segunda-feira, 28 de março de 2016

LAS VEGAS

FERNANDO AZEVEDO

Culpa não me cabe. Quando o blog estiver sendo publicado estarei indo para o aeroporto.
Destino: LAS VEGAS. Motivo: BODAS DE OURO. Aguentar minha vida de médico e de ex-
boêmio merece realmente uma comemoração e é esse o presente para a Dona Márcia que
adora uma viagem e muito mais ainda na companhia de Fátima e Carlos Alberto, ele meu
colega de turma e uma amizade que vai caminhando para de Bodas de Diamante, pedra
preciosa que não consegue ser riscada. Com o casal tenho uma dívida impagável e
imprescritível, pois me tiraram de casa para mostrar-me o mundo, especialmente a Europa
que me encanta tanto e ao mesmo tempo me atormenta pelo que estamos vendo pela
barbaridade do terrorismo incontrolável que destrói a beleza da vida e da arte. Uma
semaninha somente, mas voltando a um lugar onde estive há 40 anos. Conheço (acho sempre
que devemos dizer “estive”) os Estados Unidos rodando de automóvel (também já tive30
anos) de norte a sul e leste a oeste, mas só volto lá por três cidades: New York, New Orleans, e
Las Vegas. O porquê disso é a música e a arte. Parques jamais justo porque fui a eles. Nada me
interessa. e só me cansa.  Las Vegas me impressionou nas duas vezes que lá estive. Assisti
shows inesquecíveis e joguei roleta ao lado de Kojak (Ted Savalas). Qualquer dúvida da
veracidade apresento as testemunhas. Não jogo caça níquel que não emociona e também
reservo só um trocado para arriscar na roleta no par ou impar, vermelho ou preto e o 21.
Distrai e faz-se uma análise da montanha de dinheiro que os viciados despejam no pano verde.Sete dias de relax para me preparar para tomar mais duas injeções no olho. Que tal?
Acidentalmente num exame de rotina descobriram uma doencinha que se não cuidar vou
perder de ver o sorriso de uma criança ou uma noite de lua.  Coisas da idade, mas já tomei duas
de uma série de nove. Até a volta e comunicação por e-mail, pois telefonema eu não guento.
Depois eu conto.

segunda-feira, 14 de março de 2016

A SÍNDROME DA CRECHE

FERNANDO AZEVEDO

Na medicina as patologias vão ressurgindo em alguns casos, sendo descobertas noutros e

assim a ciência se mantém sempre viva e buscando soluções a curto médio ou longo prazo

para a resolução dois casos. Meu início profissional como Professor da Faculdade de Ciências

Médicas foi muito doloroso, pois ergui o Isolamento Infantil do Hospital Oswaldo Cruz e lá

recebíamos de forma impotente casos de Difteria, Tétano, Coqueluche, Sarampo, Poliomielite,

Raiva Humana, Meningites e por ai vai. Obituário alto, pois as armas eram poucas para essa

infantaria pesada. Criaram as vacinas e os médicos mais jovens não conhecerão essas

patologias felizmente. O prevenir doenças através de vacinas é um passo importantíssimo em

saúde pública.

Uma nova patologia surge: a Síndrome da creche. Bebês de quatro meses são levados para a

vida coletivo para a mãe poder trabalhar e nada mais justo. Governo e entidades privadas têm

que participar com essas facilidades e é lei dependendo do número de empregados de uma

firma. Acontece que as crianças perdem a imunidade transferida pela mãe na gestação aos seis

meses de vida e a partir daí ficam vulneráveis as doenças não as terríveis que citei no início,

mas a infecções respiratórias, sobretudo e digestivas. Às vezes a frequência dessas repetições

já promovem alterações laboratoriais com baixa das imunoglobulinas IgA e IgG e a inapetência

leva a grau leve a moderado de desnutrição e carências vitaminico-minerais que formam com

esses dados  a síndrome referida.

As creches e escolinhas são extremamente necessárias no mundo atual, mas às vezes temos

que retirar o pirralho por alguns meses para que se restabeleça e se fortifique para voltar ao

convívio coletivo.  Os patrões devem entender isso e as avós se existirem devem ser

convocadas, mas está meio complicado.

Problemas sociais que não vão parar de existir.e esse é mais um.

segunda-feira, 7 de março de 2016

AS FEBRES DE HOJE EM DIA

FERNANDO AZEVEDO

O conhecido “Velho das Graças” não se lembra de em toda sua vida profissional ter visto tanta
doença febril como nesse período de Janeiro para ca. O que pode ser, que doenças são essas
que o consultório presencial e virtual não tem folga com avisos sonoros a toda horas, envio de
resultado de exames, descrições de sintomas e queixas na demora nos atendimentos de
urgências. Os Pediatras estão sobrecarregados nos hospitais e o atendimento é demorado pela
grande demanda.   A febre geralmente é alta, tem havido manifestações digestivas como
vômitos e diarreia, respiratórias com coriza e tosse ou as duas coisas juntas. Atenção
redobrada para as três mais 8importantes do momento causadas pelas “mordidas da
mosquita”: Dengue, Zika e Chikungunya. O diagnóstico não é fácil no início e exames
complementares ajudam pouco. Ainda não temos testes ao alcance da população e os que
estão em prática custam mais de mil reais. Não da. Os conselhos que dou:
1. Antitérmicos- todos são bons e dê o que a criança aceitar melhor para evitar vômitos.
2. Não cometa a maldade de dar banhos frios que gera calafrios e mais febres. Não use álcool
em massagens ou compressas na pele. Compressas frias na cabeça, axilas, abdome, virilhas
ajudam a evitar excesso de antitérmicos que podem levar à hipotermia (temperatura de
35 graus ou menos). É dispensável a alternância de antitérmicos.3. Sempre que uma criança adoece perde o apetite na maioria dos casos. Respeite isso. A hidratação é que é fundamental e oferecer água com frequência ou outros líquidos que a criança aceite bem.
4. Se existir diarreia a reposição com soro caseiro ou reidratantes (Pedyalite, Hidrafix,
Floralite) é importante e água não reidrata bem.Nunca use refrigerantes ou energéticos.
Observe  na urina se a cor amarela é mais forte e o volumepequeno. Isso é sinal de
desidratação. Veja se a saliva está pegajosa, é outro sinal.
5. Pro e prebióticos são bons nos casos de diarreia. Para evitar vômitos os medicamentos
podem debela-los por via oral (Vonau, Plamet) mas tenha cuidado com repetições de dose
que podem se tornar tóxicas.
6. Se surgem manchas na pele  e coceira deve ser uma das três: Dengue é mais grave e deve
fazer parte do diagnostico diferencial de imediato pois as outras duas maltratam muito
mas não são graves com casos de morte a não ser em pacientes especiais como os

imunodeprimidos.

7. Observe sempre o estado geral. Menino deitado não é bom sinal e se ele estiver caidinho
avalie no hospital a possibilidade de internação e elucidação do que tem. Ficando esperto
quando sem febre é bom sinal.

8. Essas febres têm aparecido, desaparecido e reaparecem num curso de sete dias
geralmente.

9. Essas orientações não dispensam um exame clinico mas você pode estar longe e tomar
essas providências. Vale à pena.A  vida começa na Cardeal Arcoverde às seis da manhã para mim, mas das 21 horas até as quatro da madrugada o zap que dormir.