO

Estive no Rio de Janeiro na semana passada e revi uma amiga que mora em New York há cerca de 20 anos. Além do prazer de revê-lá tive a oportunidade de conhecer ao vivo o CIGARRO ELETRÔNICO. Ela está querendo abandonar o cigarro comum e essa é a via do momento. O que é isso? Você já viu ou ouviu falar? Lá vai então a explicação. O e-cigarro, ou e-cig. e-cigarrete é um aparelho eletrônico constituído de 3 componentes: o e-liquido ou e-suco (e-liquid or e-juice) que serve para a nicotina chegar aos pulmões. O principal componente é o propilenoglicol, segura para o uso humano e presente em alimentos, cosméticos e medicamentos. Nicotina alcaloide encontrado nas folhas de tabaco, mas também presente em alguns vegetais como café, chás, tomates, berinjelas, couve flor e outros em todos em pequenas quantidades. Quando consumida através do tabaco tem efeito estimulante e posteriormente tranquilizante e causa dependência física e psíquica provocando sensações desconfortáveis na abstinência e daí a dificuldade de se abandonar o cigarro chegando só a 3% o sucesso do “!deixar de fumar”. O outro componente são os flavorizantes que lhes conferem sabor e aroma. Há uma bateria que dispara e mistura os elementos ao se aspirar o cigarro.
O ato de fumar é um dos maiores problemas de saúde publica e o tabaco contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, sendo 60 delas conhecidas e capazes de provocar câncer. Depois de conhecido o tabagismo passivo vieram as leis de proibição do cigarro na maioria dos ambientes, diminuindo ou inexistindo até os fumódromos. Um direito inalienável dos não fumantes.
Se o e-cigarro viesse para tratar os que querem deixar a dependência seria realmente uma alternativa, acontece que a juventude está querendo conhecê-lo e estão comprando pra valer existindo diversos tipos uns com reposição dos componentes e outros descartáveis. Compra-se pela internet também e todas as facilidades são oferecidas. É uma jogada perigosa, pois quem conhece o e-cigarro vai com certeza compará-lo depois com o verdadeiro e é isso o que o comércio quer. No mundo 47% da população masculina e 12% da feminina fuma. O cigarro eletrônico não incomoda. Tem uma fumacinha, acende a ponta e pode ser usado em ambientes fechados, pois não tem cheiro e não exala nicotina não existindo no caso o fumante passivo.
Vi minha amiga dar umas fumadas no eletrônico, mas vez por outra se isolava para puxar um verdadeiro. Não acredito que funcione. Não me convence. A única alternativa para uma pessoa abandonar o fumo é conscientizar-se da gravidade do seu uso. Sofrerá pela dependência, mas depois de um tempo que vai a mais de três anos segundo estudos a dependência acaba e o mundo fica muito melhor. Sem a conscientização, o auto-convencimento não se encontra substitutos.
No próximo blog vou apresentar uns dados estatísticos alarmantes. É a minha colaboração para alguém deixar de fumar e foi esse meu tratamento para abandonar o cigarro há mais de 30 anos.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

MAIS SAÚDE

FERNANDO AZEVEDO


Fernando de Noronha ainda era território federal. Havia um hospital mas não tinha médicos. Populaçãp fechada de mil habitantes. Havia um programa de a cada 7 dias uma equipe médica constituída de um pediatra, um cirurgião/obstetra, um clínico e um laboratorista ser enviada  e para la trabalhar. Fui numa dessas e achei uma experiência excelente. Detectei coimo Pediatra uma série de males comuns e em  vez de esperar pelo paciente, fui aonde morava e também através da TV Golfinho e ensinei procedimentos simples de higiene, prevenção de acidentes etc. No governo de Cid Sampaio, década de 1960, trabalhei na Fundação de Promoção Social e era responsável com outros Educadores Sociaisl pela instalação de escola, gabinete dentário e posto médico em várias áreas pobres do Recife e região metropolitana. Adorei esse trabalho (era estudante de Medicina) que me mostrou um lado da sociedade que não conhecia e que me foi de enorme importância para a minha formação médica e de cidadão. Com 50 anos de atividade médica, fui estemunha de uma assistência  bem melhor. As cidades do interior com médicos fixos e sem transporteterapia. Vinha para o Recife o caso complicado. Fiz parte também pelo INAMPS  de caravanas para o interior com mais 4 ou 5 colegas numa Veraneio. Fazíamos um diagnostico da assistência oferecida e fazíamos as sugestões para a melhoria. Apelidávamos essas viagem ens de “Mascates do Saber” para nos distrairmos. Proponho ao governo de Pernambuco o MAIS SAUDE. O MAIS MÉDICOS é e será um fracasso. Nada poderá fazer um médico isolado num rincão pobre  embora consiga o voto do assistido e é isso o que o governo planejou e vai conseguir: somente o voto mas nenhuma melhoria nos índices de saúde. O governo do estado poderá fazer muito mais. Um ônibus especial do MAIS SAUDE com médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos,assistentes sociais enfermagem etc.  com seues respectivos estudantes em fase final de graduação fariam parte dessa caravana de caráter permanente e revezamento semanal para ai sim, dar assistência a essa população sem esperança. O estado tem faculdades, o IMIP seria um grande fornecedor de mão de obra para essa finalidade pois o Instituro de Medicina Infantil de Pernambuco é hoje de Medicina Integral. O planejamento poderia partir da capital ou do interior pois temos bases acadêmicas em Caruaru, Garanhuns, Petrolina. O Exército, as bases da Polícia Militar e outras instituições seriam locais de hotelaria onde não houvesse hotéis conveniados.  Mantendo o caráter permanente de assistência tenho a certeza do sucesso do programa Muitas doenças existem por falta de prevenção e um material didático bem feito com todos os recursos que temos hoje de mídia seria o remédio barato que o povo tanto necessita. Conte comigo, velho Pediatra, como voluntário para a primeira viagem.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

EXPOSIÇÃO PEDIÁTRICA À MACONHA

FERNANDO AZEVEDO

Esse é o título da JAMA PEDIATRIC, revista americana de Pediatria (2013; 167(7); 630-633). “Um número crescente de estados norte americanos estão descriminalizando o uso da maconha medicinal, e os efeitos sobre a população pediátrica ainda não foi avaliado. Assim, um estudo americano comparou a proporção de ingestão de maconha por crianças que procuraram atendimento em um hospital infantil no Colorado antes e depois das leis de repressão às drogas em Outubro de 2009 em relação à posse de maconha medicinal. Adiante: “um total de 1378 pacientes com idade superior a 12 anos foram avaliados para ingestões acidentais: Nove pacientes tinham letargia, um tinha ataxia e um teve insuficiência respiratória. Oito foram internados, dois para unidade de cuidados intensivos. “As consequências da exposição involuntária à maconha em crianças deve ser parte do debate em curso sobre a legalização da maconha”
É muito comum a intoxicação de crianças com medicamentos e é uma recomendação da Pediatria nunca deixar remédios em mesa de cabeceira ou em local de fácil acesso. Medicações aparentemente banais como colírios, remédios de nariz, podem levar a criança à morte por parada cardíaca. Seria interminável a lista de malefícios. O problema das intoxicações por maconha é que essa droga é colocada em biscoitos, chocolates etc. e se a criança tem curiosidade por tudo, imagine um biscoitinho à mão.

