segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O LÍDER DO BEM X O LÍDER DO MAL




FERNANDO AZEVEDO


Perdemos um LÍDER. A liderança é um dom nato, não se forma com estudos ou faculdades. O líder desde pequeno já mostra as suas qualidades, o seu poder de convencimento, carregando com isso a simpatia e a admiração dos liderados. Eduardo Campos foi um exemplo disso e fico muito à vontade para escrever sobre ele, porque não era seu eleitor. Sofri, no entanto bastante com sua trágica morte. Minha casa ficou triste e de luto. A sua vida foi invadida no post mortem. O que se viu: a casa de um chefe de família, a casa de uma mulher extraordinariamente forte com quem era casado há mais de 20 anos, sua primeira namorada. A casa onde cinco filhos o respeitavam, a casa certa como disse um dos filhos para receber Miguel, seu último rebento. Uma mãe que amamenta seu bebê e dele não desgruda apesar dos intensos e diários compromissos. A casa de um político honrado na sua honestidade intocável. A união familiar na sua ausência entre os vivos, a organização dessa coisa tão complexa que é o viver. Tivemos em Pernambuco outros líderes, mas em minha opinião ninguém se compara a Eduardo pela sua simpatia, competência e busca permanente do consenso. Seus adversários não eram inimigos, eram apenas adversários. Realmente Eduardo não desistiu de suas ideias, não desistiu do Brasil, acreditou no seu estado e na sua pátria até o triste 13 de Agosto de 2014. O LÍDER DO BEM.
LULA o grande líder do mal é o seu oposto. Ninguém pode negar o seu valor e liderança política, mas não fica nenhum exemplo de dignidade para seus descendentes. Sua vida privada também foi invadida e o que vimos: enriquecimento ilícito de filhos, enriquecimento pessoal ilícito, falta de respeito com a mulher com quem era casado, Rosemarys, Maluf, Collor, Sarneys e tudo que há de podre na política e na sociedade recebeu dele a guarida e as trocas indecorosas de interesses. Desvio do nosso suado dinheiro para abastecer ditadores e assassinos no mundo. Colocou em seu lugar como fantoches os postes sem luz, sem brilho, sem educação e sem compostura. Conseguiu para DESISTIR DO BRASIL a cidadania italiana com passaportes diplomáticos irregulares para seus filhos. A qualquer necessidade de fuga estava com os documentos em dia. Cercou-se dos famigerados ladrões do mensalão hóspedes ilustres da Papuda, contava às gargalhadas suas mentiras pelo mundo, bêbado e equilibrista ao mesmo tempo.
Eduardo Campos entra na imortalidade do bem. Lula entrará na infernalidade do mal.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

ROBBIN WILLIAMS, DEPRESSÃO, ARTETERAPIA.

FERNANDO AZEVEDO

Quando li a notícia da morte de Robbin Williams por suicídio, consequência de forte depressão com a qual convivia fiquei passado, pois a imagem mais forte que tinha dele era justamente no papel de um médico americano que tentou mostrar ao seu duro chefe que a arte poderia ajudar na cura das crianças doentes, sobretudo a hospitalizada. Assim nasceu o movimento Doutores da Alegria. Assim participo de um programa Arte na Medicina criado pelo colega Paulo Barreto Campello no Hospital Oswaldo Cruz, e acreditando nessa proposta construímos a Orquestra de Médicos do Recife para tocar em hospitais, em enfermarias e até em UTIs dependendo da possibilidade de cada ambiente. Realizamos dois congressos em Salvador sobre Arteterapia e fundamos a Sociedade Brasileira de Medicina e Arte, contando com a inestimável colaboração do músico Gilberto Gil que ocupava o Ministério da Cultura. Com a sua saída ficamos sem possibilidade de patrocínio, pois congresso médico é também NEGÓCIO e o nosso negócio nada rendia a não ser passarmos a ideia para que as faculdades de Medicina de todo o Brasil incluíssem em seus currículos a arte na ciência que como diz o nosso mote “a arte na Medicina às vezes cura, muitas vezes alivia, mas sempre consola” Como Pediatra sinto uma sociedade cada dia mais problemática e doente. Os valores se extinguem trocado pelo vil dinheiro, pelo roubo e pela falta de respeito. Nossas crianças estão vivendo num mundo que não foi o meu e dos meus amigos onde o riso era o motivo de tudo. Lares se desfazem na primeira dissidência na convivência, crianças são divididas entre pai e mãe por juízes. As figuras dos avós praticamente inexistem na convivência familiar e não se formam laços de amizade como antes. A DEPRESSÃO infantil existe minha gente e a criança não tem consciência dessa patologia, mas se traduz pela insônia, pela inapetência ou gula, pelo xixi na cama antes extinto, pelas cuecas e calcinhas sujas de fezes, forma de chamar atenção para si, mas, sobretudo pela tristeza e pela falta do SORRISO. Na adolescência já se pode perceber mais dados como a agressividade, o rendimento escolar, o contato com as drogas, grande flagelo da humanidade. A criança com esses comportamentos é facilmente enquadrada no TDA, TDAH e agora o mais novo Transtorno Opositor. Essas doenças existem, mas os diagnósticos são precipitados e não se estuda a constelação familiar e escolar da criança antes de dar o primeiro comprimido. Criança não precisa de berçário nem escola tão precoce. Criança não precisa estudar inglês, francês e mandarim. Crianças não precisam competir umas com as outras e sim serem partícipes de uma infância feliz etapa mais fundamental da vida, o verdadeiro alicerce para a construção de sua segurança e felicidade. Lógico que o mundo muda a qualquer tempo e a mulher saiu de casa (e como faz falta na educação) as babás familiares completamente integradas no ambiente e zelosa pelos seus filhos sumiram, os avós estão na luta como mal aposentados ou gozando a vida se mais afortunados. As escolas e professoras não são absolutamente responsáveis pela educação da criança e sim pelo saber e são vítimas hoje de uma conduta inadequada infantil acobertada pelos pais. Muito complexo. No meu tempo de enfermaria no Oswaldo Cruz e Barão de Lucena onde cuidava de crianças graves e gravíssimas sentia que o tratamento estava dando certo quando de manhã ao brincar com elas, elas sorriam. Estavam curadas felizmente, era só questão de mais uns dias para irem para casa, era o sinal poético da cura.