Ainda não chegou por aqui, não sei se chega, mas é mais uma vitimização da criança no próprio lar.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A ESCOLHA DA ESCOLA

FERNANDO AZEVEDO

A Veja dessa semana vem abordando de forma interessante esse assunto e como está chegando o fim de ano vá pensando sobre isso, a matrícula do seu filho na escola. Um primeiro tópico a abordar é se a filosofia da escola está de acordo com seus valores familiares. Hoje com a internet e através de visitas e entrevistas pode-se ter um bom alcance do que pretendem pais e educadores levando sempre em consideração que seus pontos de vista não mudarão a orientação pedagógica, a proposta enfim da educação. Levar a criança para conhecer seu futuro ambiente é de estrema importância também, pois ali ela passará seu dia feliz ou infeliz. Vivo esse problema no consultório com crianças e adolescentes que não se sentem bem, mas são forçados a frequentar aquele ambiente hostil para eles. Maior parte dos pais enxergam somente o conteúdo e o sucesso da criança no vestibular. Eu sou mais abrangente quando vejo uma escola e acho que nela tem que haver o desenvolvimento da parte humanística e cultural estimulando o aluno o mais possível nas suas aptidões. Numa comunidade escolar estão os CDFs, os esportistas, os artistas nas diversas áreas e não se pode exigir que as características das crianças sejam iguais. O péssimo aluno de matemática pode ser um expoente em outra área de conhecimento isso tem que ser detectado. Se uma família não é religiosa por que colocar o filho numa escola que tenha a primeira comunhão? Vai haver constrangimento. Na própria família os filhos são diferentes e nem sempre dão certo no mesmo ambiente escolar. Falo com uma enorme experiência como pessoa, nesse assunto. Fiz um excelente curso primário numa escola encantadora chamada Instituto Recife. Lá aprendi toda a base que me serve até hoje. Depois vieram mais cinco, pois não me adaptava a nenhuma. Os professores gostavam de mim e lamentavam quando saia a pedidos. Era excelente em alguma áreas e péssimo em outras e não conseguia assistir essas aulas, razão de suspensões e expulsões e isso cria um conceito que lhe discrimina no primeiro dia da nova escola. Sempre fui do riso fácil, da brincadeira, da arte que não me deixavam exercer. Nunca quis saber para que serve o teorema de Pitágoras com todo respeito a ele. Jogava basquete principalmente, cantava, e isso era o que me fazia feliz e essa alegria permanece até hoje. Essa não conseguiram expulsar de mim.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

CACHORRO E HOSPITAIS

FERNANDO AZEVEDO


Não estou falando de hospital para cachorro, ou cães, forma mais educada de nomeá-los. Estou falando da importância da recreação e descontração para uma criança internada, os chamados doentes crônicos, de hospitalização prolongada. Nada mais tedioso que uma doença crônica. Cansa o doente, o médico, a enfermagem e a família. É de bom procedimento a troca periódica de toda a equipe, pois pela evolução sem muitas modificações clínicas, muitas vezes a falta de atenção leva a erros de avaliação. A troca periódica de equipes renova o entusiasmo pelo doente. Retirar uma criança das brincadeiras e acamá-la é torturante. Há muitos anos se pensa nisso e faz parte da equipe recreadores, surgiram os doutores da alegria, música em hospitais (faço parte de um grupo que faz isso) enfim uma série de recreações úteis para dar alegria a quem precisa de alegria e esperança. Há muitos anos também hospitais da Europa passaram a permitir que o bichinho de estimação dos pacientes recebesse autorização para visitá-los e o resultado foi fantástico. A criança alegra-se, dorme e come melhor e mantém a chama acesa de sua recuperação. Da mesma forma que existem os cães treinados para os deficientes visuais, forma-se também mais uma equipe de recreadores treinados para visitar seus amigos humanos que estão em dificuldade. Lembro-me bem de meus cães internados. Sou cachorreiro desde menino, pois sempre tive um animalzinho em casa e pra completar casei coma cachorreira muito mais entusiasta que eu e na minha vida de casa tinha no mínimo cinco permanentemente e com as ninhadas que não vendia, chegava às vezes a mais de 20 até eu escolher os adotadores. O cão não pode ter acompanhante quando internado, só visitante, mas era impressionante a alegria deles ao chegarmos e as nossas lágrimas ao sairmos. Há sem dúvida alguma uma interação homem/cão e só quem cria é que sabe bem dessa historia. O Recife precisa criar esse serviço e os médicos e dirigentes hospitalares aceitá-los. Pode ser até uma coisa profissional, cães treinados para esse mister. Já temos um vereador aqui na cidade que se elegeu pelos votos caninos representados pelos seus donos. Pode ser uma tribuna para a causa. Garanto que será uma alegria enorme para todos e a vida precisa desses momentos.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A LUTA POVO X CLASSE MÉDICA

FERNANDO AZEVEDO

Quem está a 50 anos praticando Medicina pode opinar. Não há a menor dúvida que a assistência médica está ruim. Na medicina privada tenho dificuldades em conseguir uma consulta com diversos especialistas. Marcação para dois ou três meses depois quando eu queria para ontem. Agendas sobrecarregadas. Na rede pública muito pior e da dó a gente ver o que o povo sofre EM TODO O BRASIL. Mesmo no tempo da instalação dos hospitais privados no Recife eu internava uma grande parte dos meus clientes no Hospital Barão de Lucena dizendo logo a eles que seria hotelaria zero e medicina 10. Direito a uma cadeira de ferro para ficar ao lado do filho, mas com assistência permanente nossa e dos residentes 24 horas por dia. Ficavam encantados e eu pedia que registrassem a satisfação em carta a jornais ou mesmo à diretoria do hospital. No Hospital Oswaldo Cruz onde chefiava o isolamento (doenças infecto contagiosas) também colocava meus pacientes de meningite, tétano difteria coqueluche, sarampo, poliomielite, doenças felizmente hoje extintas. Assistência total e satisfação dos pacientes. No DEC (Departamento Estadual da Criança) dava plantão em urgência pediátrica (ainda era embrionário o sistema de atendimentos a urgências na cidade) dava gosto ver a eficácia do trabalho. Nada faltava e a motivação de todos era enorme. Com o passar do tempo os hospitais privados e planos de saúde dominaram a assistência e o governo sucateou a medicina pública. Cidades do interior tinham hospitais de qualidade. Hoje um ônibus é o hospital dos interioranos, transportando-os para o Recife. E aí eu pergunto: a quem cabe a culpa? Lógico que aos governantes que não saneiam as cidades, não dão água de qualidade, não combatem as doenças endêmicas e não dão as mínimas condições para que uma equipe de saúde trabalhe. Não se admite hoje só a figura do médico na assistência. Não somos nada se não estivermos de mãos dadas com enfermeiros e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e outros mais. Os políticos sem vergonha e ladrões roubam o dinheiro da assistência médica e social. Como querer que um profissional de saúde fixe residência numa cidade sem as mínimas condições. Vão pra lá o comércio, os restaurantes, as casas de recepção, os advogados? Só juízes e muito bem pagos lá são colocados. Por que não se faz o mesmo com a medicina? Agora numa jogada eleitoreira e descarada, quebram-se todas as leis e importam cubanos de preparo desconhecido, pois proibiram a avaliação de lei, para resolver o problema irresolvível. Conseguiram antipatizar a classe médica com a população, mas basta uma análise sensata e mudar o foco, levando o povo novamente às ruas para acordar o gigante que voltou ao berço esplêndido nessa “pátria mãe distraída” Nada espere do Mais Médicos. Enrolação e enganação. Mais Mentiras deveria ser o título.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A MÚSICA BRASILEIRA E O BOLSA FAMILIA

FERNANDO AZEVEDO

O que é que tem a ver? Muita coisa. É a estagnação mental, a imbecilização programada na arte e na vida. Na arte o mau gosto com patrocínios oficiais e fraudulentos na maioria das vezes. Municípios pobres vivendo de festas com o que de pior existe: Fulaninho SAFADÃO (Ignoro o primeiro nome e quero morrer nessa ignorância) GAROTA SAFADA, CALCINHA PRETA, as terríveis duplas caipiras, achando os governantes que cachorro gosta só de osso e por isso não lhe dão filé. O filé está na formação musical da criança nas escolas públicas e privadas, na formação de bandas, de corais, de festivais musicais entre elas, da apresentação dos vários gêneros de música, do teatro, da poesia, do livro. Nada disso praticamente existe a não ser algumas ilhas isoladas e distantes que não repercutem socialmente. A Orquestra Sinfônica do Recife a mais antiga do Brasil quase desaparece, não tem verbas nem instrumentos. Renasce agora num esforço descomunal do gênio musical Marlos Nobre e sensibilidade da nova Prefeitura. A Banda Sinfônica do Recife é outro exemplo de tenacidade graças à regência de Nenéu Liberalquino outro gênio pernambucano. Aos colégios só interessa o saber de coisas maioria das vezes inúteis e a notícia no jornal de um vitorioso no vestibular. Nenhuma foto de um artista infantil ou juvenil, um escritor, enfim um intelectual. Não adianta ligar o som do carro ou ver TV. O que aparece é da pior qualidade. As letras (poesias) são pobres e agora obscenas e o povão como idiota programado sabe de cor e agita os bracinhos para cima em movimentos pendulares no orgasmo do mau gosto.
E o Bolsa Família, não falou dela? Falo agora. A imbecilização do não fazer nada, de não querer progredir, de não sair de onde está e servir de gado de curral para votar nos políticos que o cercam e lhe tiram as oportunidades. Péssimo exemplo de uma aposentadoria mental em troca de alguns trocados que servem até para pagar uma relação amorosa em motel.
Um país não pode ficar refém dessa mentalidade.

Muda Brasil. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

TABUS

FERNANDO AZEVEDO

Essas coisas se perpetuam. Quando eu era criança no Espinheiro, morreu o Padre Silvino pároco da igreja e a noticia correu solta pelo bairro. Era beata chorando e aquela confusão. Mas morreu como, se o homem estava bonzinho e rezou a missa de manhã? “- “Porque fez a barba depois do almoço e deu” congestão”, era a verdade imposta e aceita. Depois quando foram tirar os ossos outro boato se espalhou pois o esqueleto estava virado e portanto talvez tivesse sido enterrado vivo pois nesses casos de congestão nem sempre o morto está morto mesmo. Tomar banho depois do almoço Nem pensar. Duas horas no mínimo para fazer a digestão. E o banho se estivesse com febre? Morte certa com pneumonia. Quando eu percebia que algo não ia bem, tomava logo um banho, pois se tivesse febre só ia para o banho de cuia depois de passar 24 horas sem febre. A casa ficava toda fechada (não havia chuveiro elétrico) e um caldeirão de água fria era temperado por uma chaleira de água fervendo até ficar com água morna. Chão forrado com jornal e janelas se abrindo devagar, devagarzinho por causa das correntes de ar que podiam entronchar o rosto. O banho de cuia era dado e existiam umas cuias sofisticadas próprias para o ato.Já aos 25 anos como médico residente no Rio de Janeiro num calor de 50 graus resolvi que ou morreria de congestão ou do calor insuportável. Entrei no chuveiro e quase 50 anos depois estou ainda vivo e por implicância só tomo banho depois do almoço. Vingança!Tenho uma prima que ainda hoje não lê nada logo depois de uma refeição. Derrame cerebral iminente se cometer essa insanidade. E fruta que tem visgo? como manga, sapoti. Se tomar leite se arrebenta . Não demora 24 horas vivo. Hoje com as piscinas, hotéis, churrascos ninguém espera “fazer a digestão” e não há registro de óbitos nessas festas, mas os tabus continuam. Existem muitos casos de mortes em motéis e isso é verdadeiro e atribuem a morte à transa depois de comer (comida), mas não tem nada a ver, são enfartes devido à emoção, e bota emoção nisso.

domingo, 22 de setembro de 2013

O CHICOTE DE LOURDINHA

FERNANDO AZEVEDO


Romero Carvalho, grande colega obstetra e amigo, na pureza de sua infância chegou em casa depois de brincar com seus vizinhos, filhos do Dr. Eraldo Gueiros que torciam pelo América. Contente da vida disse:- Mamãe, eu agora sou do América! – É meu filho? Pois vamos ver! Ela egou um cinturão e disse: - Comece agora: N – uma chicotada, A – mais outra – U – um ui e mais uma lapada, fazendo a diferença onde nas vogais apanhava com o couro e nas consoantes com a fivela. T-I-C-O. –Qual é seu time meu filho?- Náutico, Náutico Náutico. –-Agora um beijinho meu filho!  Lúcia e Solange, (as irmãs Carvalho) irmãs de Romero foram a uma festa de uma amiga de infância e lá no meio da noite o sogro da aniversariante chegando à sala disse: - O Náutico é um time de merda. – O que seu filho da puta? E partiram pra cima e acabaram a festa, sendo levadas pelos anfitriões até o elevador com mil pedidos de desculpa deles. Pesava sobre elas a lembrança do chicote de Lourdinha e se não tomassem essa atitude sentiriam no lombo a surra imaginária. E assim se faz um clube, com tradição familiar de bem querer e quando falo em clube não estou falando de time de futebol. O Náutico começou nas águas do Capibaribe com o nome de Recreio Fluvial. Em 1901 tornou-se Clube Náutico Capibaribe.  O futebol entrou décadas depois e é seu carro chefe sem dúvida e por quem sou torcedor apaixonado e fardado. Distingo meu comportamento na sociedade e na arquibancada onde todas as pornografias são pronunciadas em alto e bom som. Meu pai foi remador na década de 1930. Meu irmão Presidente, meu tio Waldemar presidente do Conselho, meu primo Ricardo Breno foi tudo e é o grande benemérito o maior título conferido a um alvirrubro. Esse sentimento de transmissão hereditária é que torna um clube inextinguível. Nada impede a saudável concorrência e convivência com outros apaixonados. Tenho dois compadres rubro-negros (Garibaldi Gurgel e Gilberto Andrade). Meu diletíssimo colega e amigo Carlos Alberto Soares é tricolor. Romero Cavalcanti que vive tirando graça comigo nesse face, é filho de Pedro Cavalcanti e seu pai era considerado o rubro-negro mais alvirrubro que se conhecia. Morava na Rosa e Silva e jogava biriba diariamente no Náutico. Queridíssimo por nós. Não se abandona o barco quando ele começa a dar água. O Náutico vive uma situação difícil. Quero afirmar que o Presidente Paulo Wanderley é um homem correto e levará seu mandato até o fim com toda coragem e dignidade. Não teve sorte com o futebol, mas a culpa é coletiva. Entenda o próximo presidente que o Náutico é um clube, volto a dizer. A um aceno as mãos se juntam e o socorreremos, mas se quiser dividir, promover brigas internas, apequená-lo com vaidades e interesses pessoais, o chicote de Lourdinha o açoitará. Com o lado da fivela.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