terça-feira, 12 de agosto de 2014


É PROIBIDO CONVERSAR COM O MOTORIS

FERNANDO AZEVEDO

Essa placa junto ao motorista existia em todos os ônibus da Pernambuco Autoviária Ltda., os ônibus da minha infância. Os passageiros respeitavam e as informações deviam ser pedidas ao cobrador. Vejo agora num artigo de Maio de 2014 da revista Journal of adolescente health uma advertência aos pais e aos jovens motoristas adolescentes. Acontece que nos automóveis de hoje, a segurança dos equipamentos como cintos, air-bags etc. da ainda mais confiança aos que dirigem em caso de acidentes. Por outro lado a música, o GPS, os equipamentos de celulares etc. tem aumentado a desatenção ao dirigir e qualquer desvio do olhar pode resultar em morte por acidentes graves. Chama à atenção também esse artigo para a quarentena necessária para que se entregue um automóvel para o adolescente dirigi-lo na estrada. Uma coisa é cidade onde a velocidade é mais baixa e outra é a estrada onde as viagens são mais longas e os carros vão além dos 100 km por hora. Em estradas de duas mãos a velocidade do impacto aumenta mais ainda na colisão, pois se soma à velocidade do carro atingido. Ouvir música é um deleite, mas dirigindo um carro é perigoso, sobretudo se a música é em tom menor e lenta. Da sono. Tenho um GPS que uso para ir a Boa Viagem, pois não entendo mais nada daquela praia de veraneio e tenho meus amigos por lá. Quando a tela abre há uma advertência sobre a desatenção que pode provocar e o risco de acidentes. Ficar atendendo celular e olhando o WAZE não é recomendável, mas tornou-se quase uma rotina. Nos feriadões são trágicas as noticias e o que seria uma diversão torna-se uma tragédia. Vamos voltar a ter a placa da Pernambuco Autoviária Ltda. e respeitar o motorista evitando conversas para mantê-lo sempre atento e de olho no caminho.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O DIFÍCIL TRATAMENTO DA OBESIDADE

FERNANDO AZEVEDO

Por que todos os gordinhos e gordos (hoje chamados obesos) que conheci até hoje tem como característica principal a simpatia? Por que querer modifica-los com dietas exageradas para torna-los magros, irritados, sem aquela risada gostosa característica de todos os gordos. Por padrão de beleza não é. Os tipos de beleza são mutáveis e para provar isso vejam-se as telas dos maiores pintores de séculos atrás onde a barriguinha não era de tanquinho e os seios eram fartos. As figuras masculinas também não precisavam do desenho anatômico de todos os seus músculos à base de academias e suplementos. O que se concluiu é que esse peso excessivo arrastava consigo mais doenças. Os joelhos não aguentam o sobrepeso, começa a hipertensão arterial, o diabete mellitus é frequente e o colesterol ruim vai entupindo os vasos sanguíneos nobres e menos nobres além de problemas de pele etc. A obesidade não é uma doença única. Ela trás uma série de companheiras. Houve uma mudança do padrão alimentar mundial e até na China e Japão onde se procurava um gordinho e não se achava eles já estão por lá rodando. Nos Estados Unidos pai da obesidade mundial pela alimentação fast-food tem mais de 60% de gordos. Agora vamos a outros detalhes, a genética. Um magrinho casa com uma gordinha e lá vem a prole, metade gorda e metade magra. Começa então o tratamento do gordo proibindo-o de comer biscoitos recheados, sorvetes, bolos e tudo de padaria. Para o pai magro e o filho magro ta tudo liberado. Fica difícil. O tratamento da obesidade tem que ser coletivo e a mudança das compras tem que ser gradual passando a radical. Não pode entrar na casa alimentos nocivos e não pode haver discriminação na família. O eventual aniversário não faz mal com seus brigadeiros etc. Outra coisa é a atividade física que no gordo vai diminuindo pela pouca resistência e complicando a sua engorda. Ele tem dificuldade de participar não só por bullying como também por total insensibilidade dos “técnicos” em esportes que por não notarem habilidades os escanteiam, pois querem ter no seu plantel só ”negociáveis”. A coisa é complicada e cada vez mais aumenta o número de cirurgias bariátricas com sucessos e insucessos porque a maior operação não é na anatomia digestiva, mas sim no psiquismo, na conscientização que o peso excessivo e uma dieta inadequada não são coisas boas para a saúde e a longevidade. A mesma conscientização que precisa ter o fumante e o alcoólatra ou usuário de outras drogas. Chega-se ao absurdo do inaceitável procedimento de engordar o gordo para que ele consiga entrar na chamada obesidade mórbida e o plano de saúde aceitar a cirurgia. Quantas mortes já aconteceram, quantas complicações, quanta qualidade de vida que foi pro beleléu quando a finalidade era justamente outra. Os supermercados criaram carrinhos de compras e as crianças vão em baixo dirigindo. Tudo que engorda está nas prateleiras mais baixas e acessíveis às crianças também, e ai começa o erro. O corre corre da vida e o querer agradar os filhotes para compensar a ausência do convívio soma-se a essas dificuldades. O que fazer? Perguntar no Posto Ipiranga!