AS DORES FREQUENTES NAS CRIANÇAS

FERNANDO AZEVEDO

É uma queixa muito frequente nos ambulatórios de Pediatria a tal da “dor nas pernas” das crianças. Felizmente a maioria se enquadra na chamada “dor de crescimento” que é uma dor sempre noturna (prestem sempre atenção a isso) e melhoram espontaneamente com um colo, um carinho e às vezes necessitando analgésico mesmo. Pode ser dado desde que sem muita frequência. Massagens também resolvem, mas evite sempre as massagens com álcool que é um item cada vez mais perigoso dentro de uma casa. A criança acorda bem, vai à luta, brinca o dia inteiro e de noite lá vem ela de novo em outras ocasiões.
As dores preocupantes são as que acontecem DE DIA. Essas merecem mais respeito e investigação e diria que rapidamente. Frequentemente prejudicam a locomoção, a criança claudica, e muitas vezes outros sinais aparecem tais como dor de cabeça, febre, mal estar geral, e sinais de inflamação em alguns locais como vermelhidão, inchaço etc. Temos que investigar com exames de sangue e imagens para esclarecimento. Miosites secundárias a infecções por vírus são frequentes e tem cura espontânea.

Outra dor comum é a emocional essas mais em crianças maiores (pré-escolares e escolares). Surgem na hora de ir para a escola, nunca acontecem nos fins de semana e feriados e nas férias. Acontecem geralmente como dor na barriga e na cabeça. Esses dois locais merecem respeito e as investigações devem ser feitas. O deixa pra lá está errado. Verificar transtornos emocionais em casa e na escola é o caminho se a investigação com exames nada mostrar e hoje cada dia mais as crianças estão nos consultórios dos psicólogos, psicopedagogos e psiquiatras. Não adianta tratá-las isoladamente, pois é um conjunto de fatores ambientais que deflagram essa instabilidade no pirralho e é difícil juntar a turma e os grandes reconhecerem erros.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

OS CASTRISTAS E OS CASTRADOS

FERNANDO AZEVEDO

Não consigo entender a paixão que pode despertar um ditador. Só o medo explica e só a vontade de também ser um justifica. Os sanguinários irmãos Castro, ditadores que infelicitam um povo há mais de 40 anos estão aí lado a lado com quem lutava contra a ditadura. Minha cabeça entra em parafuso. Era jovem em 1964 e ninguém me conte a história porque a vivi. Instalou-se um governo militar que seria provisório virando depois um período negro de perpetuação de poder. Grande erro. Jovens se lançaram à luta dizendo-se pela democracia. Como se luta contra um regime de força e ao mesmo tempo se abraça os assassinos Castro e seus raros parceiros pelo mundo, ditadores que envergonham a raça humana pela violência que impõem ao seu povo, tirando-lhes o direito do ir e vir, de opinar, de viver sem mordaça e rédeas. Qual a razão para fugir-se de Cuba se ali está um paraíso? Quantos preferiram a morte a viver naquele inferno? Quantos mil cubanos estão na Flórida,tendo feito improvisações de barcos precaríssimos e se lançando ao mar revolto com a total incerteza do chegar. Quem não sabe da existência da Nova Havana em Miami?. Quantos atletas debandaram ao saírem da ilha para participarem de jogos internacionais? A privação da liberdade, do pensar, é insuportável. A tentativa vã de uma ditadura de esquerda semelhante às que existem por ai não prosperará no meu Brasil. Dominaram o legislativo cada vez mais subserviente e corrupto, têm o executivo na mão com milhares de cargos desnecessários, mas necessários para manterem a engrenagem, e tentaram fortemente ter o judiciário também sob seu domínio. Onze ministros nomeados pelo presidente(a) para por ele(a) serem dirigidos como agradecimento ao cargo conquistado. Ai foi um tiro n’água, deu errado. Só dois tem comportamento repugnante. Os nove outros divergem entre si o que é salutar mas mostram saber e independência. Está aí o mensalão tão bem engendrado, nos seus últimos dias para mostrar que a corrupção existe mas com um poder judiciário independente ela pode ser punida. A bancada da Papuda está em pânico, faltam poucos dias para esses sem-vergonhas morarem no xilindró. Bom banho para vocês, castrados.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A ARTE E A CURA

FERNANDO AZEVEDO

A palavra Medicina vem do latim ars medicina que significa arte de curar. Não posso deixar de concordar, mas diria que não é só o médico que cura ou a medicina que cura. Lembro muito bem da minha infância alegre, mas tenho cicatrizes das doenças que tive. Brucelose – primeiro caso diagnosticado no Recife e diagnostico feito por meu pai Rinaldo Azevedo que era infectologista. Sarampo com pneumonia e tomando injeções de penicilina de 3/3 horas, oito furadas por dia (quantos dias?) uma das primeiras pessoas a tomar o antibiótico graças ao trabalho também do meu pai na época da 2ª. Guerra mundial na base americano-brasileira do Ibura onde conseguia as ampolas. A Medicina me curou. Depois já perto dos 10 anos Púrpura trombocitopênica idiopática. Parcos conhecimentos sobre a doença, nenhum medicamento (hoje corticosteroides, imunossupressores, retirada do baço em casos crônicos e severos) e eu com hemorragias, sobretudo em articulações. Minha mãe me fez acompanhar a procissão do Senhor dos Passos terminando o périplo deitado em cima da capota de um carro de aluguel e com dores intensas. As últimas que sofri, a ultima hemorragia. Quem me curou? A fé enorme de uma mãe e sua religiosidade. O médico era celeste não terreno. E as curas de Zé Arigó, de Chico Xavier alguém põe dúvida? E as benzedeiras? Ora minha gente nós somos massa e espírito, corpo e alma, e a alma adoece mais que o corpo. Gosto muito de ciências afins daí o título do meu blog PEDIATRIA E ARTE e coloco a música como uma fonte inesgotável de cura. Musicoterapia é ciência médica, acreditem e para ser musicoterapeuta não precisa ser médico, precisa ser musicoterapeuta. Complicado? Não, mas tem gente que só acredita em medicamentos. Todo esse preâmbulo é para falar da péssima assistência médica no Brasil, coisa que deteriorou nesses meus 50 anos de profissão. Só uma pessoa insensata não gostaria de ver seus compatriotas melhorarem o seu viver,vendo-os ao dormir o acordar de um dia seguinte com água, saneamento, assistência à saúde e uma escola para seus filhos já que os velhos não tiveram esse direito. Mas lhes roubam os sonhos esses políticos vagabundos e canalhas. Esgotam-lhes as esperanças. Claro que qualquer pessoa com título ou sem título de médico, (validado ou não validado pelos órgãos profissionais) que colocar uma criança no colo receberá um sorriso de agradecimento. Qualquer componente da constelação familiar dirá “obrigado doutor” a quem lhe der um minuto de atenção. A jogada, no entanto do “Mais Médicos” é mentirosa e cínica e mira as eleições e a perpetuação do poder e dos negócios. Nada contra os estrangeiros que para aqui vieram. O problema é que não se da saúde a um povo dessa forma assistencialista. A saúde é, sobretudo prevenção, higiene, e os investimentos tem que acontecer nessa área, mas nada se faz. Querer fixar médicos nesses rincões de pobreza é impossível e nenhum resultado acontecerá com “importação”. Eles não mudarão em nada as condições do povo. Nós é que temos que mudar e usar o nosso voto para retirar de vez do cenário político os Donadons. Um deputado preso julgado pelo STF não perder o seu mandato é de tirar o sono, uma vergonha internacional. Realmente o gigante não precisa só acordar, é preciso dar plantão.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O ARTISTA E A ESTRADA

FERNANDO AZEVEDO

Lembro muito bem da morte de Francisco Alves em 1952. O Brasil perdia o seu maior cantor, o Rei da Voz. Acidente automobilístico na Rio-São Paulo, estrada muito usada pelos artistas da época que se apresentavam nas duas cidades, ou mesmo como Antonio Maria que começava uma farra no Rio e terminava na Paulicéia. Luiz Gonzaga, o nosso Rei do Baião quase se foi numa madrugada enluarada no Rio de Janeiro. Outra morte que parou o Brasil foi a de Maysa Matarazzo na ponte Rio-Niteroi em 1977. A cena continua aberta para novos artistas que, sobretudo em início de carreira são vítimas de empresários que o programam numa mesma noite em várias cidades atravessando a madrugada em shows e voltando com todo o grupo em vans de aluguel ou mesmo dirigindo seu próprio carro. O sono, o cansaço e muitas vezes o álcool companheiro obrigatório para manter-se aceso o tempo todo roubam a vida do ídolo que deixa sua plateia inconsolável. A volúpia de ganhar dinheiro, aproveitar a fase que atravessa e aceitar compromissos estafantes são iscas nada boas, mas o artista cai. Os automóveis cada vez mais seguros com cintos de segurança e outros apetrechos dão certo grau de confiança, mas as estradas são geralmente deploráveis por todo o Brasil com buracos e animais que na noite não são vistos. Independente de compromissos artísticos a vida pessoal boêmia que faz parte da alma dos que fazem a noite expõe o artista também no seu dia-a—dia. A lei seca não funciona nesses casos, pois a certeza que nada vai acontecer predomina. Nenhuma lei, nenhum contrato regularia essa proibição de vagar pelas ruas e pelas estradas. Perder um artista é uma pena. Não existe faculdade de artistas nem vestibulares com milhares de inscritos. Não, a arte não é para todos, é um prêmio que cada um recebe não se sabendo por qual mérito. Ele nasce pronto, é só desenvolver sua habilidade e zelar por ela. O povo é seu combustível, o aplauso seu alimento, o palco sua vida. Zelem por ela!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

MEU FILHO É UM GÊNIO

FERNANDO AZEVEDO


Vou vender o peixe pelo mesmo preço que comprei. Um querido amigo me relatou uma vez que outro seu amigo tinha um filho que ele considerava um gênio. E relatava na roda de convivência que ficava bobo com a inteligência do filhote, que era bom em tudo, que aprendeu a ler muito rápido e isso e aquilo. Notava também que o filho já não tinha companhia porque não se interessava pelas conversas das outras crianças. Resolveu então leva-lo a um psiquiatra infantil muito famoso que era seu amigo para saber como abordar o caso. Na primeira consulta já veio a conclusão do colega: - João teu filho não tem nada de gênio, ele é CHATO. A história vem à propósito de um artigo interessante sobre esse rótulo que é muito comum. O elogio quase que permanente à inteligência do filho faz com que a consciência da própria inteligência não ajude a criança. Ele começa a dividir o mundo naquilo que ele é bom e naquilo que não é bom. –“Ah se não sou bom para soletrar vou fazer o próximo exercício” tendo como estratégia de vida buscar o prazer e evitar a dor. Depois começa a descrer de suas próprias habilidades subestima a importância do esforço e superestima a necessidade de ajuda dos pais. Um teste realizado nos EEUU com mais de 400 crianças da quinta série desafiava meninos e meninas a fazer uns quebra-cabeças relativamente fáceis. Ao fim alguns eram elogiados pela sua inteligência (“você foi bem esperto heim!) e outros pelo esforço (“ puxa, você se empenhou pra valer heim!). Em outra rodada, mais difícil, os alunos podiam escolher entre um novo desafio semelhante ou diferente. A maioria dos que foram elogiados como “inteligentes” escolheu o desafio semelhante. A maioria dos “esforçados” escolheu um desfio diferente. Então as crianças devem ser sempre elogiadas pelo seu esforço em progredir e não exaltadas pela inteligência que possuem. Fica a dica. “Celebre o sucesso, mas não se esqueça de comemorar também o fracasso seguido de nova tentativa”.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

NO MEU TEMPO NÃO ERA ASSIM

FERNANDO AZEVEDO

Não tive a felicidade de conhecer avós a não ser minha avó paterna já idosa e sem paciência com crianças. Era uma grande pianista e com sua arte ganhou o necessário para sustento dos filhos tocando no tempo do cinema mudo, em outros eventos e ensinando. Sorte das crianças que aproveitam seus avós, categoria à qual pertenço há 20 anos. Estamos naquela de ajudar no que for preciso, ficar em casa hospedando netos para que o casal vá a um cineminha etc. e até torcendo para que essas sessões sejam frequentes. Não concordo com a famosa plaquinha “na casa da vovó pode tudo”, mas aceito o “quase tudo” porque temos que contribuir com a educação dos pimpolhos, mas sempre com o coração mais brando, sem desgaste, para que a convivência seja a mais harmoniosa e a lembrança dos velhos a melhor possível. A vida de hoje está complicando essa relação e a disponibilidade não é mais abundante, pois a terceira idade voltou ao mercado ou trabalhando ou se divertindo e, sobretudo viajando. É impressionante a quantidade dessa turminha em aeroportos e, sobretudo nos navios. Nosso tempo foi bom. Infância despreocupada, juventude gostosa sem os medos de hoje. Isso a gente pode comparar e ganha. Outras não da. Dentista por exemplo era terrível, brocas inesquecíveis, traumas até hoje. Viagem de avião a hélice que tal? No quesito automóvel é um abismo. Na medicina o avanço é inesgotável em técnicas cada dia mais elaboradas. Cirurgias endoscópicas, stentes, transplantes, imagens, diálises, UTI, (embora a assistência médica esteja um caos) não permite um termo de comparação. As crises de asma que tanto maltratavam as crianças (e matavam) eram tratadas com xaropes péssimos e mezinhas. Comprar um cancão (pássaro da caatinga que se dizia atrair a asma para si, livrando a criança) era uma providência muito usada. Hoje temos muito mais possibilidades. Então vovós não pensem em reeditar o Vick Vaporub no pé calçando uma meia depós, o álcool no pescoço e no corpo para baixar a febre, inseticida para matar piolho (Neocid em pó) e outras coisas que ficaram para trás de vez. “No meu tempo se usava”! Tudo bem, mas esse tempo passou.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A DROGA LÍCITA E AS ILÍCITAS

FERNANDO AZEVEDO


Não quero dar desculpas, mas esclarecer uma cosia sobre drogas. Todos os setentões merecem perdão por terem entrado pra valer em álcool e cigarro. Vocês não podem imaginar o que o pós-guerra com os cowboys americanos tomando uísque puro (daí o nome de cowboy a quem toma uísque assim) e mostrando sua valentia e pontaria com o revolver (outro mal muito usado) os grandes conquistadores tomando uísque “on the rocks”, vinhos e champanhes tragados em festas deslumbrantes. O cigarro no canto da boca característica dos valentes ou nas piteiras dos elegantes era irresistível. Medicamentos a base de álcool para as crianças inapetentes (eu adorava um tal de Glimiton) ou um cálice de vinho do porto com uma gema crua deixando uma leve sensação de embriaguez tornava a falta de apetite um troféu. Os malefícios do álcool e cigarro eram totalmente escondidos se é que eram realmente conhecidos. Conversando com primos de minha idade, relatava um deles que meu tio dava como presente de 18 anos um pacote de cigarros e um isqueiro. Hoje cai nessa quem for ignorante. Uma semana de fumo cria dependência. O álcool como hoje é tomado, diariamente, pois as escolas estão rodeadas de bares e as festas são contínuas principalmente nas férias tem criado dependentes com muita frequência e fico impressionado com isso. DROGA LÍCITA. Lícita porque traz grandes lucros ao país, mas não lembram os males e gastos com a saúde além do fracasso social e familiar do dependente. DROGA ILÍCITA, essa é terrível porque você tem que compra-la na moita, no submundo com dependência química mais forte ainda e mais rápida. É assombroso seu aumento entre os jovens muitos deles associados como patrões do tráfico e infiltrando-se na classe média e alta o que evita o contato dessas pessoas com os marginais, polícia etc. Escrevo como ex-fumante que entre 30 e 40 anos abandonou o cigarro com um trabalho de conscientização. Sabia eu como médico dos males dessa droga lícita. Não foi nem é fácil largar. Mantive minha cervejinha diária noturna até que uma pancreatite me deu um aviso grave para parar. Virei “pastor” como me chamam e ainda é mais difícil largar o copo que o cigarro, pois a toda hora e em qualquer lugar você é convidado para uma dose. O fumante hoje não é aceito, incomoda, mas o abstêmio tem que segurar as pontas pra não cair na tentação.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A DOR DE CABEÇA

FERNANDO AZEVEDO


Durante muitos anos fui vítima de muita dor de cabeça e enxaqueca que me tiravam do trabalho pelo tremendo mal estar que provocava. Deixei de fumar e ela foi embora de vez. Nunca atribui ao cigarro como todo fumante que se preza. O problema na dor de cabeça é tentar descobrir a sua causa e é mesmo difícil. Estudo brasileiro (Porto Alegre) em crianças de 10 a 18 anos encontrou cefaleia em 82% sendo a cefaleia tensional mais frequente (82%) e a enxaqueca 10%. A grande diferença entre elas é que na tensional não há o acompanhamento de náuseas, vômitos, fono ou fotofobia (incômodo com sons ou claridade), são mais frequentes, a intensidade é fraca ou moderada, se distribui bilateralmente enquanto a enxaqueca é mais unilateral “derruba o freguês” e geralmente se acompanha de náuseas, vômitos, além de existir sempre uma historia familiar. Juntando dor de cabeça com vômitos vem logo a ideia de meningite mas falta a febre e o estado geral não se altera muito,além da inexistência de outros sinais neurológicos. Não pensem que é fácil o controle e isso traz queda de rendimento escolar, o humor vai lá pra baixo e torna a criança irritadiça. Menstruação é um dos fatores de desencadeamento de crises. Doenças respiratórias altas com sinusites e otites, alterações visuais (fundamental um exame oftalmológico nesses casos de dores repetidas) Os analgésicos são necessários, mas existem medicamentos que se pode usar nos dois tipos de cefaleia que diminuem ou fazem as crises desaparecerem. Nas cefaleias tensionais, técnicas alternativas de relaxamento, RPG, acupuntura e outras podem ser avaliadas. O que tem sido abusivo é o número de exames de imagens totalmente desnecessários na maioria das vezes. Se existe historia de trauma craniano recente, dor de cabeça que acorda a criança, se a intensidade foge da rotina ou se existem sinais neurológicos ai a coisa é outra. 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

AOS VESTIBULANDOS DE 2015 (ÁREA DE SAÚDE)

FERNANDO AZEVEDO


A anunciada mudança na área de saúde não é séria, não passa de jogada de marqueteiros de uma presidentA que afirma uma resolução num dia e a retira no outro com a maior desfaçatez, procurando jogar nos outros a responsabilidade do seu fracassado governo herdado do seu tutor que” enganou muitos por muito tempo”, mas que agora vê sua honra enxovalhada pelos atos desonestos que praticou com seus canalhas preferidos. O nosso país precisa de mudanças muito importantes na nossa área de saúde e não pode uma população viver sem assistência mínima, deitada pelo chão de hospitais ou morrendo a míngua na sua própria casa sem luz, sem água, sem saneamento, elementos básicos para elevação do seu padrão social. O estudante da área de saúde precisa conhecer  e viver essa realidade, e as faculdades em estudo conjunto deveriam promover caravanas permanentes e programadas a esses rincões de pobreza, fazendo diagnostico da situação e junto aos prefeitos procurar a melhor solução para minorar o sofrimento da população. Engajar-se no PSF que é um projeto muito bom.Os estudantes da área de saúde estariam aptos a esse trabalho no último ano de sua grade curricular. Teriam já uma suficiente vivência para junto a tutores aprenderem como elaborar um plano de triagem de casos para cidades mais desenvolvidas, desenvolverem ações preventivas de higiene, vacinação, educação sexual etc. Trabalho em casas de parto não poderia faltar, conhecendo parteiras e aprendizes, ensinando e aprendendo com elas até que outra realidade mude a situação.Seria uma das lições de humanização do estudante. Esse mutirão permanente e em equipe seria uma forma a ser discutida e não a imbecilidade de colocar UM MÉDICO em cada cidade como se medicina hoje vivesse sozinha e dispensasse a odontologia, a nutrição, a fisioterapia, psicologia a enfermagem etc. Construísse o governo federal  em parceria com os estaduais e municipais uma “pensão” com uns 10 quartos para abrigar as equipes que seriam substituídas a cada período a ser estabelecido. Utilizasse como alojamentos quartéis da policia ou do exército próximo das cidades . Da forma como fiz o serviço militar obrigatório e que foi uma experiência excelente acho muito simpático e patriótico que o civil se dê um pouco à pátria em serviços socioeducativos. Servir à pátria e não servir-se da pátria que é a rotina desses que nos governam. Os homens públicos rareiam, pois é intolerável a convivência com bandidos. O estudante estaria pela energia da idade disposto a essa tarefa, mas não teria o mesmo empenho se o colocassem isolado numa cidade longínqua depois de sua graduação de cinco a seis anos. Cairia rapidamente na desilusão profissional, depressão e grandes chances de vícios. Não preseidentA, sua equipe é de uma incompetência irritante. Seu ministro da saúde um paspalhão. O Brasil precisa de pessoas melhores e não destrua o sonho de um recém-formado. Adeus!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A VACINA HPV

FERNANDO AZEVEDO

A medicina preventiva é da maior importância. A quantidade de crianças no mundo que morreu por contrair Sarampo, Poliomielite, Difteria, Tétano e outras doenças transmissíveis é felizmente uma página virada. Na minha vida médica no Hospital Oswaldo Cruz foi incontável os casos dessas doenças. Hoje felizmente os médicos mais jovens não as conhecem. A cada dia se tenta uma prevenção para doenças através de vacinas. Surgiu há alguns anos a vacina contra HPV. Trata-se de um vírus muito difundido causando infecções inaparentes e resolvíveis pelo nosso sistema imunológico. Numa proporção pequena algumas pessoas adoecem ou com manifestação mais leve que são as verrugas genitais ou com o câncer de útero que é o objetivo mais importante a evitar que aconteça. Essa vacina lançada inicialmente para aplicação em meninas de 9 a 26 anos, estendeu-se para aplicação também em meninos na mesma idade. O custo é de 300 reais por dose (3). O Ministério da Saúde programa aplica-la gratuitamente nos postos e escolas a partir de 2014. A faixa a ser vacinada é a de MENINAS de 10 a 11 anos. Em 2012 pesquisa mostrou que18,5% de meninas na 9ª. Série do ensino fundamental (13 a 15 anos) já mantinham relações sexuais (sudeste) e o índice alcança 25.5% na região norte. A transmissão desse vírus não é somente através de fluidos (como o HIV), mas por contato com mãos, boca. A não inclusão de outras faixas etárias é devido ao custo da vacina. Gratuidade somente nessa faixa mas se você puder, inclua seus filhos no programa (meninos e meninas) em clínicas de vacinação.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

FRALDAS, PARA QUE SERVEM?

FERNANDO AZEVEDO


Surge um novo padrão de conduta com seu início na Alemanha, mas já com comunidades em outros países inclusive o Brasil. Já há através da internet comunicações e adesões a esse tipo de conduta que está ai para vocês seguirem ou não. É o ELIMINATION COMUNICATION traduzido para o português como Higiene natural. Trata-se de novo método de higiene infantil onde a fralda é abolida. A criança passa a ser observada e pela carinha e sons ela transmite a vontade de fazer xixi ou cocô e rapidamente os pais a colocam no local adequado e com isso o treinamento tanto dos pais como da criança torna-se precoce, evitando assim o gasto com fraldas e as chamadas “dermatites de fraldas” muito comum, sobretudo na era das fraldas descartáveis. Gostaria francamente de conhecer ao vivo o método. Uma criança, sobretudo as amamentadas que tem o famoso “pum molhado” e está sempre com a fraldinha suja ser colocado a cada caretinha num vaso, ou mesmo bebê maior serem fiscalizados com essa finalidade, leva os adultos que tomam conta a uma paranoia e não acredito quer isso possa dar certo. O controle do xixi é mais precoce e o treinamento do cocô no penico é deixado para quando a criança já está andando e tem a liberdade de querer sair do vaso. Se tiver um horário certo e fácil de identificar o resultado pode ser mais positivo. Se a tentativa é forçada às vezes a criança retém as fezes e entre em constipação que é um transtorno. O método ELIMINATION COMUNICATION a meu ver aumentará a frequência a consultórios de psiquiatria, pois só doido para fiscalizar isso.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Visita 5 estrelas

FERNANDO AZEVEDO

Já escrevi sobre o tema num dos blogs passados. Mas vejam o que encontrei no DIARIO DE NOTICIAS DE PORTUGAL: 10 CONSELHOS PARA VISITAS 5 ESTRELAS. Sempre gosto de escrever temas de leitura mais rápida, mas vou transcrever na íntegra.
1) Nas primeiras 24 horas de vida ado do bebê nada de visitas. A mãe está cansada do parto precisa recuperar. Além disso, este é o primeiro momento de ligações dos pais ao bebé e um ambiente tranquilo é confortável e fundamental.
2) O telemóvel pode ser o instrumento ideal para dar os parabéns à família pela vinda do novo membro. Mas em vez de ligar, pois o mais provável é que seja a mãe a atender, o melhor é enviara uma mensagem. Não corre o risco de ser inconveniente e acordar o bebé caso este esteja a dormir a sesta e os pais podem responder quando for a melhor altura. Esta é também é maneira de perguntar qual o momento certo para a visita.
3) Antes do parto os pais devem falar com a família mais chegada e com os amigos para si e para o bebé e avisam quando for oportuno fazer visitas e que darão conta das novidades através de mensagens
4) Cabe ao pai ser uma espécie de segurança da mãe de da criança quando começarem a chegar as visitas. Deve ser ele a receber a família e os amigos e regular o tempo que dura a visita. É ao pai que cabe a responsabilidade de impor os limites, pois a mãe ainda cansada do parto e sobre o efeito das alterações hormonais não terá capacidade para fazê-lo.
5) a visita não deverá demorar mais de 20 minutos ou meia hora. É tempo suficiente para dar os parabéns, conhecer o bebé, saber como estão todos. Se as pessoas estiverem mais tempo, o pai deve, cuidadosamente sugerir que a mãe e o bebé precisam de descansar e podem voltar noutro dia. Cabe aos amigos e familiares terem a sensibilidade para perceber que a família precisa de tempo para si.
6) Idas a casa nunca devem ser feitas depois das 21 horas. É preciso respeitar o tempo de descanso dos pais e do bebé. Nunca ir ao hospital ou a casa visitar o bebé se estiver doente, mesmo que não seja nada grave.
7) Não deve receber no quarto onde está o bebé mais de duas pessoas. Se por acaso chegar mais alguém receba-o mas  alguém que já lá estava deve sair para que o ambiente não fique demasiado pesado e a temperatura não suba demasiado.
8) Sejam cuidadosos com a hora da amamentação que podem chegar às treze vezes por dia. Muitas pessoas pensam que a mãe não se importa de amamentar o bebé à frente dos outros Isso pode não ser verdade e por isso é melhor evitar visitas durante a hora da alimentação para que a situação não seja desconfortável para a mãe ou esta tenha de mudar de divisão da casa para fazê-lo de forma mais reservada.
9) Não peque o bebé ao colo por mais que lhe apeteça. Peça sempre autorização dos pais e lave as mãos antes de pegar no bebé. Não coloque perfume no dia da visita, pois os bebés são muito sensíveis a e precisam de reconhecer o cheiro dos pais para se sentirem mais seguros. Evite dar beijos. Se fizerem as mulheres não devem ter os lábios pintados. A pele dos mais pequenos é muito sensível e pode ficar irritada.

10) Não dê conselhos aos pais.  Certamente eles já receberam muita informação atualizada e sabem tudo o que precisam. Só dê conselhos se estes os pedirem. Esta é uma mensagem especialmente dirigida às avós e cunhadas.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

INTERIOLOGIA E ESPECIALIZAÇÃO



FERNANDO AZEVEDO

Conta-se que um homem com uma forte dor no testículo esquerdo seguiu a orientação de um amigo e procurou um especialista num edifício empresarial. Confundiu a porta e entrou num escritório de advocacia. A secretária que o recebeu perguntou do que se tratava e ele relatou:- Estou com uma forte dor no testículo esquerdo. Ela com toda razão respondeu: - Senhor aqui só tratamos de Direito. Desesperado o homem responde: -Vai ser especializado assim na p.q.p.
O exemplo ilustra muito bem um dos pecados da formação médica atual, e que resulta numa tragédia assistencial que se espalhou por todo o Brasil e que não sei mais onde é a porta de saída, só sei que “trazer milhares de médicos estrangeiros” como disse em cadeia nacional a presidentA é uma insanidade. Estou há 50 anos praticando Medicina. A formação dos médicos mais antigos e que influenciou nossa geração foi a de um conhecimento amplo, os chamados generalistas. Nada contra os especialistas porque eles são extremamente necessários e da maior importância para o desenvolvimento e conhecimento dos sistemas anatômicos, mas não pode cair naquela de “especialista é aquele que sabe tudo sobre quase nada e não sabe nada sobre quase tudo”. A crise da assistência médica em cidades do interior existe, sobretudo porque os INTERIOLOGISTAS foram extintos, os hospitais faliram e não há a menor possibilidade de atrair um novato. O interiologista era um médico da maior importância e a ciência uma das mais difíceis. Ele era obstetra de partos fáceis e difíceis, pediatra, clínico geral e cirurgião para não ir mais além. O interiologista era formado nas maternidades e pronto socorros e ali ele operava uma apendicite, retirava uma vesícula, um baço, suturava intestinos perfurados a bala e furados por faca. Atendia fraturas. Morava nas cidades do interior, fazia seu nome, seu patrimônio, e a população o idolatrava. Conheço dezenas de colegas inclusive muitos de minha turma de formatura. Quando fui para o Rio de Janeiro fazer residência conheci jovens de todo o Brasil e que voltaram para seus rincões. O que acontece hoje é que a especialização é muito precoce por uma questão de mercado. Na Pediatria por exemplo temos a neonatologia, gastroenterologia, pneumologia, alergologia, endócrino, cardiologia, dermatologia  e dispenso seguir a lista, e os concursos são também focados nas especializações. Não pode uma cidade de interior ser equipada com tantos especialistas e sem mercado eles ficam nas capitais e cidades de grande porte. Vocês não imaginam  (porque não conheceram) a importância das parteiras no Recife e no interior. Como acabar com essa classe que tantos serviços prestou e poderia continuar prestando. Todas as maternidades tinham as suas, e falo de maternidades privadas.Quando trabalhei em urgências pediátricas drenei dezenas (acho que centenas) de tóraxes com empiema e pneumotórax. No Oswaldo Cruz onde trabalhe por 10 anos fiz traqueotomias, dissecção de veias periféricas, axilares e femorais salvando crianças de morte iminente por difteria e tétano. Não havia cirurgiões disponíveis e tive que aprender e ensinar. Não meus brasileiros e brasileiras, cada país tem que fazer suas adaptações, mas daqui que um cubano entenda que “piriquita chorando, formigueiro no furico, é uma vulvovaginite e uma oxiuríase a criança já tirou as calças pela cabeça. Vamos esperar pelo sucesso da importação. Para quem é provinciano e patriota como eu, da uma pena danada ver nosso país nas manchetes do mundo  exportando mercadoria tão assombrosamente negativa. A essa altura pra que copa se precisamos de cozinha.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

PREDSIMZINHO

FERNANDO AZEVEDO

Vocês não imaginam o que era tratar um asmático há 50 anos. Xaropes e nebulizações com drogas cheias de efeitos colaterais, naquela de “o remédio mata mais que a doença”. Era esperar uma nova crise e novamente o mesmo arsenal terapêutico. Natação era a grande arma para o exercício pulmonar e muitos nadadores olímpicos foram asmáticos na infância e se tornaram grandes atletas. Muitos, no entanto não tinham a menor vocação esportiva ou mesmo pioravam com rinites, otites etc. Sabe-se hoje que o esporte em geral pode beneficiar muito o asmático, mas sob orientação. Esportes de explosão muitas vezes desencadeiam crises. É a chamada asma de esforço que acontece também quando um asmático ri muito (gargalhadas mesmo). Temos hoje o Pilates como uma excelente arma para o trabalho de fisioterapia pulmonar. Pilates era um asmático (leiam no Google- coloquem Pilates e asma)
Hoje a industria farmacêutica nos oferece uma série de medicamentos eficazes e bem tolerados e entre essas drogas está a Prednisolona que é um corticoide que se usa em crises agudas por 3 a 5 dias ou em raras ocasiões em esquemas mais prolongados.” Quando se receita corticoide a mão deve ficar trêmula” já disse um médico antigo que não recordo o nome. Diz-se também que o corticoide é ótimo para o médico (seu conceito como milagreiro vai lá para cima) para o paciente (que se vê livre do mal estar também em breve tempo) e para a doença (para quem ele abre as portas por diminuir a reação imunológica)
Acontece agora que esse corticoide (Predsim, Prelone – os mais conhecidos) está sendo conhecido pela população leiga como se fosse um xarope. É comum o uso em qualquer tipo de tosse esse uso indevido.
- Eu venho dando a ele um PREDSIMZINHO, mas não está melhorando.

Muitos desses quadros respiratórios são infecciosos, pneumonias etc. e só se auscultando e examinando a historia pode ser receitado. Tenha esse cuidado. Asmáticos devem tê-lo sempre em casa, levar para viagens, assim como “as bombinhas” de bronco dilatador para tratamento precoce da crise, mas logo a criança deve ser examinada para conferir se realmente é uma crise asmática.